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O Joinville nunca caiu no Catarinense? Agora está perto

Houve aquele bate e volta em 2007. Lembre a história das quedas dos grandes em Santa Catarina
Por Denis Luciano Joinville, SC, 27/02/2022 - 12:45 Atualizado em 27/02/2022 - 13:39
Joinville focado na decisão deste domingo / Foto: Vitor Forcellini / JEC
Joinville focado na decisão deste domingo / Foto: Vitor Forcellini / JEC

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Normalmente, em um passado mais ou menos próximo, um Joinville x Brusque valeria a briga pelo topo da tabela para o primeiro e a fuga dos últimos lugares para o segundo. Hoje a situação é totalmente oposta. O confronto das 16h deste domingo, 27, na Arena Joinville, se mantida a ordem atual das coisas no Campeonato Catarinense, poderá fazer o JEC dar mais um passo rumo ao precipício e o Bruscão encaixar a sétima vitória consecutiva.

Vice lanterna com 8 pontos, o Joinville vem há anos amargando. Que o diga o plano nacional, com a proeza de descer degraus desde a elite, em 2015, até o fundo do poço de nem vaga em Campeonato Brasileiro ter nesta temporada. No plano estadual, é o grande há mais tempo sem levantar a taça: a décima segunda e última veio no distante 2001. O JEC ainda jogava no velho Ernesto Schlemm Sobrinho, o Ernestão, na última vez que ganhou um Catarinense.

Campeonato Catarinense - 10ª Rodada, domingo
16h - Joinville x Brusque
16h - Marcílio Dias x Barra
18h30min - Concórdia x Juventus

Ainda neste domingo tem Marcílio Dias x Barra em Itajaí. Quem vencer garante a permanência na Série A e o empate serve para o Barra escapar matematicamente se o Joinvile perder.

O classificado Concórdia recebe o Juventus e, ganhando, passa a Chapecoense e assume o quarto lugar. Logo, um passo importante para garantir vantagem na próxima fase e seguir firme na luta por vaga na Série D. Logo, tem interesse no jogo. O Juventus estará matematicamente rebaixado hoje se perder e o Marcílio pontuar e o JEC ganhar. Se empatar em Concórdia, o Juventus só cai hoje se Jonville e Marcílio vencerem suas partidas.

Os grandes já caíram

A vitória neste domingo é fundamental para o Joinville. Ganhando, vai a 11 pontos e não afastará, ainda, o risco matemático da queda. Dependerá da última rodada e de algumas combinações, mas respirará um pouco aliviado.

A história conta que, tecnicamente, todos os grandes já caíram em Santa Catarina. Quem abriu a fila foi o Figueirense em 1986. O Avaí foi rebaixado em 1993, o Joinville caiu em 2007 e a Chapecoense em 2010. Em 2021 foi a vez do Criciúma, mas o Tigre será o terceiro "a pagar" o rebaixamento, como se diz no universo do futebol. Expliquemos.

Quando caiu em 86, o Figueirense jogou a B estadual em 87. Encarou Araranguá, Tupy de Gaspar, Caçadorense, Ipiranga de Tangará, Blumenau e outros. Conseguiu voltar sendo vice-campeão da Segundona, e subiu com o Blumenau.

O pôster do Figueirense vice-campeão da B de 87 circulou no Diário Catarinense na época / Reprodução

Em 93, o Avaí, que havia sido vice-campeão do ano anterior, caiu ao lado do Brusque, campeão de 92. Jogou a Segundona de 94. Estreou tomando um 4 a 0 do Hercílio Luz fora de casa, Perdeu também para o Brusque, e se recuperou vencendo Xanxerense e Sombrio e empatando com Laguna e Flamengo de Florianópolis, mas fechou o turno em quinto entre sete times. Recuperou-se com o primeiro lugar no returno. Despachou o Xanxerense na semifinal e foi campeão diante do Hercílio Luz.

Avaí campeão da Segundona de 94 / Divulgação

Aí vem o caso do Joinville. Em 2007, foi a última temporada do Próspera na elite antes do acesso em 2020. A primeira fase de 2007 terminou com o JEC em penúltimo com 19 e o Time da Raça lanterna com 7 pontos. Acontece que o time criciumense foi punido com a perda de 12 pontos pela escalação irregular do jogador Felipe Monteiro. Não fosse isso e teriam terminado com 19 pontos o Próspera, o Marcílio Dias e o Joinville, nessa ordem.

O regulamento da época, bastante confuso, estabelecia que os dois últimos disputariam, logo em seguida do Catarinense, uma Divisão Especial, um quadrangular que daria uma vaga na elite de 2008. O Joinville ganhou esse quadrangular, terminando à frente do Próspera e de dois times oriundos da Terceira Divisão de 2006, Camboriuense e Videira. Logo, o Joinville jogou uma Segunda Divisão disfarçada no mesmo ano em que caiu, e voltou. Foi um bate e volta na Segundona.

Joinville goleou o Próspera por 4 a 2 em casa pela Divisão Especial / Reprodução

Em 2010 chegou a vez da Chapecoense. De vice-campeã do ano anterior a vice-lanterna, a Chape fez um Estadual muito ruim. Caiu junto com o Juventus. Aí apareceu o Atlético de Ibirama. Quinto colocado daquele Estadual com 27 pontos, 12 a mais que a Chapecoense, acabou vindo com um curioso e mal explicado licenciamento em 2011 e a Federação Catarinense de Futebol (FCF) não titubeou: convidou a Chape para ocupar a vaga. 

Teve uma Segunda Divisão em disputa naquele ano. Subiram Marcílio Dias e Concórdia. Por qual razão não chamar o Atlético Tubarão, terceiro colocado daquela Série B para ocupar a vaga do Atlético Ibirama, e sim um rebaixado? Um mistério nunca devidamente explicado. A Chape caiu em 2010 e não pagou o rebaixamento.

Goleiro Ricardo chorando a queda da Chape em 2010, em um empate contra o Figueirense
Foto: Alan Pedro / ClicRBS

Em 2021 quem sangrou foi o Criciúma, que já vinha namorando com o descenso. Tanto que em 2018 postamos esse conteúdo no 4oito citando justamente essas quedas de grandes em Santa Catarina. Naquela temporada o Tigre rondou a zona de rebaixamento, e acabou caindo no ano passado com uma campanha incontestavelmente ruim. Caiu como vice-lanterna com 8 pontos, ficando 2 atrás do Concórdia, que escapou. 

O Criciúma pela primeira vez na história do Catarinense em 2021 / Arquivo / 4oito

O Tigre vai pagar a Segundona. Em momento algum cogitou-se virada de mesa. Até se falou de alguém poder desistir do Catarinense. mas sem qualquer oficialização e, nos atuais tempos, se buscaria o suplente na Série B (o beneficiado seria o Nação, de Canoinhas). E lá estará o Criciúma, a partir de 29 de maio, jogando a Série B estadual contra Metropolitano, Nação, Carlos Renaux, Guarani de Palhoça, Tubarão, Inter de Lages, Atlético Catarinense, Blumenau e Caravaggio. Não teve estratagema para voltar no mesmo ano (como o Joinville de 2007) nem para dar um drible no rebaixamento (como a Chapecoense de 2010). Vai cumprir o caminho que Figueirense em 87 e Avaí em 93 cumpriram. Para tentar dar a volta por cima.

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