O Heriberto Hülse viveu um daqueles dias em que o futebol mostra sua face mais cruel.Casa cheia, clima de festa, líder contra lanterna. O cenário era perfeito para um domingo de celebração do torcedor carvoeiro. Mas o roteiro foi escrito de outra forma: o Paysandu goleou- 4 a 2 no Criciúma,e calou o HH.
Foi um choque de realidade. A equipe de Eduardo Baptista entrou em campo irreconhecível. Baixa intensidade, desconcentrado em alguns momentos e um sistema defensivo que sofreu diante do aguerrido Paysandu— especialmente nos pés de Maurício Garcez, o craque do jogo que atormentou a defesa carvoeira.
Enquanto o Tigre parecia disperso, o Paysandu viveu sua tarde épica. Marcou forte, foi letal e fez o jogo da temporada. Não é exagero dizer: foi a melhor atuação do Papão no ano. E para o Criciúma, foi a prova de que, na Série B, não existe jogo ganho antes da bola rolar.
É claro: não há terra arrasada. O Criciúma segue líder e dono de uma campanha sólida. Mas a derrota expõe perigos que não podem ser ignorados. Principalmente nos confrontos contra os chamados “candidatos ao rebaixamento”, que costumam ser traiçoeiros.
Na Série B, intensidade não é opcional. Nivel de concentração alto é obrigação. E ser letal, mesmo nos dias mais favoráveis, é determinante. O Tigre precisa estar a 100 por hora sempre, porque a competição não perdoa deslizes.
Fica a lição: superioridade só se confirma dentro das quatro linhas. E se quiser seguir sonhando alto, o Criciúma precisa transformar esse tropeço em aprendizado imediato.
Abre o olho, Tigrão.