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Restaurantes questionam distanciamento de um metro e meio entre clientes

Reclamação é de que, segundo proprietários, vigilância solicitou afastamento entre clientes na mesma mesa
Por Heitor Araujo Criciúma - SC, 23/04/2020 - 12:07 Atualizado em 23/04/2020 - 12:10
Na última sexta-feira, empresários da gastronomia e de academias pressionaram por retorno das atividades (Foto: Heitor Araujo)
Na última sexta-feira, empresários da gastronomia e de academias pressionaram por retorno das atividades (Foto: Heitor Araujo)

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A reabertura dos restaurantes foi marcada por polêmica em Criciúma. Proprietários mostraram insatisfação com a determinação de manter os clientes - inclusive de uma mesma família - afastados por um metro e meio de distância. Segundo empresários do setor gastronômico, essa situação foi alertada pela vigilância sanitária, em visitas na noite de quarta-feira para orientação de medidas de higiene e segurança em meio à pandemia do coronavírus.

De acordo com os donos de restaurantes, a exigência de um metro e meio vale para clientes da mesma mesa, o que poderia tornar inviável a abertura dos espaços. "O maior empecilho foi a necessidade de manter-se um metro e meio entre uma pessoa e outra. A vigilância sanitária passou ontem à noite e foi essa a orientação. Imagina, a família vai no mesmo carro, chega no restaurante e precisa ficar cada um a um metro e meio do outro. Tem coisa que não cabe no bom senso, o que está errado é a legislação", critica o presidente da Via Gastronômica e do Sindicato dos Hotéis, Bares e Restaurantes de Criciúma, Valsi Mazzeto. 

O decreto de reabertura dos restaurantes e demais estabelecimentos alimentícios foi assinado pelo secretário de Saúde do Estado, Helton Zeferino, através da portaria 256. Diz o 1º parágrafo do 2º artigo: "Fica determinado que os estabelecimentos constantes do Art. 1º deverão providenciar que seja mantido o afastamento mínimo de distância de 1,5 m (um metro e cinquenta centímetros) de raio entre cada cliente, que estiver consumindo no local;"

Proprietários de restaurante reafirmam a dificuldade de cumprir o requisito. Mesmo com a reabertura e independentemente das questões de higienização solicitadas pela secretaria de Saúde, empresários esperam um retorno lento dos clientes. É o caso de Gabriel da Luz, proprietário dos Las Leñas, no Nações Shopping. 

"O retorno foi bem calmo, como inaginávamos. Estamos lutando, não está fácil. Desde a abertura do shopping ao meio-dia estávamos seguindo as orientações da secretaria da Saúde. A questão do distanciamento das mesas, tirei 1/3 das cadeiras do salão para poder fazer essa adequação", afirmou Gabriel.

Outro ponto que gera dúvidas aos proprietários é o distanciamento de funcionários de um metro e meio. De acordo com o proprietário do hotel e restaurante Apolo, Leandro Vetorazzi, não há como fazer o controle sobre isso na preparação dos alimentos, na cozinha. "Para o pessoal da manipulação, é impossível produzir dentro da cozinha e você ficar 'não passa perto, pelo amor de Deus', colocaram um pânico na nossa cabeça". reclama.

Para o presidente da Via Gastronômica, além da reabertura, os estabelecimentos precisarão das linhas de crédito, prometidas pelo governo federal, para passar pelo período de recessão, acentuado pela pandemia do coronavírus, sem fechar as portas. 

"O governo programou e prometeu para chegar às micro, pequenas e médias empresas não chegou, ninguém conseguiu fazer essa recepção do dinheiro. Quando foi buscar, encontrou empecilhos para a linha de crédito. Muita gente deu férias para os funcionários no mês de abril e na volta, se não tiver recurso, só tem esses caminhos: demite, reduz, fecha, vende", alertou Valsi.

Cabe aos estabelecimentos, enquanto isso, buscar alternativas. O delivery tem sido a principal. "Na semana passada iniciamos os trabalhos com delivery, que ainda não tínhamos em Criciúma. Vamos manter o delivery e agora tem a possibilidade do cliente buscar no balcão, quem não se sentir seguro para sair com a família para o shopping, pode ligar e ir lá retirar para levar para casa", afirmou o proprietário do Las Leñas, Gabriel da Luz.

O setor deve ter uma reunião com a prefeitura na tarde desta quinta-feira, 23, para tratar dos pontos contestados do decreto estadual. A portaria estabelece que cabe às vigilâncias sanitárias dos municípios essa fiscalização aos restaurantes, conforme o artigo 5º. "A fiscalização dos estabelecimentos referidos nesta Portaria ficará a cargo das equipes de vigilância sanitária e das equipes de segurança pública". 

A reportagem do Portal 4oito tentou o contato com a chefe vigilância sanitária de Criciúma, Andréia Bertoncini. Ela informou que responderá aos questionamentos no começo da tarde. 

Tags: coronavírus

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