A Polícia Civil de Imbituba deflagrou na manhã desta quarta-feira (25) a segunda fase da Operação Castelo de Barro, que apura crimes de organização criminosa, corrupção eleitoral e lavagem de dinheiro. Entre os alvos da ação está a residência de um vereador eleito nas últimas eleições municipais.
A operação contou com o apoio de policiais das delegacias de Laguna, Garopaba, Imaruí e da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Laguna, e teve como objetivo o cumprimento de sete mandados de busca e apreensão.
As investigações começaram em outubro de 2024, após suspeitas sobre um esquema de desvio de saibro contratado pelo município, com prejuízo estimado em mais de R$ 1 milhão. Na primeira fase da operação, deflagrada em 8 de janeiro de 2025, houve prisão preventiva dos proprietários da empresa contratada, além de bloqueio de bens e afastamento de um servidor público.
De acordo com a apuração, apenas 30% do saibro contratado era entregue de fato. O restante, cerca de 60%, era desviado ou sequer existia. A execução acelerada da licitação levantou suspeitas que motivaram o avanço da investigação.
A nova fase aponta o envolvimento direto do vereador eleito, que teria participado de reuniões com os empresários investigados, inclusive no dia da homologação da licitação. Conversas interceptadas mostram que os materiais desviados foram utilizados para financiar sua campanha eleitoral, com foco nos meses de agosto e setembro de 2024. Uma dessas reuniões ocorreu em 23 de setembro, na residência do vereador, e precedeu um aumento expressivo no desvio de saibro, às vésperas da eleição realizada em 6 de outubro.
A polícia identificou dois núcleos criminosos: um empresarial, responsável pela execução e movimentação financeira; e outro político-administrativo, supostamente liderado pelo vereador, cuja influência garantiria a continuidade dos desvios durante o mandato.
Diante dos fatos, foi solicitado à Justiça Eleitoral a prisão preventiva dos envolvidos, além de mandados de busca e apreensão. O Ministério Público deu parecer favorável, mas o juiz eleitoral negou os pedidos de prisão preventiva por entender que não havia elementos suficientes.
Assim, nesta quarta-feira (25), os sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos.