Não precisa gastar rios de dinheiro para ter um estilo de vida saudável. Até o tempo, já não é mais desculpa, de acordo com os últimos estudos divulgados. As afirmações são do especialista em Fisiologia do Exercício, mestre em Ciências da Saúde, João Annibal Queiroz, entrevistado nesta manhã no estúdio da Som Maior, durante o Jornal das Nove. 

“Tempo não é mais desculpa para não fazer atividades. Estudos indicam que 20 minutos por dia já é suficiente para ter bons resultados. A academia não é uma necessidade. Conseguimos ter resultados ótimos com caminhadas, corridas e exercícios ao ar livre”, afirmou o profissional.

Para quem já estabeleceu um estilo de vida saudável como uma das metas para o próximo ano, o especialista informou que o primeiro passo é a dedicação. “Bons hábitos devem perdurar pelo ano inteiro e não só na época proxima ao verão. Recomendo exercícios em que a pessoa se sinta melhor. Ela deve adquirir o gosto pela atividade física para depois ela encontrar alguma atividade que vá fazer efeito. Sugiro atividades mais intensas, dependendo do condicionamento, mas acima de tudo que ela faça o que ela gosta”, sugeriu.

O especialista afirmou que os hábitos comportamentais representam metade do caminho na busca pelo emagrecimento e estilo mais saudável. “Cinquenta por cento do processo de emagrecimento é uma abordagem comportamental, devemos mudar nossos hábitos, utilizar mais escadas, ir à padaria a pé... Não temos hábitos e nem pensamos como pessoas saudáveis. Outros 50% eu dividiria, entre alimentação e atividades físicas”, ressaltou. 

Ele também discorreu sobre a boa alimentação, que deve ser sempre equilibrada. “O excesso de doce, carboidrato ruins, frituras, excesso de alcool. Tudo isso impede bons resultados na atividade física. Excesso de gordura, pão e doces nunca são boas opções”, reforça Queiroz. 

Durante a entrevista, o mestre em Ciências da Saúde discorreu sobre a recente pesquisa PURE (Prospective Urban Rural Epidemiology), conduzida pela Universidade de Hamilton, em Ontário, no Canadá, que ligou as doenças cardiovasculares a injestão de carboidratos. “Acredito que esse estudo foi mal divulgado. Não mostrou que o aumento do carboidrato aumenta as doenças cardiovasculares, na verdade é o tipo de carboidrato. Existem carboidratos bons, a batata doce, por exemplo. O carboidrato não é o vilão da história, ele só não pode ser ingerido de forma inadequada”, ressaltou.