"Esperei aproximadamente meia hora. Mas valeu a pena". A afirmação do médico Orlando Kujawski, 73 anos, resume o sentimento dos idosos que encararam fila nesta segunda-feira, 23, no Paço Municipal, no início da campanha de vacinação contra a Influenza. Criciúma começou o dia com 8,9 mil doses, e a grande maioria já foi aplicada. "Não temos nem mil doses disponíveis ainda disponíveis na rede", adianta a técnica de Enfermagem do setor de Imunização da prefeitura de Criciúma, Kelly Barp Zanette.

"Estamos fazendo um levantamento agora. Temos mais de 40 postos instalados, destes mais de 50% já zeraram. Cada unidade que está zerando, nos comunica", detalha. "Cada unidade recebeu no mínimo 120 doses. O Lapagesse recebeu 600 doses, já zerou. Já vacinamos no Hospital Santa Catarina, mais 300 doses", relata. "Em estoque, nesse momento, temos 400 doses, que já estão destinadas ao Hospital São José, onde começamos a vacinar os trabalhadores hoje à noite", explica.

O drive thru que foi aberto no Paço contou com 400 doses. "É necessário. Vim por prevenção, eu sou médico, a gente trabalha na área de Medicina e precisa estar prevenido. Tem dois fatores, trabalhar com Medicina e a idade também", reforça Orlando. Ele considera que o combate ao coronavírus em Criciúma está sob controle, embora lembre que a vacina contra a Influenza não tem relação com a nova doença. "Está sob controle, bem orientado, as condutas, tudo direitinho. Já enfrentamos H1N1 que foi uma outra que causou óbitos", completa.

A técnica do setor de Imunização da prefeitura lembra que a quantidade de doses destinada a Criciúma é insuficiente para a demanda. "Somando os trabalhadores e os idosos, dá 23 mil pessoas. Então a gente precisava receber 23 mil doses. A informação é que chega mais na quarta, o quantitativo o Estado ainda não informou", relata. Cobrada sobre a possibilidade de distribuir de imediato todo o estoque, Kelly lembra um detalhe técnico importante. "Não mandamos todo o estoque pois se der uma pane elétrica, falta energia, corremos o risco de perder o quantitativo de vacinas", observa.

Um dos pontos onde faltou vacina ainda no fim da manhã foi no Centro Comunitário do Bairro São Luiz, graças à grande procura. Enquanto isso, como ainda há doses no Paço, a fila é grande pelo atendimento drive thru, pelo qual os idosos não precisam descer do carro para receber a dose. "Diferente, prático, dentro das etapas que foram colocadas. Foi muito bom. Geralmente a gente vai logo na primeira fase da vacina. Não saímos de casa, agora nem do carro saímos", destacou Herbert Levy, 63 anos, que foi tomar a vacina, de carro, ao lado da esposa Roseli, de 60 anos.

O prefeito Clésio Salvaro fez uma advertência pela manhã. "Esse serviço de drive thru é exclusivo para idosos com dificuldades de locomoção. Se vier gente que consegue se locomover, precisaremos encerrar as atividades desse posto. Pedimos a quem não tem problemas de locomoção, que se dirija aos outros pontos pela cidade", sublinha.

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O agente Marcelo Severino de Jesus, da Defesa Civil, está entre os voluntários que prestam serviços com a equipe de imunização que atende no Paço Municipal nesta segunda. "Pedimos para o pessoal trazer documento pessoal com foto e data de nascimento, passa aqui pela triagem, vamos pegar todos os dados, para ver se bate com a idade, e pedimos para que se locomovam até a barraca, mas não precisam sair do veículo", observa.

Ele destaca o grande movimento do primeiro dia. "Bastante, bastante movimento, o pessoal se conscientizou, está trazendo bastante pessoas de idade. Cada carro que chega vem com dois ou três idosos. Se prevenir é importante. É um vírus que ataca pessoas com mais idade. Se vacina e já se previne", arremata.