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Mineração, garantia da autonomia de Treviso

Carboníferas faturam R$ 25 milhões ao mês com lavras no município, item importante em tempos de Pacto Federativo
Por Denis Luciano Treviso, SC, 07/11/2019 - 17:16 Atualizado em 07/11/2019 - 17:20
Arquivo / 4oito
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Para o prefeito Jaimir Comin, cerca de 70% da arrecadação de Treviso resulta das atividades da mineração. "Para uma lavra que se estenderá ainda por 20 a 30 anos", aponta. "Por isso, estamos em busca de alternativas para o futuro, diversificando o nosso Distrito Industrial e atraindo empresas", destaca.

Mas as lideranças do segmento carbonífera apontam uma boa notícia para o município. O tempo de extração nas minas disponíveis no município é ainda maior. "Mais de 30 anos, seguramente", confirma o secretário executivo do Sindicato da Indústria de Extração de Carvão de Santa Catarina (Siecesc), Márcio Cabral. "Não sabemos precisar esse tempo pois precisaria de um trabalho do Serviço Geológico do Brasil que há muito tempo não é feito", observa.

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O peso do carvão

O peso da mineração na economia de Treviso veio à tona com a constatação de que o município poderá entrar na lista dos que estão sob risco de perder a autonomia conforme o Pacto Federativo proposto pelo ministro Paulo Guedes e entregue nesta semana ao Congresso Nacional. Treviso tem menos de 5 mil habitantes e a arrecadação até supera os 10% com fontes próprias, mas incluindo o carvão. "Quando pegamos receitas próprias, o município entende que tem mais de 20%. Sem o Cfem (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais, retorno de imposto da mineração), a receita ficaria menos de 8%", pondera o coordenador do movimento econômico da Associação dos Municípios da Região Carbonífera (Amrec), economista Ailson Piva.

Treviso conta atualmente com minas em exploração das carboníferas Metropolitana e Rio Deserto. Há, ainda, uma mina apta à lavra mas fechada pois pertencia à Carbonífera Criciúma, que está desativada. Atualmente, as minas atuantes em Treviso extraem cerca de 80 mil toneladas de carvão ao mês, de um total de 200 mil toneladas geradas em toda a região abrangida pelo Siecesc. Ou seja, quase metade da produção carbonífera regional está em Treviso.

O carvão em Treviso

Mineradoras - Duas

Geração mensal de carvão - 80 mil toneladas

Funcionários - 1.020

Arrecadação total ao mês - R$ 25 milhões

Retorno em salários - R$ 8 milhões

Cfem anual - R$ 7 a 8 milhões

A arrecadação total das seis mineradoras filiadas ao Siecesc - Belluno, Catarinense, Metropolitana, Siderópolis, Gabriella e Rio Deserto - alcança R$ 60 milhões mensais. Deste montante, cerca de R$ 25 milhões são oriundos da extração de carvão em Treviso. Deste valor, 40% retornam em folha de pagamento, 25% para os trabalhadores, em salários, e 15% em impostos. Ou seja, somente as minas operantes em Treviso fazem circular R$ 8 milhões mensais em salários de trabalhadores na economia regional, em especial entre Treviso e Siderópolis, cidades onde residem a maioria desses funcionários.

O retorno 

O Cfem de Treviso gira em torno de R$ 7 a 8 milhões por ano. Há, ainda, outros impostos de retorno direto e indireto ao município relacionados à cadeia vinculada com a mineração. De funcionários contratados pelas mineradoras que operam em Treviso, são 720 pela Metropolitana e 300 da Carbonífera Rio Deserto. Ou seja, o município tem 1.020 empregados em minas de carvão. 

O transporte de minério associado às carboníferas também movimenta a economia local. Cada caminhão carrega 25 toneladas de carvão das minas até as caixas de embarque, de um total de duas mil toneladas diárias encaminhadas para a Usina Jorge Lacerda, em Capivari de Baixo, principal compradora do carvão regional. São 160 caminhões que, ao dia, de segunda-feira a sábado, fazem esse deslocamento. 

Solução para Treviso

O prefeito Jaimir Comin aponta, confiante, que Treviso conseguirá, até 2023, se consolidar dentro dos critérios para continuar com vida autônoma. "Vamos passar de 5 mil habitantes, hoje temos cerca de 4,2 mil residentes, mas nos finais de semana chegamos a ter até 7 mil pessoas aqui pelas pessoas que possuem sítios na cidade. Mas a nossa população vai aumentar, e a nossa economia já tem pujança suficiente para nos enquadrar fora da PEC", coloca.

Mas se Treviso não conseguir vencer os critérios do Pacto Federativo e ter que voltar à condição de distrito, suas opções naturais seriam Siderópolis - de onde desmembrou - e Lauro Müller. "Somos originários de Siderópolis, nos desenvolvemos muito nesses mais de 20 anos de emancipação. Mas nossa relação com Lauro Müller aumentou muito depois da pavimentação da rodovia até lá. Tem muitas pessoas de Treviso que trabalham e usam os serviços de Lauro Müller", conclui.

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