Vamos fazer uma brincadeira, caro leitor? Eu começo uma música, e você termina. Vamos lá??

O tempo passa, o tempo voa, e a ___ 

Vamos mais uma? 

Poupançudos… poupançudos da ___ 

Pois é. Se você tem menos de 30, acertou a segunda. Se tem mais de 30, acertou a primeira (ou, talvez, ambas). 

Percebeu o que as duas músicas têm em comum? A Caderneta de Poupança. 

Há muitas e muitas décadas, sem que você tenha se dado conta, somos bombardeados com esse tipo de publicidade bancária. 

A Caderneta de Poupança foi instituída em 1861, pelo imperador Dom Pedro II, no mesmo decreto que criou a Caixa Econômica Federal. 

No decreto, está lá, que a Caderneta de Poupança “tem por fim receber a juro de 6%, as pequenas economias das classes menos abastadas”. 

Ela foi criada para ser um meio fácil da população leiga guardar seu dinheiro. Na segunda década da sua criação, inclusive, um novo decreto imperial possibilitava que escravos fizessem depósitos na Poupança, para comprarem suas alforrias. 

Perceba: a Caderneta de Poupança foi criada com o intuito de GUARDAR dinheiro, e não de investi-lo. O juro recebido é uma mera compensação da inflação do ano. 

O mercado bancário, porém, percebeu nela um grande filão. Depois de um século utilizando a Poupança para guardar suas economias, o brasileiro já estava acostumado a ela. E abriu as portas para uma enxurrada de lucro dos bancos. 

Adoniran Barbosa, Os 3 do Rio, Marcelo Novaes, Françoise Forton, Balão Mágico, Cartola, Patrícia Pillar, Cláudio Mamberti… sem falar nos inúmeros personagens infantis, como os Poupançudos da Caixa e os Sacis do Banco Econômico. 

Em comum, todos estes nomes já atuaram em comerciais de TV que diziam que a Poupança é um ótimo investimento para o seu futuro, um caminho para realizar sonhos, e um sem número de frases de efeito que, quando se conhece a verdade, você vê que não é “bem assim”. 

A Poupança rende, por lei (para depósitos a partir de 2012), 70% da taxa Selic. 

E em momentos (como agora, em 2022) de Selic acima de 8,5% ao ano, ela rende 0,5% ao mês. 

O problema (que nenhum comercial de banco vai te contar) é que esse rendimento não cobre nem as perdas da inflação. Nem de longe. 

Nos últimos 12 meses, temos uma inflação acumulada de 11,89% - enquanto a poupança rendeu míseros 6,96%. 

Seu dinheiro está perdendo valor, a cada dia. 

E há quem diga que mantém seu dinheiro na Poupança porque ela é “segura”. Outra balela enfiada em nossas cabeças depois de 150 anos de propagandas. 

A segurança da Poupança é a segurança do banco. E bancos, como qualquer outra empresa, também estão sujeitos a problemas. 

É só sair pela cidade e procurar um BESC, ou um Bamerindus, um Nacional, Meridional, Sudameris… e você vai perceber o quanto essa “segurança” é somente propaganda. 

Quer uma alternativa realmente segura à Poupança? Tesouro Selic. Rende mais, é mais seguro e infinitamente mais protegido. 

E, se quiser aprender a investir, de verdade, é só me procurar lá no instagram: @lebeninca. 

O tempo passa, o tempo voa… e eu vou trabalhando para que a Poupança nem exista mais. 

Leandro Benincá - O cara que quer acabar com a Poupança no Brasil