A confusão ao fim do jogo contra o Atlético-GO, pela 20ª rodada da Série B, rendeu ao atacante Zé Carlos quatro jogos de suspensão como punição. A decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STJD) foi determinada após julgamento realizado pela Quinta Comissão Disciplinar do STJD. O lateral Marlon, que foi expulso na mesma partida, por também se estranhar com os adversários acabou sendo absolvido. O Criciúma pode recorrer.

Como Zé já cumpriu a suspensão automática pelo cartão, o atleta deve ficar fora nas partidas contra o Juventude, Fortaleza e Avaí. O atacante foi julgado no artigo 254-A do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) por agressão física durante a partida. Na confusão ele agarrou o zagueiro Gilvan pelo pescoço.

A análise do relator

Na decisão, o auditor Flávio Boson, relator do processo, afirmou que as imagens facilitaram seu convencimento. “As imagens relevam o que é relatado na súmula. Esse tipo de ocorrência já vimos N vezes. Acho que o Zé Carlos sim estava provocando todo mundo, depois apertou o pescoço. Acho que a expulsão ficou de bom tamanho para Marlon, Gilvan e Júnior Brandão, mas ao Zé Carlos mantenho no 254-A e aplico a mínima de quatro partidas”, justificou.

Os auditores Eduardo de Mello e Sormane Freitas acompanharam o entendimento do relator para punir com quatro jogos Zé Carlos e absolver os demais atletas. Já o presidente da Comissão, Rodrigo Raposo, acompanhou na punição de Zé Carlos e divergiu para aplicar uma partida de suspensão a Marlon, Gilvan e Júnior Brandão.

O departamento jurídico do Criciúma irá entrar com efeito suspensivo na manhã de hoje para tentar reverter a decisão. “Vamos continuar defendendo de que não houve uma atitude agressiva. Todos os demais atletas foram absolvidos, não tem porque ele ser punido. Esperamos conseguir o efeito amanhã (hoje) ou no máximo segunda pra ele poder viajar com o time. No mínimo conseguir uma redução de pena”, disse a advogada Samira Zanbrano.

Enquanto isso, Tigre segue atrás de um atacante

Já prevendo uma possível punição de Zé Carlos e com as baixas do setor, como Lucas Coelho e João Paulo, o diretor de futebol Nei Pandolfo segue atrás e um atacante. Inicialmente, a informação era de que no radar do Tigre estavam Ortigoza, que disputou a Série C pelo Náutico, mas o atleta já acertou com o Paysandu. Outro nome é o de Giovane Gomes, do Pelotas.

“Conversamos com alguns atletas. Chegamos a falar com Wellington (Paulista, que está treinando afastado do grupo principal) na Chapecoense. Mas ele não quer fazer nenhuma movimentação agora. Olhamos jogadores do Botafogo (SP), do Bragantino e até do próprio Náutico, como é o caso do Wallace Pernambucano”, revelou Nei.

O prazo para as inscrições de jogadores para a Série B termina no próximo dia 10. Por isso, o Criciúma corre contra o tempo para anunciar um nome. Conforme o diretor de futebol, o foco no momento é só mesmo o ataque. “Estamos buscando no nicho de jogadores com características de presença de área. O Zé nos ajudou bastante nos últimos três jogos, mas é um jogador com um pouco mais de idade, pesado. Precisa ter alguém pra substituir ele quando necessário. O Giovane Gomes é um atleta bem referenciado, tem força física, fizemos até uma comparação com o Lucão que passou aqui no ano passado. É uma forma que pode dar certo no Criciúma”, afirmou.