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"Essa quarentena não adianta nada", dispara Osmar Terra

Deputado gaúcho, uma das vozes mais críticas à quarentena no combate ao coronavírus, falou à Rádio Som Maior nesta segunda-feira
Por Denis Luciano Criciúma, SC, 18/05/2020 - 12:50 Atualizado em 18/05/2020 - 12:51
Osmar Terra com Bolsonaro, em ato de 2019, quando era ministro da Cidadania / Divulgação
Osmar Terra com Bolsonaro, em ato de 2019, quando era ministro da Cidadania / Divulgação

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Ele está em todas as listas de apostas para ser o novo ministro da Saúde. Não será surpresa se o presidente Jair Bolsonaro apelar ao deputado federal Osmar Terra, do MDB do Rio Grande do Sul, para suceder Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich na pasta que deve coordenar o combate ao coronavírus no Brasil. Se o fizer, estará optando por alguém plenamente alinhado ao seu pensamento. Foi o que o próprio Terra deixou claro na manhã desta segunda-feira, 18, em entrevista à Rádio Som Maior. Por 46 minutos ele fez duros ataques à quarentena e afirmou que testagem em massa e cuidados individuais são as saídas para lutar contra o vírus.

"Nunca me ofereci, não fiz qualquer articulação e já fui ministro do presidente Bolsonaro", rebateu, quando indagado se poderia estar diante do desafio de assumir a Saúde. "Eu estou é contribuindo com debate, e não deixar que façam nem falem coisas erradas", disse. "Precisamos de saídas racionais, e a quarentena não é. Não tem qualquer comprovação científica da sua eficácia", reforçou.

Osmar Terra foi ministro da Cidadania do governo Jair Bolsonaro desde a posse até meados de fevereiro, por pouco mais de um ano, e ministro do Desenvolvimento Social e Agrário no governo Michel Temer, entre 2016 e 2018. Está no seu sexto mandato de deputado federal pelo MDB do Rio Grande do Sul.

Terra é crítico da quarentena / Divulgação

Os 2 mil casos

Sempre que se traz à baila a opinião de Osmar Terra, é lembrada uma projeção que ele teria feito no início da pandemia, de que o Brasil teria no máximo duas mil mortes por Covid-19. "Eu não estava discutindo nem números nem previsões de óbitos. Isso é muito difícil. O que eu dizia é que essa quarentena não adianta nada, não tem impacto na economia", frisou. 

Terra lembrou que fazia, na ocasião, uma comparação com outros números, mais assustadores. "Eu falei contrapondo a ideia de que a quarentena seria a única solução, senão aconteceria o apocalipse, uma ideia que surgiu lá na Inglaterra e fez esse efeito manada, que seria a maior epidemia da história", observou. "Lá na Inglaterra disseram que se não fechasse tudo por 18 meses morreram mais de 1,1 milhão de pessoas. A Revista Intercept disse que morreriam 432 mil pessoas no Brasil, eu disse que morreriam o mesmo que no H1N1. Eu posso ter errado, mas para mim não será apocalipse, será muito menor (o número de mortes) que 1,1 milhão ou que 432 mil", salientou.

Terra foi secretário de Saúde no Rio Grande do Sul na época da epidemia de H1N1, em 2009. "Eu sou médico de profissão, enfrentei três grandes epidemias, o H1N1 começou pelo Rio Grande do Sul. Eu quanto opino sobre epidemias, eu tenho uma experiência, não é uma opinião no ar", frisou. 

Deputado em sexto mandato, Terra lembra do H1N1, que enfrentou como secretário no Rio Grande do Sul / Divulgação

O deputado salientou que o seu debate não é sobre números de mortes. "A gente lamenta, claro, toda morte é muito triste, é uma tragédia. Mas a minha discussão é que a quarentena não adianta nada, está destruindo a economia, o vírus segue o curso como se não houvesse quarentena e vai terminar quando tiver percentual da população com anticorpos, como em todas as epidemias virais, como aconteceu na China e Coréia do Sul", exemplificou. "Em todos os países da Europa a curva está caindo, e os países que se fecharam tiveram resultados trágicos, muito acima dos países que não se fecharam em quarentena", completou.

