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Partiu o artista dos artistas

Morte de Carlos Ferreira, às vésperas de se tornar cidadão honorário, faz a cidade perder importante líder cultural
Por Denis Luciano Criciúma, SC, 08/12/2018 - 07:19
Arquivo / A Tribuna
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"O nosso professor de cultura”. Assim, a ex-presidente da Fundação Cultural de Criciúma (FCC), Iara Gaidzinski, definiu Carlos Alberto de Araújo Ferreira. “A cultura está de luto na cidade”. E não é exagero. Foi Iara quem colocou de vez os pés de Carlinhos no circuito cultural criciumense, convidando-o para diretor da FCC. “Foi em 2005”. Dali, começou uma parceria que durou até poucos dias atrás.

Carlinhos faleceu no fim da manhã dessa sexta-feira, tomando os amigos de surpresa. “Muita surpresa. Todo dia ele me mandava, logo cedo, uma mensagem de bom dia. Estranhei que ele não enviou desde quarta”. A estranheza de outro ex-presidente da FCC, Serginho Zappelini, não foi por menos. Carlinhos sentiu-se mal na quarta-feira. “Foi para o hospital, fez um cateterismo, depois uma angioplastia, passou estável à noite e faleceu às 11h”, contou, com tristeza, a amiga e ex-presidente Iara.

Honorário in memoriam

Ele era um entusiasta por revelar e reconhecer. Tanto que, ao lado de Iara Gaidzinski, criou o Café Concerto, um evento geralmente mensal da FCC que reunia artistas locais e amigos. Se escolhia um tema e eram homenageadas pessoas afinadas com aquele segmento. O Café era tão a cara do Carlinhos que ganhou vida própria fora da FCC. De diretor da FCC de 2005 a 2015, tornou-se presidente da Associação dos Amigos do Café Concerto, dando consistência ao evento até a semana passada.

“Estivemos juntos faz poucos dias na última edição”, lamenta Iara. “Era o nosso grande líder, um entendido. Sabia de cultura como ninguém”, destaca. Depois de tanto homenagear, Carlinhos seria lembrado na próxima quarta-feira, quando receberia o título de cidadão honorário de Criciúma, por proposta do vereador Marcos Meller (PSDB).

Uma rica história

Carlinhos era fluminense. Nascido em Vassouras, interior do Rio de Janeiro, em 17 de maio de 1943, contava 75 anos no seu óbito. Graduou-se em Ciências Humanas pela Universidade Federal de Juiz de Fora em 1969. No ano seguinte, chegou a Criciúma, tornando-se de imediato professor do Colégio Michel.

Em 1972 ingressou na FEESC, precursora da Unisul, como professor de História do Brasil e Etnologia, em Tubarão. Dois anos depois passou também a professor de História e Estética na Faciecri, a futura Unesc, onde, no curso de História e Artes Visuais, foi coordenador. Casou-se em 1980 com a professora Ana Maria Caetano.

Criou e dirigiu o Instituto São José, uma escola fundamental na Cidade Mineira Nova, que funcionou de 1977 a 98, quando a doou à prefeitura, que a transformou em Escola Municipal Fiorento Meller.

Fundou o Grupo Folclórico Italiano Valsugana, em 1987, no Colégio Joaquim Ramos. No final dos anos 80, tornou-se conselheiro do prefeito Paulo Meller e diretor de teatro nos grupos Teatro Jovem e Broquéis. “É muito difícil falar do Carlinhos no passado. Ele conhecia muitos artistas, conhecia a cidade toda e a cidade toda o conhecia”, conclui Iara.

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