Ir para o Conteúdo da página Ir para o Menu da página
Carregando Dados...

Reajuste do salário mínimo impacta renda de 61,9 milhões de pessoas

Aposentados, trabalhadores e autônomos estão na lista

Por Maryele Cardoso 26/12/2025 - 18:17 Atualizado há meio minuto
Novo salário mínimo será de R$ 1.621 a partir de janeiro. Foto: José Cruz/Agência Brasil
Novo salário mínimo será de R$ 1.621 a partir de janeiro. Foto: José Cruz/Agência Brasil

Quer receber notícias como esta em seu Whatsapp? Clique aqui e entre para nosso grupo

O novo salário mínimo nacional, fixado em R$ 1.621, está previsto para entrar em vigor em 1º de janeiro e começar a ser pago a partir de fevereiro. Segundo estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o reajuste deve injetar R$ 81,7 bilhões na economia brasileira, mesmo em um cenário de maior controle dos gastos públicos. O impacto ocorre porque o salário mínimo influencia diretamente a renda de milhões de brasileiros, aumentando o consumo e movimentando setores como comércio e serviços.

LEIA MAIS:

Salário mínimo sobe 6,79% seguindo regra de valorização permanente. Foto: Reprodução Pixabay
 

Quem será impactado pelo novo valor

De acordo com o Dieese, cerca de 61,9 milhões de pessoas terão seus rendimentos diretamente influenciados pelo novo salário mínimo. Desse total:

    • 29,3 milhões são aposentados e pensionistas do INSS;
    • 17,7 milhões são trabalhadores com carteira assinada;
    • 10,7 milhões são trabalhadores autônomos;
    • 3,9 milhões são empregados domésticos;
    • 383 mil são empregadores que utilizam o piso como referência.

O aumento beneficia não apenas quem recebe exatamente um salário mínimo, mas também quem tem rendimentos e benefícios vinculados a ele.

Reajuste foi de 6,79%

O novo valor representa um reajuste nominal de 6,79% em relação ao salário mínimo atual. O percentual segue as regras da política permanente de valorização do salário mínimo, que busca preservar o poder de compra do trabalhador e garantir ganho real quando a economia cresce.

O Dieese alerta que o reajuste também traz reflexos importantes para o orçamento do governo, já que muitos benefícios e despesas são calculados com base no salário mínimo.
Entre os principais impactos estão:

    • R$ 39,1 bilhões de aumento estimado nas despesas da Previdência Social em 2026;
    • R$ 380,5 milhões de custo adicional para cada R$ 1 de aumento no salário mínimo;
    • 46% dos gastos previdenciários são diretamente afetados pelo reajuste;
    • 70,8% dos beneficiários da Previdência recebem benefícios atrelados ao salário mínimo.

O desafio do governo é equilibrar os efeitos positivos do aumento da renda da população com o controle das despesas obrigatórias, especialmente diante das metas fiscais.

Benefícios atrelados ao piso ampliam despesas públicas. Foto: Reprodução Pixabay

Como é calculado o salário mínimo

O reajuste do salário mínimo segue a Lei 14.663, de agosto de 2023. A regra considera dois fatores principais:

    • A variação do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) do ano anterior, que mede a inflação para famílias de menor renda;
    • O crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes.

No entanto, para 2026, esse cálculo sofre uma limitação parcial por causa do novo arcabouço fiscal, definido pela Lei Complementar 200/2023, que estabelece um teto para o crescimento real das despesas da União.
Mesmo com essas restrições, o aumento do salário mínimo segue sendo um dos principais instrumentos de valorização da renda e de estímulo à economia brasileira.

Copyright © 2025.
Todos os direitos reservados ao Portal 4oito