O futebol brasileiro vive hoje uma realidade inflacionada. Salários anuais milionários, luvas fora da curva, comissões agressivas e uma lógica perigosa que se repete nos bastidores: “resolve agora, a conta a gente vê depois”.
Esse modelo já derrubou clubes grandes.
E o Criciúma precisa estar muito atento para não repetir em 2026 os erros cometidos em 2025. O ano passado tinha tudo para ser tranquilo para o Tigre. Busca pelo tri Catariense, Copa do Brasil e acesso, com Elenco competitivo, ambiente favorável, planejamento possível, margem para ajustes pontuais.
Mas o que se viu na prática foi diferente.Contratações equivocadas.
Pouco retorno técnico.
Nenhum salto de performance coletiva. Alguns vexames inesquecíveis pelo torcedor. E, em contrapartida, um peso significativo nas finanças do clube.
Sem citar nomes - porque o debate aqui é gestão, não pessoas, houve pelo menos 04 casos de atletas contratados com cifras muito acima do mercado, salários acima dos 100 mil reais mensais, cujo retorno esportivo ficou aquém do esperado.
São bons jogadores?
Sim.
Têm mérito?
Claro que têm.
O problema nunca foi o porquê das contratações.
O problema sempre foi como elas foram feitas. Valores descolados da realidade do clube, sem lastro esportivo proporcional e sem margem de erro financeiro.
Lembro de uma conversa franca que tive com um ex-presidente do Criciúma e ótimo Gestor Vilmar Guedes. Na época, o clube estava bem na Série A, organizado, com dinheiro em caixa. Eu questionei sobre investir mais pesado no elenco.
Ele respondeu com uma frase que ficou marcada:
“Maranhão, precisamos ser prudentes. Senão, em pouco tempo, voltaremos a passar o pires.”
Confesso: na hora, discordei.
Achei que aquele era o momento de investir forte em material humano de qualidade para manter o clube na elite.
Um ano e meio depois, ele estava certo.Hoje, o Criciúma vive uma realidade bem diferente. Dificuldade para fechar contas, cenário desafiador e decisões que precisam ser ainda mais cirúrgicas.
Salários acima de 100 mil reais não são proibidos. Mas precisam ser exceção, não regra.Se forem feitos, que sejam para atletas realmente diferenciados, com números atuais, impacto imediato e capacidade de resolver problemas dentro de campo.Mesmo assim, desde que não comprometam a saúde financeira do clube.
Esse precisa ser o critério:
➡️ desempenho acima da média
➡️ custo compatível com a realidade
➡️ risco controlado
Espero, sinceramente, que a gestão liderada pelo presidente Canella, Éder e sua equipe - pessoas apaixonadas pelo Criciúma, faça uma análise profunda, responsável e corajosa.Que se evitem armadilhas já conhecidas.
Que se oportunizem mais jovens.
Que o clube volte a errar menos fora de campo para competir melhor dentro dele.
Porque futebol não se ganha só com paixão.Se ganha com decisão certa, na hora certa.
-Pessoas melhores.
-Decisões melhores.
-Resultados diferentes.
É isso que o torcedor espera do maior Tricolor do Sul do mundo em 2026 boas festas a todos!
Alex Maranhão
Esporte & Negócios