Um dos motivos para o alto preço da gasolina pode ser o próprio sistema de atendimento dos postos brasileiros. Uma via de mão dupla, os encargos gerados pela contratação de pessoal pesam na conta, mas garantem o emprego de mais de 500 mil frentistas em todo o país. Em Criciúma, o autosserviço nos postos é alvo de debate.
“É uma questão difícil de abordar, principalmente com o atual nível de desemprego no Brasil”, ponderou Edilson Barp, empresário do setor. Atual-mente, a Lei nº 9.956, de 2000, proíbe a operação de bombas de autosserviço em todo território nacional e determina multas ou fechamento do posto caso seja descumprida. “Ainda assim, existem tentativas de que o autosserviço possa ser legalizado e regulamentado”, complementou.
Vivendo diariamente entre frentistas e clientes, Barp acredita que, em pouco tempo, o autosserviço será necessidade indiscutível. “Nenhum dono de posto sabe afirmar quando, mas em dois, cinco, dez, 15 ou mais anos, essa questão será vista como algo a ser apoiado, em vez de combatido pelo Governo”, apontou. A expectativa é que, com um novo pre- sidente, o debate possa ser reaberto por meio de sindicatos.
Em maio deste ano, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) sugeriu nove medidas para a melhoria do setor de combustíveis. Entre elas, o autoatendimento nos postos. Mais um sinal de que o debate está presente na realidade dos postos brasileiros.
Autosserviço e os postos 24 horas
A chegada do autosserviço é uma discussão de futuro. No presente, uma das lutas dos postos em Criciúma é conseguir prestar atendimento 24 horas. Na cidade, apenas quatro dos 46 postos atendem em tempo integral. “Vender combustíveis 24 horas por dia é complicado pelo alto custo operacional, com energia elétrica, horários de funcionários e outras questões pontuais”, elencou Barp. Daí entra a questão do custo com pessoal, um dos pontos da discussão do serviço operado pelo cliente. “Menos funcionários, menos gastos e também mais segurança”, complementou Barp.
Gerente de um posto de uma rede com quatro na cidade, Mauro Márcio Osellame concorda com o colega. “É difícil, nós recebemos pouco lucro em troca do que é necessário para atender clientes pontuais que costumam passar à noite, principalmente empresas de vigilância”, comentou. A segurança dos frentistas também é preocupação dos proprietários. “Ainda que a PM seja próxima do nosso posto, sabemos que outras localidades não possuem apoio quase que imediato em caso de furtos, roubos ou ameaças ao trabalhador de postos 24 horas”, concluiu.
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