No futebol, resultados costumam ser o argumento final. No Criciúma, ao que parece, nem isso é suficiente. Gabriel Carvalho foi demitido mesmo sendo o responsável pela melhor campanha da história do clube nas categorias de base. Um fato. Documentado. Mensurável. Incontestável.
Nos últimos dias, as demissões no corpo técnico e diretivo do Criciúma EC se espalharam pela cidade acompanhadas de um discurso conhecido: renovação, mudança de mentalidade, redução de gastos. Palavras fortes. Bonitas. Necessárias, muitas vezes.
Algumas saídas, como as de Wilsão e Serginho Lopes, até se enquadram nesse contexto. Profissionais competentes, mas que estavam há muito tempo nos cargos. E sejamos justos: a última grande safra de jogadores realmente preparados para o time principal foi entregue ainda em 2018, com Nino e Claudinho. Até aqui, o debate é racional. O que foge completamente à lógica esportiva é a demissão de Gabriel Carvalho.
Jovem, preparado, estudioso. Um treinador alinhado ao futebol moderno, atento às exigências táticas, físicas e comportamentais que o jogo atual impõe, especialmente na formação de atletas. Os resultados não deixam espaço para interpretação:
- Tricampeão Catarinense Sub-20
- Terceiro lugar na Copa São Paulo, a melhor campanha da história do Criciúma na competição
- Acesso à Série A do Campeonato Brasileiro Sub-20.
- Não se trata de promessa. Trata-se de entrega.
Em qualquer clube com visão de futuro e até fora do futebol , um profissional com esse histórico estaria sendo promovido, protegido e valorizado. No Criciúma, foi desligado. Na prática, o clube optou por abrir mão de um ativo estratégico em um dos setores mais sensíveis e carentes de evolução: a base.
E aqui está o ponto central. A base não é custo.A base é investimento, identidade e sustentabilidade. É ela que reduz gastos no profissional, forma atletas alinhados à cultura do clube e gera receita. Enfraquecê-la não é modernizar. É andar para trás.
Demissões fazem parte do futebol. Decisões duras também.Mas quando se demite quem entrega resultado, qualifica o processo e aponta para o futuro, o problema não é o profissional.É a escolha.
O Criciúma tinha em Gabriel Carvalho um treinador pronto para crescer junto com o clube. Optou por interromper esse caminho.E tentar explicar essa decisão como parte de um processo de renovação é, no mínimo, justificar o injustificável.
O futebol moderno exige capacidade de tomada de decisão acertiva. E o tigre vai precisar aprender a jogar esse jogo.
Alex Maranhão
Esporte&Negócios
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