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Seja esperto - a máscara sob outra perspectiva

Por Dr. Renato Matos 10/08/2020 - 09:34 Atualizado em 10/08/2020 - 09:35

A indicação do uso generalizado de máscaras foi uma das maiores inovações desta pandemia.

Apenas no início de junho a Organização Mundial da Saúde rendeu-se às evidências e passou a indicar o seu uso em ambiente comunitário.

“Máscaras podem fazer mais do que proteger os outros durante COVID-19: reduzindo o inóculo do SARS-CoV-2 para proteger o usuário” foi um artigo recente publicado pela Dra. Mônica Gandhi, da Divisão de Doenças Infecciosas da Universidade da Califórnia.

Defende a teoria que exposição a menores concentrações de partículas virais (o inóculo) pode levar a formas menos severas da doença. Há plausibilidade – menos vírus, maior a probabilidade de o sistema inato de defesa evitar a infecção.

Esta proposição não é nova.

Desde 1938 existe o conceito de LD50 - dose letal que mata 50% dos animais expostos a determinadas concentrações virais.

Experimentos feitos em humanos com o vírus da Influenza A já mostravam que quanto maior o inóculo, maior a gravidade dos sintomas.

Alguns exemplos são utilizados na publicação.

Hamsters expostos à contaminados pelo coronavírus, separados por tecido usado em máscaras cirúrgicas, tiveram menos infecções. E, quando doentes, apresentaram manifestações mais leves.

Em humanos estudos observacionais nos dão bons indicativos.

Navios de cruzeiros são bons modelos – diversas pessoas confinadas.

Em fevereiro houve o surto no navio Diamond Princess, com 3700 passageiros. Após a detecção de um passageiro infectado que desembarcou em Hong Kong, todos a bordo foram obrigados a ficar numa hoje impensável quarentena.

Ao final, 712 passageiros infectados e 10 mortos.

Naquela fase o uso de máscaras não era usual.

Dos infectados, 80% tiveram sintomas.

Contrasta a expedição que partiu em março de Ushuaia, Argentina, para um cruzeiro pela Península Antártica. Na saída, todos os 128 corajosos passageiros e 95 tripulantes (a OMS já havia declarado que estávamos em uma pandemia) estavam bem.

No oitavo dia um passageiro apareceu com febre. Os protocolos de isolamento foram imediatamente iniciados e todos começaram a usar máscaras cirúrgicas. Para aqueles que tinham contato com os sintomáticos, máscaras N95 - aquelas que são usadas em ambiente hospitalar.

Dos 128 comprovadamente infectados, apenas 19% com sintomas.

Seja esperto. Use máscara

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