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BR-285 rumo aos cinco últimos quilômetros de concreto

Mesmo com o avanço das obras, quem passa pelo trecho acredita que a rodovia não fica pronta em 2020
Por Denis Luciano Timbé do Sul, SC, 18/05/2020 - 16:59 Atualizado em 18/05/2020 - 17:02
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

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Os tempos de gradual reabertura durante a pandemia de Covid-19 estão tirando as pessoas de casa. Serra do Rio do Rastro e o Balneário Rincão são dois destinos a provar isso, bastante frequentados neste domingo, 17. Outro ponto, com o agravante de estar em obras, também atraiu bastante gente. Não foi dos menores o fluxo neste fim de semana pela BR-285, na Serra da Rocinha, entre Timbé do Sul, no extremo sul catarinense, e São José dos Ausentes, no nordeste do Rio Grande do Sul.

No último dia 1º, o trânsito foi liberado para ser diário no trecho. Desde então, é possível trafegar pelo trecho de pouco mais de 20 quilômetros em obras das 18h às 6h. Veículos com comprimento menor que dez metros estão liberados. Os veículos de grande porte não conseguem passar por conta da largura da plataforma da estrada estar reduzida em um trecho de cinco quilômetros. Foi definido, também, que em outubro haverá um novo bloqueio total da rodovia, com liberações parciais por meio de comboios, para acelerar a etapa final da obra.

Uma das curvas nos altos da Serra da Rocinha

As obras são contratadas e acompanhadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e executadas pelo Consórcio Setep/Ivaí/Sotepa.

Saiba mais

Abaixo, as impressões de motoristas que passaram no trecho no fim de semana e comentaram conosco sobre a experiência.

Os primeiros cinco quilômetros da BR-285, a partir de Timbé do Sul, estão pavimentados com asfalto, faltando concluir apenas 1,8 quilômetro do anel viário central de acesso à rodovia. Calçamento, cercas e paradas de ônibus são visíveis no trecho. Falta, por exemplo, aprontar uma rótula no acesso à cidade. Concluído o asfalto, no pé da serra, começa o trecho concretado, que já está com cerca de 15 quilômetros praticamente prontos, com a concretagem feita e restando acabamentos, como calhas e pontos de drenagem. Mas o grosso da pavimentação com asfalto está feito. E é asfalto denso, de profundidade, camadas generosas e muito ferro de sustentação, garantindo visualmente a durabilidade da rodovia. Nesses 15 quilômetros há três viadutos construídos, em condições de passagem, restando apenas detalhes para a conclusão efetiva.

Nos cinco quilômetros finais da Serra da Rocinha, até a divisa com o Rio Grande do Sul, estão as maiores dificuldades. Há um viaduto em construção na chamada "curva fria", mas já bem encaminhado, e o concreto ainda não chegou ao solo, que está sendo preparado. Há detonações a fazer e cerca de um quilômetro no trecho final não foi sequer mexido ainda.

A impressão de quem viaja pelos 22 quilômetros da BR-285 entre o centro de Timbé do Sul e a divisa com o território gaúcho é das melhores em termos de visual, mas a expectativa de conclusão ainda neste ano não parece que vá se confirmar. Pessoas experientes no trecho apontam que serão necessários até 18 meses para completar tudo. É que a obra encontra-se no trecho mais desafiador do ponto de vista da engenharia, com as rochas que precisam ser detonadas e os morros que devem ser corrigidos e o solo assentado para bem receber o concreto para o trânsito.

Parte do trecho já pavimentado

Outros detalhes da obra

As detonações de rochas no trecho têm ocorrido com frequência. A mais recente delas, na última segunda-feira, 11, exigiu o bloqueio durante a tarde, com a detonação sendo feita entre os quilômetros 52,120 e 53,720. 

Há um mês, o DNIT atualizava o andamento das obras informando que a pavimentação das duas pistas, totalizando sete metros de largura, estava concluída nos primeiros oito quilômetros, havendo ainda 3,5 quilômetros de acostamento pronto em segmentos à direita e esquerda.

O trecho final da Serra da Rocinha, aquele de cinco quilômetros que citamos antes, está em fase de terraplenagem e conta com quatro frentes de obras em ação com cinco escavadeiras e um rompedor hidráulico, que escava e desmonta rochas.

O pavimento de concreto conta com placas de 22 centímetros de espessura que são colocadas sobre a sub-base de concreto compactado a rolo e que, por sua vez, tem dez centímetros.

Sobre os viadutos, o DNIT confirma que três dos quatro estão prontos, e o quarto, aquele da "curva fria", nos cinco quilômetros finais da rodovia, encontra-se em fase final de concretagem do tabuleiro, que são obras de arte que visam aperfeiçoar o traçado para suavizar as curvas mais fechadas. A fundação de tubulões é a técnica empregada, que consiste em instalar elementos estruturais que são concretados em um poço aberto no terreno da construção, com profundidade média entre 8 e 13 metros. 

Tem arqueologia

Como qualquer obra desse porte, um serviço de especialistas em Arqueologia precisa ser contratado. E foi. E já fez seus achados. O Programa de Monitoramento Arqueológico no Lote 2 das obras localizou, no chamado sítio arqueológico Artur Piassoli I, 11 artefatos como machados, lascados e polidos. Os técnicos calculam que já havia vida indígena no local há pelo menos 10 mil anos.

Um dos itens encontrados nas escavações arqueológicas da obra na BR-285

Em 2017 já haviam sido feitos resgates de artefatos no trecho em outros sítios arqueológicos. Eram os chamados artefatos líticos, os primeiros materiais rochosos utilizados pelo homem. Higienizadas, analisadas e registradas, as peças são encaminhadas à Unesc, em Criciúma.

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