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Arlindo Rocha propõe aumento de 50% para professores e transporte gratuito

Petista é o primeiro entrevistado da série da Som Maior com pré-candidatos
Por Renan Medeiros 23/04/2024 - 10:57 Atualizado em 23/04/2024 - 12:27
Foto: Vitor Ávila
Foto: Vitor Ávila

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Arlindo Rocha (PT) é o primeiro entrevistado da série realizada pela rádio Som Maior com os pré-candidatos a prefeito de Criciúma. O petista foi sabatinado na manhã desta terça-feira (23) pelos jornalistas Adelor Lessa e Maga Stopassoli.

Ouça a entrevista abaixo, e leia a seguir:

Adelor Lessa: O senhor está no jogo, é pré-candidato, mas já tratado como candidato a prefeito. O senhor já está discutindo o plano de governo? O que vai ser prioridade na sua campanha? O senhor vai defender qual principal bandeira na eventualidade de assumir a Prefeitura de Criciúma?

Arlindo Rocha: Sem nenhuma dúvida, Adelor, a prosperidade, a organização, eu diria, da questão da segurança, a melhoria da qualidade de vida e também a mudança de vida das novas gerações. Feito isso através de monitoramento da cidade, através da segurança, feito isso de todo um planejamento dos bairros, de arborização, da segurança em si, com a volta da Guarda Municipal monitorada e também, Adelor, com a introdução do ensino técnico profissional em toda a rede municipal, usando muito a ferramenta social do modelo do Bairro da Juventude e também o ensino técnico profissionalizante da SATC, que é um exemplo da nossa região. E, daí, linkando com a Universidade Gratuita, esse programa muito bom do Governo do Estado. Com isso nós vamos melhorar a cidade, usar toda essa questão do desenvolvimento para prosperidade, tudo o que já foi feito, principalmente de bom na infraestrutura, através do conhecimento das medidas sociais, melhorar a qualidade de vida da nossa geração e transformar, através do conhecimento, da formação, as novas gerações.

Maga Stopassoli: O senhor já tem algum planejamento específico sobre a área da educação?

Arlindo: Já sim, o modelo é exatamente esse, primeiro nós precisamos valorizar o nosso corpo de professores. Para isso, nós temos uma proposta de reajuste com aumento real de 50% a todos os professores, usando o dinheiro do Fundeb, que hoje não está sendo usado diretamente todo na educação. 10% de aumento real no primeiro ano, 15% no segundo, 15% no terceiro e 10% no quarto ano. Isso nós já temos todos os números. Dá para fazer e sobra. A qualidade do ensino, que já é boa, nós vamos melhorar ainda mais e, como falei, trazer para dentro das nossas escolas, o modelo do bairro da Juventude, melhorando muito a questão, que já é boa, mas a questão da Afasc, tirando a questão com o político-eleitoral da Afasc, levando mais o ensinamento em si e juntando, também, diretamente, o modelo do Bairro da Juventude e, como já falei, o modelo da SATC para ensinar as nossas crianças, principalmente no contraturno, o ensino técnico profissionalizante. É isso que nós vamos fazer e jogando a responsabilidade, trazendo para a direção da educação o próprio corpo da educação, assim como nós fizemos em Maracajá.

Adelor: O senhor disse que nem todo o dinheiro do Fundeb hoje está sendo usado na educação, mas todo o dinheiro não tem que ser usado na educação?

Arlindo: Sabe, Adelor, a contabilidade do município acaba juntando outras despesas que não são diretamente na educação, mas têm alguma vinculação com a educação, você acaba fazendo isso. A saúde, por exemplo, olha o mínimo que é investido nessa grande ferramenta chamada Hospital São José. É praticamente nada. Içara destina 50% de todo o IPTU ao Hospital São Donato. Já imaginou se, ao invés de R$ 50 mil, R$ 100 mil, nós destinássemos R$ 1 milhão, R$ 2 milhões, R$ 3 milhões para o Hospital São José e outras entidades que também fazem um trabalho muito bom na saúde? Nós vamos fazer isso. Muda o modelo, Adelor. Nós tiramos o modelo da gestão, de uma gestão política para uma gestão técnica profissional.

Adelor: Mas eu estou nessa questão do Fundeb, não há um desvio de finalidade e isso não pode caracterizar um descumprimento da lei?

Arlindo: Pode, Adelor. Claro que pode. Mas isso não vem sendo assim fiscalizado e não vem sendo fiscalizado por quê? Porque o nosso Legislativo - e aqui eu abraço todos os vereadores - o nosso legislativo que teria que fiscalizar e propor mudanças de lei, muitos deles estão vinculados ao Executivo, cooptados pelo Executivo, com vários cargos comissionados, dirigindo o Executivo Municipal ou pelo menos ajudando. Não. Na nossa gestão não tem isso. O Legislativo não será contaminado. Ele exercerá o seu papel de fiscalização e de aprimoramento nas nossas leis, nas nossas regras municipais. Executivo é Executivo, Legislativo é Legislativo e aí muda tudo, Adelor. Eu entendo que não dá para o Legislativo cumprir o seu papel e participar do Executivo, ou seja, quem executa não pode fiscalizar.