Para Terra, medidas de cuidados individuais bastam. "E proteger os grupos de risco. E testar a população", afirmou. Ele criticou o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta. "Ele estava prevendo um colapso mas nunca viabilizou uma quantidade grande de testes. Os testes são decisivos para ir atrás do vírus, e não esperar o vírus ir atrás da gente", avaliou. "Não estou falando de orelha de livro, estou falando de experiência. Nós tomando cuidados básicos, os riscos estão reduzidos", salientou.

Os asilos precisam, conforme o deputado, de maior atenção. "Tem que proteger os asilos, que são a maior causa de morte na Europa, Estados Unidos e Canadá. Quando o vírus entra no asilo é uma tragédia", destacou, lembrando que o ex-ministro Mandetta em nenhum momento demonstrou essa preocupação. Os assintomáticos seguem sendo muitos, e estão propagando o vírus. "90% da população que tem esse vírus não sente nada, por isso se espalha. Se todos que tem o vírus tivesse tosse, febre e fosse procurar o médico, a epidemia não durava uma semana. O problema é que mais de 90% das pessoas não sentem nada e vão espalhando o vírus até criar resistência, anticorpos, com 14 dias. Você pode ter um portador assintomático em casa e não saber, daí você se fecha em casa e contamina todo mundo", relatou.

Terra voltou a lembrar um pronunciamento do governador de Nova York que "estava chocado pois viu que 85% das pessoas que estavam em hospital e UTI em Nova York, morreram 20 mil pessoas em Nova York, não pegaram o vírus na rua esses 85%, pegaram em casa. Estavam em confinamento, em quarentena ou em asilos de idosos". 

E o deputado fez uma dura crítica à mídia, em especial a TV. "Temos que ter um método racional. É claro que a população está em pânico. A TV instiga medo, bota caixão, fica em casa, fica em casa, fica em casa, e coloca gente morrendo. Não dá um fio de esperança, não fala que a epidemia tem início, meio e fim, tem data para começar e terminar", afirmou. E voltou a criticar Mandetta. "O ministro Mandetta disse que só vai terminar em setembro ou outubro. Eu posso dizer que todas as epidemias virais têm um ciclo padrão de 13 semanas. A nossa começou na semana de 18 e 23. É todo sábado que conta. Estamos na sétima para a oitava semana, em mais seis semanas a epidemia vai reduzir muito ou até terminar. No Brasil, no início do inverno a epidemia estará muito reduzida. Mas isso a TV não diz, parece que todo mundo vai morrer", destacou.

Quarentena e redução

Mas a quarentena não teria um papel importante na redução da propagação do coronavírus no Brasil? Terra contesta. "Quem pode dizer isso? É aquela história do 'sempre poderia ser pior'. A quarentena foi vendida como a solução para evitar mortes, vocês acham que é pouco 16,3 mil mortes no Brasil? Eu acho que não, e ainda ocorrerão muitas", respondeu. "20 mil mortos em quarentena em Nova York é pouco? 30 mil casos só na Lombardia e Reggia Emilia, no sul da Itália não teve epidemia, o vírus ficou nas regiões com mais comércio com a China. É pouco? Se não fechasse e se fizesse o método tradicional, eu acho que poderia ter menos mortos", opinou.

Terra criticou os governadores de São Paulo e Rio de Janeiro, João Doria e Wilson Witzel, pois entende que eles deviam ter adiado o Carnaval. "Se tivesse seguido o decreto do presidente da República, do dia 4 de fevereiro, essa epidemia seria menor em São Paulo e Rio de Janeiro, como é menor em outros estados. Ela foi tão incrementada em Rio e São Paulo por causa do Carnaval. Já tinha o vírus circulando desde janeiro, pesquisas estão mostrando isso, o vírus circulava e os governadores de Rio e São Paulo disseram que não era problema, que era uma gripe como as outras. Todos eles foram participar do Carnaval, 25 milhões de pessoas interagindo na rua, com o vírus circulando. Tem coisa pior para espalhar o vírus?", apontou.

Para o ex-ministro, faltou coragem aos governadores na hora certa. "É que não dava Ibope para o governo adiar o Carnaval. Agora, pegando carona no medo da população, dá Ibope dizer que tem que ficar em casa, que tem que fechar a loja, tudo sem evidência científica. Os governadores estão mais preocupados com a opinião pública que com a pesquisa científica", comentou.

