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Há quase três décadas, o Grupo de Apoio e prevenção a Aids de Criciúma (Gapac) ajuda pessoas com HIV e atua no combate ao preconceito em Criciúma. Para arrecadar recursos, o Gapac promove no dia 3 de dezembro um pedágio solidário. O valor será destinado para a compra de cestas básicas e itens de higiene para aproximadamente 30 famílias em situação de insegurança alimentar. Ainda, o grupo procura voluntários para ajudar na ação.
De acordo com a assistente social, Anne Schimitz, o grupo surgiu da união de pessoas que convivem com o HIV, voluntários da sociedade civil e membros do Município e Estado que trabalhavam com doenças infecciosas. "[À época] era uma doença nova, não se sabia muito, mas sabia que havia muitos problemas em relação a ela, ao tratamento. Não se tinha exatamente o que fazer e houve muitos óbitos. Mas, o pior de tudo era o preconceito", comenta.
Desta forma, o grupo iniciou suas atividades com entrega de auxílio alimentação e distribuição de leite para crianças, uma vez que mães com HIV não podem amamentar. "Até se tornar uma política pública, era o Gapac que fazia esse trabalho. O Gapac conseguiu a primeira medicação para um paciente de Criciúma e também foi a primeira em Santa Catarina. Temos uma bela caminhada", ressalta Anne. Hoje, existe tratamento e é possível conviver com a Aids normalmente, assim como qualquer pessoa com doença crônica.
"Agora, o preconceito é velado, o que torna mais difícil combatê-lo. Muitas pessoas não conseguem emprego ou, quando descobrem que têm HIV, são demitidas por causa disso", enfatiza. Nos últimos 10 anos, o número de jovens entre 15 e 19 anos com HIV cresceu 64% no país, segundo a assistente social. "Isso significa que o preconceito está tão enraizado que as pessoas não se previnem, acham que com elas nunca vai acontecer", explica.
Saiba mais sobre Gapac
O Grupo de Apoio e Prevenção à Aids de Criciúma (Gapac) foi fundado em 12 de abril de 1994. Há quase três décadas, trabalha a prevenção de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids). O objetivo é melhorar a qualidade de vida das pessoas que convivem com essas enfermidades.
Além disso, o grupo também acolhe vítimas de preconceito e discriminação - seja homofobia, transfobia, racismo, misoginia, população do sistema prisional, entre outros -, bem como seus familiares. O Gapac está localizado na Rua Anita Garibaldi, número 386, no Centro de Criciúma.
