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Salvaro e as razões para romper com a Casan

Na Câmara, prefeito eleva o tom das críticas à estatal
Por Denis Luciano Criciúma, SC, 07/05/2019 - 19:14 Atualizado em 07/05/2019 - 19:17
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"se fosse vantajoso, teria Casan na terra dos ex-governadores Luiz Henrique (Joinville), Leonel Pavan (Balneário Camboriú), Vilson Kleinubing (Blumenau), Raimundo Colombo (Lages) e do atual, Carlos Moisés (Tubarão)". Assim, o prefeito Clésio Salvaro (PSDB) resumiu a sua ida à Câmara de Vereadores, nesta terça-feira, para tratar sobre o possível rompimento de contrato entre a prefeitura de Criciúma e a estatal de água e esgoto.

"A Casan desde 1974 explora os serviços na cidade. O questionamento não é ao serviço, mas sim ao preço cobrado do cidadão", explicou Salvaro. O prefeito fez uma comparação entre os consumidores de Araranguá e Criciúma. "Em Araranguá, para cada 10m³ o contribuinte paga cerca de R$ 47 para ter água e tratar esgoto. O mesmo serviço, em Criciúma, custa R$ 88", calculou. "Isso nos tira competitividade, impacta nos salários, nos orçamentos familiares e das empresas", sublinhou.

Salvaro reforçou que a Casan fatura R$ 90 milhões anuais em Criciúma. "Mas se eles empregassem aqui a mesma tarifação que a de Tubarão, por exemplo, não faturaria mais que R$ 50 milhões", exemplificou. O prefeito reiterou que a decisão política de romper o contrato está tomada. "Faltam apenas os avais jurídico e técnico. Não tenho pressa, estamos há mais de 45 anos com a Casan, seis meses a mais, seis meses a menor não farão diferença".

Estatal pode continuar

O prefeito não excluiu, porém, a possibilidade de a Casan continuar operando em Criciúma mesmo depois do rompimento do atual contrato. "Ela pode continuar prestando serviço, só que terá que apresentar um anova tarifa", revelou. "Criciúma dá lucro, mas esse lucro não fica aqui, vai para subsidiar cidades deficitárias", bateu. Salvaro minimizou a leitura de que a Barragem do Rio São Bento, enquanto fornecedora da água para a cidade em caso de estruturação de um Samae, possa gerar um impacto no custo. "Não, a barragem foi construída 80% com recursos federais a fundo perdido. Não tem nada de amortização", garantiu.

O chefe do Executivo chegou a sugerir que "essa Casan também financiou algumas campanhas eleitorais, mas prefiro me ater ao custo do sistema. A água chega às torneiras muito cara, o esgoto a ser tratado é absurdamente caro". E pontuou que "não dá para brincar com dinheiro. É muito dinheiro sugado do povo criciumense".

Os vereadores perguntam

O primeiro vereador a indagar Salvaro foi Ademir Honorato (MDB). Ele questionou sobre a forma como a prefeitura pagaria eventual multa à Casan pelo rompimento. "Quem disse que a Casan cobrará uma multa de R$ 200 milhões. Onde foi parar esse lucro da Casan por tantos anos aqui", rebateu. "A Casan tem é que investir aqui. São oito a dez reparos por dia na cidade, com canos estourados, a rede está podre. Em vez de falar em ressarcimento, eles deveriam pensar no que estào devendo para Criciúma. Para onde foi o tanto de dinheiro tirado do nosso povo?", emendou.

Quando questionado pelo vereador Pastor Jair Alexandre (PSC) a respeito do papel da agência reguladora - recentemente Criciúma trocou a Aresc pelo Cisam Sul - Salvaro disparou: "eu tinha dúvidas se a Aresc não era um puxadinho da Casan". E afirmou que não tem certeza o quanto poderá reduzir as tarifas, "mas quero dizer que seguramente será muito mais barata".

Vereador Pastor Jair Alexandre

O vereador Zairo Casagrande (PSD) refletiu se o prefeito não deveria tratar de um tema desse fora do foco de uma campanha eleitoral, como um plano de governo. E indagou se, quando da assinatura do contrato que ele fez com a Casan em 2012 por 30, havia algum termo que Salvaro desconhecia. "Quando eu assinei estava amparado por lei, mas os interesses da cidade estão muito acima de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade", retrucou.

Vereador Zairo Casagrande

Confira mais detalhes nesta quarta-feira, a partir das 7h, no Programa Adelor Lessa na Rádio Som Maior.

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