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Escola sem partido e a geração que não gosta de política

Por Ananda Figueiredo 19/12/2017 - 10:20 Atualizado em 19/12/2017 - 12:34

No último dia 11 a Câmara de Vereadores de Criciúma aprovou o projeto "Escola sem Partido". Não pretendo apresentar o projeto, que já foi citado aqui no portal algumas vezes e cujo texto inicial você pode ler aqui. Minha intenção neste texto é compartilhar minha opinião sobre o projeto. Entre, sente, pegue um chá e vamos conversar...

Em tempos em que os partidos políticos e seus representantes tomaram os meios de comunicação e têm sido o principal assunto, tenho ouvido muito a frase "não gosto de política". Entendo. Na medida em que a política tem sido apresentada como sinônimo de política partidária, negar a participação ou mesmo o gasto de energia mental em algo tão corrompido é totalmente compreensível. Mas será que política é só isso mesmo?

A palavra “política” provém do grego “politéia”, termo que era usado para se referir a tudo relacionado a pólis (cidade-estado) e à vida em coletividade. Desta forma, podemos afirmar que a política está relacionada diretamente com a vida em sociedade, de modo a fomentar que cada indivíduo expresse suas diferenças e conflitos sem que isso seja transformado em um caos social. Em outras palavras, política tem relação direta com o exercício da cidadania.

O projeto Escola sem Partido acredita que as escolas têm sido palco de doutrinação partidária. Desconheço as fontes desta crença, mas julgo os fatos apresentados no site como movimento de construção e promoção de consciência política crítica. Ou seja, para mim, quando o movimento ESP vê partidos, eu vejo política, no seu conceito mais amplo. 

Falar de Karl Marx é falar de política. Falar de Adam Smith é falar de política. Enquanto ideologia, eles estão nos extremos opostos e, sim, dão origem à partidos políticos. Mas não são partidários, tampouco falam de instituições partidárias. Repito: eles falam de política, ou seja, acreditam e defendem uma forma de viver em sociedade, sem que os conflitos e diferenças provoquem um caos social.

Você, que viu o título deste texto, entrou, sentou, pegou um chá e dedicou uns minutinhos do seu dia na leitura, acredita em um determinado modelo de sociedade. Eu, aqui deste lado do computador, também. E sabe como você, aqui nestas linhas finais, concluiu se concorda ou não com a minha forma de ver a sociedade? Conhecendo o meu modo de pensar. E olha que é só o MEU modo de pensar, guardado na sua insignificância. Estes caras que o ESP buscam proibir na escola são nomes conhecidos e estudados mundialmente, ao longo de centenas de anos. E sabe como é que a gente sabe se concorda ou não com eles? Conhecendo. Até porque, eles falam de política, e pode ser que o Sr. Prefeito determine uma escola sem política. Mas, aí, espero que ele determine também que todas as outras instituições sejam sem política. Já pensou a saúde pública sem partido? Como é que você vai conseguir dar um jeitinho de acelerar o agendamento daquela consulta médica pelo SUS?

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