Maga: Pré-candidato, eu acho que no último ano, pelo menos no ano mais recente, a gente vem tratando desse assunto envolvendo a Câmara e o Executivo. Essa dificuldade muitas vezes de fazer o seu trabalho fiscalizador. Claro, tirando um ou outro integrante lá da Câmara, um ou outro vereador. Por que o senhor acha que chegou a esse ponto? Por que aconteceu isso na nossa cidade?

Arlindo: Porque é mais fácil para o Executivo cooptar parte do Legislativo, ter maioria, do que fazer esse embate, do que fazer esse enfrentamento. Nós governamos Maracajá, nove vereadores, e aqui elogio a todos eles, excelentes pessoas, pais de famílias, mas dos nove, nós não tínhamos apoio de nenhum, nenhum. Sabe o que ocorreu? Nenhum se reelegeu. Talvez seja o único município do Brasil, nenhum, todos os nove. Nós fizemos campanha nesse sentido. Acontece que eles não queriam ser vereadores, eles queriam ser prefeitos. Aí deveriam ter feito o que eu fiz lá em 2005. Eu me elegi vereador e renunciei, porque eu não queria ser vereador, eu queria ser prefeito. Aqui em Criciúma tem muito vereador que quer ser prefeito. Eles devem renunciar aos cargos e tentar a eleição no Executivo. Já aviso: é muito difícil.

Adelor: Ouvinte pergunta para o senhor o seguinte: muitos municípios falando em ter transporte público gratuito, para melhorar o trânsito, aumentar a renda do trabalhador, ajustar a poluição e tudo mais. Forquilhinha tem isso, e outras cidades da região têm. Como o senhor entende disso?

Arlindo: Totalmente favorável. O transporte público municipal será gratuito. Isso não é custo, isso é investimento. Você melhora o trânsito, você traz as pessoas, não só para o trabalho, que terão no bolso automaticamente 6% do vale do transporte que não pagarão mais, e são aquelas classes menos privilegiadas. Além disso, você coloca no bolso do empregador ou na empresa o vale do transporte que ele deixa de pagar. As pessoas vão estudar, as pessoas vão trabalhar, as pessoas vão passear, vai melhorar o trânsito. E mais: eu tenho um projeto que são os ônibus temáticos. Então, dentro do ônibus, você transforma ele num teatro, você transforma ele num cinema, você transforma ele numa aula de educação. Chega Natal, o clima natalino dentro dos ônibus; Carnaval, o clima de Carnaval; você transforma a cidade. Isso existe já em alguns países, eu já conheci esse projeto, é maravilhoso. O transporte público deixa de ser um sacrifício e passa a ser um entretenimento. Passa, eu diria, a ser uma atração da cidade. Isso é muito bonito. Não faz porque não quer. É que tem muitos negócios nisso. Tem negócio no Legislativo, tem negócios em fornecedores, tem negócio em tudo. Não, vamos acabar com isso.

Adelor: Como é que o senhor imagina fazer o transporte gratuito? Deixa de ser privado? Hoje, o transporte coletivo é privado. Ele deixaria de ser privado, passaria a ser público ou, mesmo privado, ele seria gratuito com o financiamento, com o custo, o transporte, as passagens sendo custeadas pelo poder público? Como é que iria funcionar no seu entendimento?

Arlindo: Na verdade ele é público, ele não é privado. O que é feito é uma concessão mediante as seguintes condições. Tu podes fazer os dois, pode fazer híbrido, pode continuar como está, apenas fazendo o aditivo mediante as seguintes concessões e você vai ver que esse investimento que você faz vai dar lucro para a cidade. É a mesma questão da educação. É a questão da segurança, por exemplo. Nós vamos monitorar a cidade. Eu monitorei todo Maracajá, acabou a violência, não tinha mais um assalto, não tinha mais nada, foi a zero. Por quê? Porque toda a cidade foi monitorada. Então, a mesma situação. Aquilo que as pessoas enxergam, que o poder público enxerga como um custo, você passa a tratar como um investimento. As pessoas vão deixar de gastar o transporte, vão gastar mais, vão consumir mais e isso retorna imposto.

Maga: Doutor Arlindo, o que é esse livro que o senhor tem aí, que o senhor trouxe?

Arlindo: Esse livro é um registro que nós estamos fazendo daquilo que nós transformamos no município de Maracajá, de uma gestão política, de uma gestão engessada, de uma gestão de negócios para uma gestão técnica, para uma gestão profissional. Afastamos a políticagem, trouxemos a sociedade para dentro da Prefeitura, porque é do interesse dela administrar o bem público. Ou seja, aquilo que você pode fazer individualmente, nós fizemos na nossa família. Aquilo que não consegue, você faz na coletividade, pagando imposto. Muitas pessoas acham que isso não é do interesse delas. É, e é muito mais, às vezes, do que aquele individual. Você traz um novo conceito, e aí vem a prosperidade, vem junto a paz social, vem junto a melhoria da qualidade de vida e vem junto a transformação das novas gerações.

Maga: O presidente Lula vai estar na sua campanha em Criciúma, candidato Arlindo?

Arlindo: Estive com o presidente Lula e ele disse que virá a Santa Catarina e virá a Criciúma. Criciúma é uma das cidades, que está sendo tratada pelo Comando Nacional do Partido dos Trabalhadores da Federação no mesmo patamar das cidades com mais de 200 mil eleitores. Criciúma é uma das cinco cidades. Haverá toda prioridade. Inclusive, se você observar, vocês (Maga e Adelor) são dois atentos observadores e estudiosos da política catarinense. Criciúma é uma dessas cidades que está sendo apostado tudo na eleição de um candidato do Partido dos Trabalhadores. Não temos candidatura forte em Florianópolis, não temos em Chapecó, não temos em Joinville. Em Blumenau tem a deputada Ana Paula, mas com uma certa resistência. Agora Criciúma não, ou seja, a possibilidade de implantar esse projeto, a possibilidade de uma vitória e a possibilidade de nós transformarmos isso através desse projeto é muito grande.

Adelor: O senhor fala muito do que fez em Maracajá, que é a sua referência. Maracajá é uma cidade de 7.500 habitantes, Criciúma tem mais de 200 mil. Alguém vai dizer: 'mas vai querer trazer o plano realizado em Maracajá para fazer em Criciúma?' O senhor vai ouvir muito isso na campanha. O que vai dizer sobre isso?

Arlindo: Nós vamos adequar isso tudo, viu Adelor? Onde você pega um modelo de uma situação menor, é como se você fosse construir uma casa. Você constrói uma casa de 100 metros quadrados e uma casa de mil metros quadrados, para um bom engenheiro, para um bom arquiteto, ele precisa aumentar as medidas, aumentar o orçamento, aumentar o investimento e assim por diante. É assim que nós transformamos. O modelo de gestão pública no Brasil inteiro, Adelor, ele está alicerçado em cinco princípios: legalidade, moralidade, transparência, impessoalidade e eficiência. É só isso, mais nada. As pessoas é que trazem para dentro da política toda uma indústria de vaidade, de cobiça, de interesse, de negócios, e que nós vamos afastar. Sabe esses dois palanques que estiveram construídos aqui em Criciúma nos últimos dias aí? Enormes, já com um canto e um aplauso de vitória? Ah, nós trabalhamos muito para ficar longe disso, Adelor. 

Maga: Se eleito for, qual será a sua prioridade máxima? Vai começar por onde?

Arlindo: Não tenho nenhuma dúvida. O ensino técnico profissionalizante para dentro da rede municipal, a valorização dos professores e principalmente, Maga, a segurança. Com isso, nós traremos paz e prosperidade.

Adelor: Se o senhor for eleito, vai suceder um prefeito que é marcadamente realizador de obras, muitas obras. Dos prefeitos da história de Criciúma, é dos que mais fez obras em Criciúma. O comparativo é inevitável. Como é que o senhor vai vencer isso?

Arlindo: Olha, meus cumprimentos ao prefeito Clésio Salvaro. Nós fizemos campanha juntos, governamos juntos, e aqui eu faço o registro. Ninguém confia mais em mim nessa cidade do que o prefeito Clésio Salvaro. Eu sou o advogado pessoal dele, Adelor. Eu elogio muito a questão que ele fez, a questão do investimento, a questão da infraestrutura, mas nós podemos mais. Nós podemos trazer mais paz, nós podemos trazer ainda mais progresso. Nós podemos trazer ainda mais prosperidade, nós podemos levar tudo isso que foi feito na infraestrutura para os bairros, para as famílias, trazendo isso tudo para a melhoria da qualidade de vida. É isso que nós vamos propor, é isso que nós estamos discutindo, e para isso, me preparei muito, durante muito tempo. E meu pai, quando nasceu, me deu o nome de Arlindo, porque à época o prefeito de Criciúma era o professor Arlindo Junkes. A minha vida, como muitos da nossa região, mudou pelo conhecimento, pela formação. E eu aposto nisso.

Adelor: Fale sobre o cunho político-eleitoral da Afasc, que o senhor citou antes.

Arlindo: Olha, eu trabalhei durante os primeiros quatro anos do mandato do prefeito Clésio Salvaro, dirigindo a Afasc, dirigindo o jurídico da Afasc. Claro que foi de maneira voluntária. Fiz isso com a primeira-dama Adriana e com toda aquela equipe. A Afasc faz um trabalho maravilhoso, mas hoje ela tem um cunho político-eleitoral. Seja nas nomeações, seja nos cargos, seja nos clubes de mães, tem tudo isso. Nós vamos trazer isso diretamente para o cunho social. A Afasc não pode estar no bairro mais rico de Criciúma, Adelor. Isso é um deboche para a sociedade. Isso é um deboche para as classes menos privilegiadas. A Afasc precisa ir para os bairros, precisa ir para a Quarta Linha, precisa ir para Santa Luzia, precisa ir para Próspera, e assim por diante.
 

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