Terra elogiou a condução da epidemia em Santa Catarina. "O governador está abrindo, qual a piora em Santa Catarina? Se estivesse em quarentena poderia ser pior, a contaminação dentro de casa pode ser até maior", registrou. 

Crítico dos governadores Doria e Witzel, Terra tem claro alinhamento com Bolsonaro / Divulgação

O deputado sublinhou, ainda, uma pesquisa feita no Rio Grande do Sul que confirma o peso do contágio em casa o que, segundo ele, é um fator contrário ao isolamento social e à quarentena. "O Rio Grande do Sul fez uma pesquisa de sorologia, com três amostras com 12 dias de diferença, primeiro viram uma quantidade muito pequena com contato com o vírus, que circulou pouco, e 75% das pessoas que deram positivo se contaminaram em casa, e nem sabiam, são do grupo de 90% de assintomáticos. Em Nova York, 85% se contaminaram em casa e nos asilos. Na Itália, todo mundo fechado, em quarentena absoluta, no dia 9 de março, no dia 21 de março já tinha triplicado o número de casos por dia. Por que o portador estava em casa, na maioria das famílias. E quando se fecha em casa com os outros, contamina mais rápido", apontou. 

"Estamos levantando questões científicas, não são de opinião pública. Até porque a minha opinião pode ser minoritária. O pessoal está tão assustando que acha que pode se fechar em casa", disse. "Pergunta para quem defende a quarentena, quanto tempo vai durar isso? Eles não sabem", completou.

Onde os governadores erraram

Para Terra, os governadores de São Paulo e Rio erraram em não cancelar o Carnaval e em decretar o isolamento depois. "Erraram nas duas, deviam ter adiado o Carnaval, precisa ter coragem para isso. O contraponto ao isolamento não é o Carnaval. Qualquer aglomerado expande o vírus, isso é óbvio. O que eu proponho é que as formas tradicionais de enfrentamento de epidemia, as pessoas serem bem informadas, usarem máscara, se protegerem, grupo de risco, poder trabalhar como se toma hoje no supermercado, farmácia, os cuidados com quem vem, quem compra, proteger o grupo de risco, o ideal é testar as pessoas, os asilos serem super protegidos", frisou.

A solução, na opinião do parlamentar gaúcho, está na testagem da população. "Eu estou propondo uma série de medidas e testagem. A Coreia não fechou uma loja e teve o melhor resultado do Mundo. Eles foram atrás do vírus. A pessoa era testada, deu positivo, as pessoas que tiveram em contato por 14 dias eram testados. Foi criando uma rede enorme para localizar onde estava o vírus, e essas pessoas foram entrando em quarentena. Isso foi muito mais eficiente do que trancar as pessoas em casa", exemplificou.

Terra entende que o Carnaval devia ter sido cancelado em 2020 no Brasil / Divulgação

Para reforçar sua tese sobre a importância dos testes, Osmar Terra citou o Vietnã, país vizinho à China. "Porque não tem testes para fazer nas pessoas? Tinha que ter testes desde o início. No Vietnã, quando começou a epidemia em janeiro, eles tem fronteira com a China. Eles saíram de dois laboratórios para 112 laboratórios que produziam testes. Porque o Brasil não fez isso? Ficou esperando os testes do Adolfo Lutz, do Butantã, tinha que ter uma ação mais efetiva pelo ministério e governos do Estado e prefeituras", criticou.

"Para a empresa é um baita negócio fazer o teste. Não é despesa, é investimento. Se localiza um funcionário com vírus, protege todos os outros, e não precisa fechar por causa do vírus. São medidas simples que evitam muito mais que trancar as pessoas e fechar comércio que não diminuem doentes e quebra a economia, vamos levar anos para nos recuperar", emendou.

O isolamento

Terra entende que as pessoas que mantém contato com idosos deveriam ser testadas com frequência. "Tem que isolar o grupo de risco. As pessoas com mais de 60 anos e com doenças crônicas têm que estar protegidas. E quem entra em contato com elas tem que ter um protocolo, para cuidados de higiene, e o ideal era testar quem está em casa cuidando do idoso, e principalmente os asilos. A porta da tragédia hoje para normalidade são os asilos. Quando o ministro falou que tem que ter política para os idosos? Essa é uma tarefa urgente", relatou.

