A população total do Sul de Santa Catarina aumentou 15,9% entre as edições de 2010 e 2022 do Censo, mas o número de habitantes que se declaram pardos mais que dobrou. Eram cerca de 56 mil e agora são quase 124 mil, um aumento de 123% no período. Este foi o grupo étnico-racial que mais ganhou habitantes da região no período.

Os dados são do “Censo Demográfico 2022: Identificação étnico-racial da população, por sexo e idade: Resultados do universo”, divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (22).

A população que se declara branca ainda continua majoritária nos 45 municípios da região, com 83,6% do total, mas eram 89,8% em 2010. O município com maior percentual de autodeclarados brancos é Pedras Grandes, onde são 95,3% da população. O percentual mais baixo está em Forquilhinha, onde são 74,4% - esse também é o município com o maior percentual de declarados pardos: 21,3%.

De acordo com o IBGE, as mudanças nos percentuais das categorias de cor ou raça têm caráter multidimensional. “São vários fatores que explicam essas variações. Podem ser demográficos, de migração, de identificação, de condições de vida, de serviços, entre outras”, explica Leonardo Athias, analista do Instituto.

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População que se declara preta aumentou 36%

Os que se declaram pretos agora são mais de 46 mil e correspondem a 4,4% do total. Houve crescimento de 36% em relação a 12 anos antes, quando havia cerca de 35 mil. O município com o maior percentual de autodeclarados pretos é Capivari de Baixo, onde 10,8% da população se considera negra. É o oposto de São Martinho, onde apenas 0,7% dos moradores se declararam pretos.

Os indígenas eram e continuam sendo aproximadamente 0,1% da população do Sul de Santa Catarina. Em Imaruí, eles são 1,6% da população total. Todos os outros municípios apresentam percentuais bem abaixo de 1%. Em Nova Veneza, apenas duas pessoas se declararam indígenas.

Criciúma

A cidade mais populosa da região tem 80,7% da população autodeclarada branca - eram 86,4% em 2010. Os que se declaram pardos agora são 12,4%, frente aos 7,2% de 12 anos antes. A população que se considera preta passou de 6,1% para 6,6%.

O Censo Demográfico é a principal fonte de referência sobre as condições de vida da população em todos os municípios do país e em seus recortes territoriais internos.