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Projeto escola sem partido: bom ou ruim?

Debate sobre o tema acontece na noite de hoje; Confira os prós e contras da iniciativa
Por Clara Floriano Criciúma - SC, 27/10/2017 - 13:02 Atualizado em 27/10/2017 - 15:56

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Acontece na noite de hoje uma audiência pública para discutir o Programa Escola Sem Partido às 19h no Teatro Elias Angeloni. Os organizadores da audiência são os vereadores Aldinei Potelecki, Pastor Jair Alexandre e Daniel Freitas.

“A cidade precisa criar uma consciência em relação a esse projeto, que vem sendo discutido e tramita na Câmara. Esse projeto vem sendo distorcido, portando é importante a reunião na noite de hoje, tanto os contrários como os favoráveis. Esse projeto tem três caminhos, pode ser aprovado, reprovado ou melhorado. Ele não pode deixar de ser discutido”, explicou Freitas.

Segundo Aldinei Potelecki, o projeto prevê a fixação de um cartaz na sala de aula com os deveres do professor, nada além aquilo que está previsto na Constituição Federal. “Fala da liberdade de consciência, liberdade de aprender e neutralidade do estado no que diz respeito às questões políticas, ideológicas e religiosas. Então o projeto não é nada mais que isso”, contou.

Para Reginaldo Bernardo, vice-presidente do Siserp e do Conselho Municipal de Educação, e Carlos Renato Carola, professor e coordenador do curso de pós-graduação em Educação da Unesc, embora “sem partido” seja uma expressão que descreva uma não posição partidária, é um projeto que tem posições políticas bem definidas.

“Isso a gente pode comprovar facilmente pelos apoios que tem se manifestado em redes sócias e debates públicos. Entendemos que é um projeto que criminaliza a prática docente, difunde ódio, perseguição à medida que instiga que pais de alunos façam denúncias anônimas”, esclareceu Carola.

 Carola argumentou que o projeto induz a população a acreditar que o problema maior da escola é o professor. “A escola está cheia de problemas e com certeza o professor é a maior vítima. Eu acho que o debate é bem-vindo, mas o projeto de lei traz consequências trágicas para a população e para a profissão docente”, esclareceu.

Para Reginaldo Bernardo, o professor, como qualquer cidadão, tem direito de ter o seu partido. E atacou os vereadores dizendo que não conhecem a educação da cidade. “Entendemos que o espaço para discutir o assunto é o lugar onde fizemos o Plano Municipal de Educação”, disse.

 Relembrando a fala de Carola, quando falou sobre criminalização, o vereador Daniel Freitas falou que há uma foto dele e de Potelecki na página do Siserp que diz que ambos são autores de projetos de censura e criminalização em escolas.

“Aí eles colocam que: Daniel Freitas, autor do projeto, que proíbe educadores de ensinar que o capitalismo gera miséria. Isso foi algo escrito por você e que mostra e traduz que é necessária essa discussão. Porque eu não quero que o meu filho entenda na escola que o capitalismo gera miséria. Então esse meme mostra claramente pra mim a necessidade da discussão”, afirmou.

E completou, mostrando uma prova na qual a 5ª pergunta questionava a necessidade da Reforma Trabalhista no Brasil. “Tem quatro respostas possíveis: a- geração de emprego; b- aumentar os lucros do patrão; c- segurança do trabalhador e; d- diminuição da jornada de trabalho. Aí eu pergunto se há a necessidade da escola sem partido ou não?! O aluno assinalou a letra ‘a’ e o professor o corrigiu assinalando a letra ‘b’. O aluno foi penalizado e perdeu pontos. Aí o professor está colocando a sua ideologia”, justificou.

“Esperamos que essa audiência de hoje venha trazer resultados. Tudo depende do debate e das discussões que vamos fazer”, completou Potelecki.

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