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UTIs no Sul de SC operam sob pressão em meio à emergência estadual em saúde

Mesmo com alguma disponibilidade, leitos adultos ultrapassam 90% de ocupação na região

Por Maryele Cardoso 14/06/2025 - 12:47 Atualizado há 8 horas
Foto: Divulgação
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O Governo de Santa Catarina decretou, na quinta-feira (12), situação de emergência em saúde pública devido ao aumento expressivo nos casos de síndromes respiratórias, como a influenza, e à superlotação nos hospitais da rede pública. A medida foi tomada após o índice de ocupação das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) ultrapassar os 90% em todo o estado.

De acordo com o secretário de Estado da Saúde, Diogo Demarchi, o decreto formaliza ações que já estavam em andamento e dá respaldo legal para ampliar investimentos e acelerar processos emergenciais. “O decreto é um ato mais administrativo para chancelar as ações que nós já estamos fazendo. Estamos reforçando a rede, organizando a compra de leitos e garantindo assistência diante desse momento de sobrecarga, especialmente por conta das síndromes respiratórias”, afirmou.

Índices de ocupação de UTIs da região sul de SC

Conforme dados mais recentes do CIEGES/SC (Centro de Informações Estratégicas em Gestão Estadual de Saúde), atualmente a taxa de ocupação geral de UTIs nas regiões da AMREC (região carbonífera), AMESC (extremo sul) e AMUREL (região de Tubarão) é de 83%. O índice é o melhor do Estado no momento, reforçando a capacidade de resposta da rede hospitalar sul-catarinense diante das demandas por cuidados intensivos. 

Entre as categorias, os leitos de UTI adulto apresentam a maior taxa de ocupação, com 91,2%, ainda mantendo disponibilidade para novos pacientes. Já os leitos pediátricos estão com 65,2% de ocupação, e os neonatais com 71,1%. Apesar da alta procura, especialmente entre os leitos adultos, todas as categorias seguem com disponibilidade, o que garante margem de segurança e suporte adequado à população. 

Dados em Criciúma

Segundo o secretário municipal de Saúde de Criciúma, Deivid Freitas, mais de 400 casos de síndromes respiratórias foram registradas no município neste ano. De janeiro até este momento, foram oito óbitos ao todo, e um deles foi de uma criança de apenas três meses. "Os demais são idosos e em grande maioria não tiveram doses da vacina da influenza, aplicada", explica Deivid.

Quanto aos leitos de UTI ocupados na cidade, a Secretaria de Saúde informou uma taxa de ocupação um pouco maior que 85%, valor menor em relação às demais regiões do estado.

Criciúma e região: cenário de alerta contínuo

Deivid Freitas, destacou o esforço do município em acompanhar de perto a situação e reforçar a principal arma contra a proliferação das síndromes respiratórias, a vacinação. “O município vem monitorando os casos diariamente, intensificando ações de vacinação, que é a principal forma de controle. Estamos atuando com campanhas de orientação e também dentro do junho Lilás, que é um mês dedicado ao enfrentamento das síndromes respiratórias”, ressaltou Freitas.

O secretário destacou ainda a importância de buscar atendimento nas unidades básicas de saúde (UBSs) nos primeiros sintomas para evitar complicações e sobrecarga nos hospitais de alta complexidade. “Ao procurar a UBS logo nos primeiros sinais de sintomas, o paciente recebe um atendimento mais rápido e eficaz. Isso evita que o quadro se agrave e também contribui para que os hospitais de alta complexidade não fiquem sobrecarregados”, ressaltou o secretário.

Já a diretora técnica do Hospital São José, em Criciúma, Dra. Cassiana Mazon Fraga, afirmou que os leitos de UTI da instituição operam constantemente em regime de alta demanda. “Todos os leitos de UTI são regulados pelo Estado. Já trabalhamos com ocupação superior a 90% ao longo do ano. Hoje, essa taxa permanece, com alguns leitos ocupados por casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG)”, explicou.

A médica reforçou a importância do trabalho conjunto entre os municípios e o Estado para manter a regulação funcionando de forma eficiente e garantir a rotatividade dos leitos com base na gravidade dos casos. “Essa parceria é essencial para que a regulação funcione bem e os leitos sejam ocupados conforme a gravidade de cada caso”, finaliza.

Vacinação e prevenção: foco das ações

Com o avanço das síndromes gripais e respiratórias, as autoridades de saúde reforçam a necessidade de vacinação da população. O Ministério da Saúde e o Governo de Santa Catarina têm mantido campanhas ativas para alcançar o maior número possível de pessoas, principalmente os grupos de risco, como crianças, idosos e portadores de doenças crônicas.

“Mais do que nunca, é fundamental que a população procure os postos de saúde para se vacinar. Essa é a principal barreira que temos hoje contra a disseminação do vírus”, alertou Deivid Freitas.

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