O mais recente decreto do Governo do Estado que veta jogos de futebol em Santa Catarina - mais uma das medidas restritivas por conta da pandemia de Covid-19 - libera tais atividades somente a partir do dia 27. A Federação Catarinense de Futebol (FCF) está solicitando um reparo. "A única coisa que estamos tentando com o Governo do Estado é que o prazo dos 14 dias vai vencer no domingo, dia 26, a gente queria pedir um dia de trégua para poder fazer a rodada no domingo. Caso não consiga a rodada está confirmada para o começo da semana", referiu o presidente Rubens Angelotti, em entrevista ao Timaço da Rádio Som Maior no Som Maior Esportes desta quarta-feira, 15.

Acordo firmado nesta terça, 14, estabeleceu a retomada do Campeonato Catarinense a partir do dia 27, mediante rigoroso esquema de segurança. Nesta manhã, a FCF anunciou a tabela da rodada de volta das quartas de final do Estadual, apontando jogos nos dias 28, terça, e 29, quarta-feira. O jogo entre Marcílio Dias e Criciúma, por exemplo, está agendado para o dia 28, às 18h30min, em Itajaí.

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Angelotti defende que a posição agora adotada, de submeter todos os envolvidos nos jogos a exames 48 horas antes das partidas, vai resolver o problema de monitoramento, permitindo a realização dos jogos com normalidade. "A bem da verdade, não foi nem interpretado direito o decreto do governo. Se você faz o exame, detecta que o jogador está contaminado, afasta o jogador, faz o exame nos outros e se os outros não estão, segue o baile", frisou. "Agora foi assinado isso, vai ser um teste mais rigoroso, 48 horas antes do jogo, ficam os jogadores concentrados. Mesmo tendo jogo na quarta e domingo, tem que fazer antes de cada jogo. Alinhamos isso tudo ontem com o governo", completou.

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Futebol dando exemplo

Para o presidente, o futebol já vem dando o exemplo na questão dos cuidados. "Existe preocupação, estamos mexendo com saúde e vidas, mas com toda a segurança. Estamos fazendo no futebol o que muitos não fazem. Se o futebol não fizesse os testes, muita gente poderia estar contaminada", afirmou Angelotti. "É uma doença forte, não existe vacina, mas existem os protocolos, o que não foi feito na primeira chance que tivemos para terminar o campeonato. Muitos não fizeram o dever de casa, contaminando aqui e acolá", observou.

Um dos argumentos colocados pelos clubes que dificulta o controle dos atletas diz respeito ao trânsito deles fora do ambiente de treinos. "Os clubes alegam que os jogadores são acompanhados dentro do clube, mas quando saem não tem mais esse controle deles", reforçou o presidente. "Vai continuar essa ficha médica com acompanhamento diário, medição de temperatura, perguntas, isso é encaminhado para a FCF, está lá, arquivado, vamos encaminhar também para a Secretaria da Saúde. Estamos fazendo tudo correto", enfatizou.

Foi até aventada a hipótese de colocar os clubes classificados em regime de concentração, o que não prosperou pelas diferenças estruturais entre as equipes. "Faz exame em todo mundo, pega o elenco todo e fecha. Mas tem a dificuldade financeira dos clubes, para manter isso. Eu vejo alguns clubes com facilidade, o Criciúma que tem um belo CT, poderia fechar todo mundo lá, 14 dias, fecha todo mundo, sai para o jogo e volta. Mas tem alguns clubes que não tem essa condição", relatou. "Com esse protocolo novo, 48 horas antes, faz o exame e fecha. É um PCR mais apurado, conforme falaram os médicos ontem. É um exame mais apurado, e esse exame sendo feito, vai sair o resultado com duas ou três horas, ninguém contaminado, fecha tudo na concentração e sai para o jogo", sublinhou. "Todos os médicos dos clubes têm que monitorar diariamente todos os seus jogadores", destacou.

Recuperado

Na última semana foi notícia a contaminação do presidente Rubens Angelotti pelo novo coronavírus, Nesta terça, 14, dia em que completou mais um aniversário, o dirigente recebeu a boa notícia de que estava livre do Covid-19. "Só o que faltava no dia do meu aniversário vir o resultado e dar positivo", comentou. "Estou bem. Foi um sustinho. Quando os árbitros fizeram o teste para a primeira rodada das quartas de final, eu aproveitei e fiz o teste rápido. Ele acusou que estava contaminado, imediatamente fui ao laboratório, fiz o PCR, alguns dias para sair o resultado. Vim para casa, me recolhi, conversei com o dr. Renato, fiz outro exame, deu negativo. Ontem chegou o PCR, deu negativo também", emendou. "Deu um falso positivo. Estou bem, já saiu o resultado do teste ouro, como os médicos chamam, estou tranquilo. Tudo bem", finalizou.

Ouça a entrevista do presidente da FCF no podcast: