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Sommelier de vacinas

Por Dr. Renato Matos 14/06/2021 - 07:39 Atualizado em 14/06/2021 - 07:40

A vacina tríplice viral é uma combinação dos vírus vivos atenuados do sarampo, da caxumba e da rubéola, usada rotineiramente em crianças acima de 12 meses de idade.
Em janeiro foi tornado público um estudo preliminar feito na Universidade Federal de Santa Catarina, sugerindo que o seu uso reduziria o risco de internação por Covid-19 em 74%. 
Apesar da falta de plausibilidade e o pequeno número de voluntários testados, algumas pessoas correram para tomá-la, esperando com isso ativar sua imunidade.  
Não leram a bula.
Lá está descrito que de 5% a 15% dos vacinados apresentam febre alta (maior que 39,5⁰C), que surge de 5 a 12 dias após a vacinação, com um a cinco dias de duração. Alguns podem apresentar convulsão febril, sem consequências graves.
A bula também informa que inflamação das meninges (meningite), em geral benigna, pode ocorrer entre o 11º e o 32º dia após a vacinação, além de inflamação do cérebro (encefalite), que pode surgir entre 15 e 30 dias após a vacinação. 
O número dessas complicações oscila entre 1 a cada 1 milhão e 1 a cada 2,5 milhões de vacinados com a primeira dose.

Outra vacina de uso corrente, a meningocócica ACWY, da Pfizer, a mesma fabricante da vacina contra o SARS-CoV-2, indicada para crianças e adolescentes, leva, em até 10% dos casos, a reações no local da aplicação, irritabilidade, dor de cabeça, sonolência, perda de apetite, febre, dores musculares e calafrios.
A mesma bula da vacina da Pfizer indica que “como ocorre com qualquer vacina, pode não ser induzida resposta imune protetora em todos os vacinados”.

Se formos ler a bula de todas as vacinas que são aplicadas há décadas, a relação de efeitos colaterais é muito semelhante.
Não seria diferente com as vacinas contra o coronavírus. 
Reações graves são excepcionalmente raras, a ponto de, quando aparecem, levarem à suspensão temporária de seu uso, até que a relação de causalidade seja estabelecida.

Além disso, não existem estudos comparando a efetividade das vacinas.
A eficácia de 90% de uma vacina não pode ser simplesmente comparada com os 70% de outra, testadas em outros locais e sob diferentes condições.

Todas as vacinas utilizadas no Brasil foram aprovadas em grandes ensaios clínicos e já tem o aval da Organização Mundial de Saúde.


Com menos de 15% da população brasileira vacinada com as duas doses necessárias, não é hora de querer ficar escolhendo marca de vacina.

Qual a melhor?

Aquela que puder ser aplicada no seu braço.
 

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