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Conta de luz é alvo de reclamações

Celesc afirma que estado está batendo recordes de consumo de energia elétrica nessa temporada
Por Bruna Borges Criciúma, 23/01/2019 - 08:15
Daniel Búrigo / A Tribuna
Daniel Búrigo / A Tribuna

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Todos os anos quando chega o verão, além de reclamar das altas temperaturas, também é normal que as pessoas tenham dores de cabeça ao receber as faturas de energia elétrica. Ainda que estejam acostumados a pagar um valor mais alto durante essa estação, a população de Criciúma e das demais regiões do estado estão estranhando os totais das contas da Celesc nos últimos meses. 

É o caso do Julio Cezar Fernandes, morador do Bairro Fábio Silva, em Criciúma. Ele conta que sua fatura vinha normalmente na faixa dos R$ 250, porém, as últimas vieram bem mais altas. “A de novembro já veio R$ 550, a de dezembro veio R$ 683 e a referente a janeiro veio R$ 698”, conta Fernandes.

Inconformado com o valor, ele foi ontem até a Celesc buscar respostas e a empresa informou que enviará um técnico até a residência para verificar se há alguma situação causando o aumento na conta. 

“Eu tinha um ar-condicionado de janela e troquei por um split para diminuir o consumo e, ainda assim, ele fica 12 horas por dia desligado. O freezer eu também me livrei para diminuir a conta, troquei toda a minha rede elétrica, os outros aparelhos que eu tenho são os normais, como a televisão, a geladeira, todos que eu já tinha antes. É um absurdo”, declara Fernandes.

Situação parecida ocorre na casa da Taís Dias de Araújo, no Bairro Nossa Senhora da Salete. “A minha conta vinha sempre em torno de R$ 120, R$ 130, o máximo que chegou a vir foi R$ 150. Mas agora esse mês veio quase R$ 300”, relata Taís. 

“E não mudou nada as coisas que eu tenho dentro de casa. O ar-condicionado eu tenho desde que meu bebê nasceu, há dois anos, e eu ligo nas noites quentes. Nada do que eu tenho hoje eu não tinha antes”, complementa.

Ela comenta que o cenário é o mesmo relatado por vizinhos e conhecidos. “A minha mãe mora no Bairro Santa Luzia e foi a mesma coisa. Isso que na casa dela o ar-condicionado nem está funcionando e ela ainda passou uns dias na praia”, afirma Taís. 

Temporal aumenta o prejuízo

Na casa da Bárbara Marcelino, no Bairro Cidade Mineira Nova, mais uma conta alta. De R$ 166,87 referentes ao mês passado a fatura pulou para R$ 262,98. “E são os mesmos aparelhos, eu não comprei nenhum eletrônico novo. Ainda passei alguns dias na praia, achei que viria menor a conta e veio R$ 100 a mais”, afirma.

Além da conta, ela teve um prejuízo maior na última semana, durante um dos temporais registrados na cidade. “Foi na quinta-feira, no temporal que teve. Um raio veio pela antena da internet, que é via rádio, e queimou dois aparelhos de televisão, o modem da internet, estourou a tomada e ainda abriu um buraco no forro do quarto”, conta Bárbara. 

“Susto enorme”

“Eu estava sozinha em casa na hora que aconteceu. Tinha ido no quarto para desligar o ar-condicionado e foi quando deu o estouro, veio um clarão dentro do quarto, fiquei com as vistas embaralhadas, as pernas tremendo. Foi um susto enorme”, relata. 

Em casos como esse, a Celesc pode ressarcir o prejuízo. A Bárbara já procurou a empresa e abriu o processo. “Eles registraram quais aparelhos queimaram, a marca deles, a hora e o dia em que aconteceu e agora tem 10 dias para um técnico vir aqui fazer a vistoria. Depois eles ainda têm três meses para dar a resposta”, afirma.

Celesc explica a variação

O aumento do valor da conta de luz foi motivo de reclamação em todo o estado e em nota enviada na semana passada a Celesc informou que não houve cobrança adicional ou erro no processamento de dados no faturamento.

“O aumento na conta de luz para muitos clientes se deve, em grande parte, ao maior consumo de energia registrado nos últimos meses, especialmente pelo uso de equipamentos eletrônicos, como ar-condicionado, em períodos de temperatura elevada”, diz a nota. 

A empresa pontua, ainda, que desde dezembro o estado bateu o recorde de consumo três vezes, em dias seguidos: 15 de janeiro (4.875MW), 16 de janeiro (4.989,82 MW) e 17 de janeiro (5.030MW). O último recorde havia sido registrado em 12 de dezembro passado: 4.826MW.

Segundo o gerente comercial da Celesc em Criciúma, Mateus Nascimento, além do alto consumo durante o verão, maior causador do crescimento na fatura, existem outros fatores que também influenciam nesse resultado. “Tem a questão da tributação que varia de mês a mês e que aumentou um pouco agora em dezembro e janeiro, são tributos federais, que influenciam na conta”, coloca. 

Reflexo na Cosip

Outro ponto levantado pelos consumidores e que também é apontado pelo gerente é em relação à Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública (Cosip). “A tarifa da Cosip é decidida por uma lei municipal, a Celesc só repassa para a Prefeitura o que foi definido em lei e em Criciúma o valor da Cosip aumenta conforme o consumo da unidade. Se a pessoa gasta mais energia em casa, ela paga mais Cosip”, explica.

“Como o consumo agora no verão aumenta muito, algumas taxas de Cosip podem ter passado de R$ 10 para R$ 30, por exemplo”, complementa Nascimento.


 

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