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O melhor presente de um pai

Por Adelor Lessa Edição 12/08/2022
Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal

Sou um pai orgulhoso. 
Tenho três filhos maravilhosos.
São guerreiros, fortes, inteligentes.
Ao mesmo tempo, queridos, fraternos e amáveis.

Arthur, o primogênito.
Luiza, a primeira filha mulher.
Alice, a caçula.

No fim de semana dedicado aos pais, melhor presente é conviver com eles.
É partilhar minha vida com eles.

Já deram muitas alegrias.
E muitos apuros.
O primeiro foi na beira da praia.

Arthur tinha 3 anos (hoje tem 36).
Estávamos em Balneário Camboriú.
Praia lotada. De ponta a ponta.
Não cabia nem mais um guarda-sol.

Ao redor, ninguém conhecido.
Até que o Arthur sumiu.

Foi só olhar para o lado, dois minutos, e quando voltei atenção para ele, não estava mais. Corri para um lado, para o outro. E nada.
 
Bateu o desespero!
Onde foi parar esse menino?!

Cada minuto que passava, parecia uma hora. E ele não aparecia.

Roubaram? Foi para o mar?
Tudo passava pela cabeça.

Então, vimos um grupo vindo do outro lado da praia, batendo palmas.

Era o sinal que tinha criança perdida, e eles sabiam onde estava.

Fui correndo. Eles me informaram que uma criança, nas características do Arthur, estava no posto de salva vidas. Lá fui eu em desabalada carreira.

E era ele mesmo.

Depois da emoção do reencontro, uma conversa com o salva vidas. Para agradecer imensamente por identificar que a criança estava perdida, resgatá-la e protegê-la.

E ele estava curioso, queria saber: “O Sr é famoso na sua cidade, né?”

Desconhecido por lá, sempre tinha trabalhado em Criciúma, devolvi:
“Mas por quê? Quem disse isso? De onde o Sr tirou isso?".

Na época, eu trabalhava na RBS TV, participava do Jornal do Almoço, e apresentava o programa de rádio que está no ar até hoje.

O salva-vidas contou que quando resgataram Arthur, a primeira coisa que ele disse foi:
“Eu sou filho do Adelor Lessa”.

O salva vidas devolveu: "Mas quem é o Adelor Lessa?”

Indignado, Arthur reagiu, de cara fechada já:
“O Sr não conhece o Adelor Lessa? O Sr não vê televisão, nem ouve rádio?”.

Para o Arthur, na ingenuidade de uma criança de 3 anos, o programa de rádio que o pai apresentava na sua cidade, e o quadro que fazia na televisão, eram vistos em todo o mundo.

E todo mundo tinha que conhecer o seu pai.

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