A confirmação do rebaixamento do Figueirense e do Paraná na última terça-feira, 26, já permite um esboço de qual será o grupo do Tigre na Série C de 2021. A tendência é os quatro clubes rebaixados na Série B de 2020 irem ao Grupo B, onde provavelmente estará o Tigre, devido à regionalização da primeira fase da terceira divisão nacional. 

Também deve ser o Grupo B o destino de dois clubes ascendentes da Série D: o Novorizontino e o Mirassol, ambos do interior de São Paulo. Assim, o Tigre deve ter como adversário cinco paulistas - Botafogo-SP, Oeste, Mirassol, Novorizontino e Ituano -, um catarinense, o Figueira, dois gaúchos - Ypiranga e São José - e um parananense, o Paraná Clube.

Pela localização geográfica, Tombense, de Minas Gerais, e Volta Redonda, do Rio de Janeiro, estados mais ao norte na região Sudeste, devem migrar para o Grupo A, ao lado de equipes do Norte e Nordeste - com a ascensão do Vila Nova, o Centro-Oeste não terá nenhum representante na competição.

Retrospecto recente melhor no Grupo B

Na chave do Tigre está a maioria dos clubes com passagem recente pela Série B - além dos quatro rebaixados, Oeste, Botafogo, Figueirense e Paraná, o próprio Tigre, rebaixado em 2019. Outro da chave com passagem pela Série B é o Ituano; no entanto, remanscente da Série C neste ano, o time do interior paulista não frequenta a B desde 2007.

Os gaúchos São José e Ypiranga nunca jogaram a segunda divisão nacional, mas consolidam-se como forças da Série C. O Ypiranga conseguia o acesso à Série B até os 43 do segundo tempo da rodada derradeira da Série C deste ano, quando um gol do Londrina contra o Remo tirou a classificação do time do Norte do Rio Grande do Sul - paranaenses e paraenses conseguiram o acesso.

Além do próprio Tigre, campeão em 2006, a única equipe da chave que comemorou um título da terceira divisão nacional é o Ituano, em 2003. O Paraná Clube, campeão da Série B de 1992, tem como melhor participação na C um 3º lugar em 1990, primeiro ano após a fusão entre Colorado e Pinheiros que originou o clube.

Dentre os 10 clubes está um debutante na Série C: o Novorizontino, fundado em 2010 em Novo Horizonte, cidade no Oeste paulista com pouco mais de 40 mil habitantes.

No Grupo A, tradição x debutantes

Na outra chave estão clubes tradicionais do Nordeste brasileiro que, apesar da força regional, enfentam dificuldades recentes em se consolidar no cenário nacional: o principal é o Santa Cruz, um dos grandes de Pernambuco, que vai disputar a sétima Série C de sua história - em comparação, tem 20 participações na Série B, a última em 2017. 

A Cobra Coral tem um título da terceira divisão nacional, em 2013 - a única conquista de Série C de times do Grupo A.

Outra força da chave vem do Norte, o Paysandu: jogará pela 11ª vez a Série C, divisão que está desde 2019, após ser rebaixado da B em 2018. A melhor participação do Papão da Curuzu em Série C foi em 2014, com o vice-campeonato. De Série B, tem dois títulos, longínquos: em 1991 e em 2001.

Metade das equipes dessa chave nunca jogaram uma Série B: Altos, do Piauí, Floresta, do Ceará, Tombense, de Minas Gerais, Jacuipense, da Bahia, e Manaus, do Amazonas. O Altos e o Floresta fazem, inclusive, o debute em Série C.

Botafogo da Paraíba, Ferroviário, do Ceará, e Volta Redonda, do Rio de Janeiro, não disputam a Série B há mais de 20 anos: 1989, 1991 e 1998, respectivamente.