A notícia caiu como um balde de água fria: Criciúma Esporte Clube e a UNESC não renovarão o contrato de patrocínio para as próximas temporadas.
No futebol de alto nível, onde a régua financeira é cada vez mais exigente, decisões duras fazem parte do jogo. O argumento econômico é compreensível. Mas o futebol, quando visto com profundidade nunca foi só planilha.É preciso olhar o macro. Olhar a história. Olhar o contexto.
Foram cinco anos de parceria, iniciados nos tempos de vacas magras, quando permanecer ao lado do clube exigia mais convicção do que retorno imediato. A Unesc não era apenas uma marca na camisa. Era presença estrutural. Era parceria de verdade.
O Criciúma é, sem dúvida, a instituição esportiva mais conhecida do nosso estado . A Unesc, uma das maiores universidades de Santa Catarina. Juntas, construíram algo raro no futebol brasileiro: uma ponte sólida entre esporte e educação.
O aporte financeiro, muitas vezes, era o detalhe. Atletas das categorias de base tornaram-se bolsistas. Estudaram. Formaram-se. Estagiaram. Prestaram serviços ao clube, reduziram custos operacionais e, sobretudo, ampliaram horizontes. O jovem deixava de ser apenas atleta e passava a ser cidadão com futuro, com profissão, com dignidade além das quatro linhas. Esse valor não cabe em contrato. É intangível.
Quando essa união se encerra, não perde só o clube.Perde o esporte.Perde o jovem. Perde a região.
O futebol brasileiro precisa, urgentemente, reaprender a valorizar parcerias de longo prazo. O Mirassol Futebol Clube deu uma aula recente ao recusar uma proposta milionária de uma casa de apostas para manter o relacionamento com a Cimentos Poty, parceira fiel há 15 anos desde a segunda divisão paulista até a vitrine máxima da Série A( como seu patrocinador master) Isso é visão. Isso é gratidão. Isso é estratégia.
Criciúma e Unesc representavam exatamente isso: dois gigantes caminhando lado a lado, entregando à sociedade algo que ia muito além do resultado de domingo. Entregavam oportunidade. Entregavam formação. Entregavam transformação.
O fim dessa parceria deixa um alerta claro para todo o ecossistema esportivo: futebol forte não se constrói apenas com dinheiro novo, mas com alianças leais, visão de longo prazo e compromisso com pessoas.Porque, no fim, o verdadeiro jogo é fora das quatro linhas. E ali, educação e esporte sempre jogaram no mesmo time.
Dias melhores ao nosso Tigre- Vida longa a Unesc.
Alex Maranhão
Esporte & Negócios
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