Mas o deputado entende que o ex-ministro Mandetta, alvo constante das suas críticas, optou "pelo menos trabalhoso". "Dá muito mais trabalho que mandar as pessoas ficarem em casa. Ir atrás do vírus dá muito mais trabalho", criticou.

Quando foi posto que a Suécia, citada como exemplo pelo ministro, tem muito mais casos de Covid-19 que o Brasil, e a Argentina, que nem é considerada, tem número bem menor de registros tendo aplicado o lockdown, Terra explica que há um fator que deve ser levado em conta: o contato com áreas endêmicas. "A Argentina tinha o H1N1 bombando, foi o país com maior número de casos no mundo, inclusive de mortes, em 2009. E entrou no Rio Grande do Sul, e o Rio Grande do Sul teve grande epidemia, depois Santa Catarina e Paraná. Tinha muito vírus circulando lá. Agora é o contrário, o vírus está em São Paulo, Rio, em pontos com maior comércio e voos diretos com Europa e China, e com país da Europa que pegaram da China", comentou.

"O norte da Itália tem 90% dos casos da Itália, o sul quase não tem. O vírus circulou onde tinha o comércio de confecções, da moda, Wuhan tinha linha direta com Milão, eles ficaram viajando sem sentir nada, assintomáticos, e transmitindo
A Argentina naquele momento foi a porta de entrada do vírus, agora não é, agora está na periferia. O Rio Grande do Sul também, Santa Catarina também", referiu. "Porque Salvador tem poucos casos e Fortaleza tem vinte vezes mais? Salvador não circulou o vírus, Fortaleza tem três voos semanais para Milão. Em janeiro, fevereiro, março vieram milhares de turistas italianos, e trouxeram o vírus. Não aconteceu isso na Argentina, em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul. Mas aconteceu em São Paulo", emendou.

As falhas do governo

A não adoção de um isolamento no Carnaval e a falta de controle dos acessos aeroportuários foram, na opinião de Osmar Terra, fatores determinantes para a propagação do vírus em regiões como Fortaleza, Manaus, São Paulo e Rio de Janeiro. "A diferença é que quem tem autoridade para fazer o carnaval ou não é o governador. O presidente tentou interferir na epidemia, ele fez um decreto para regulamentar o funcionamento de comércio e indústria, e o Supremo impediu, disse que isso é obrigação dos governadores. Os governadores agem de maneira precipitada, agem de maneira que não tem base científica, de uma maneira que piora e não melhora, e a culpa é do presidente porque?", questionou.

Para Terra, houve demora no cancelamento dos voos para o Exterior. "Os voos internacionais foram suspensos, não tem voo do nordeste para a Itália, está tudo suspenso. Os voos estão suspensos até para outros países, isso foi feito mas na rebarba do tiroteio", comentou.

Em defesa do governo Bolsonaro, Terra insistiu na crítica aos governadores. "A verdade é que o governo Bolsonaro tem opinião diferente dos governadores, entende que do ponto vista correto, científico, a quarentena não resolve nada e está quebrando a economia. Vai piorar muito a situação", disparou.

"Quantos pobres estão fazendo quarentena?", pergunta o deputado gaúcho

O deputado citou a questão social para justificar o quanto a quarentena vem sendo pesada e difícil para a população humilde. "Quantos pobres estão fazendo quarentena? Felizes, vendo TV, tomando vinho e vendo Netlix? Só quem tem geladeira cheia e dinheiro no banco. Pobre está passando sofrimento, perderam contratos de trabalho, diaristas não tem mais onde trabalhar, os que eram da economia informal não tem onde trabalhar, estão passando fome. Se não fosse essa mesada que o presidente está dando, essa população estava na miséria absoluta, estariam invadindo supermercados. Ainda bem que o presidente conseguiu, mas por quanto tempo vai conseguir? Depois não tem mais arrecadação, estamos na pior recessão dos últimos 50 anos", advertiu. "E não está resolvendo, 16,5 mil mortos, não está resolvendo nada. Era para achatar a curva", reforçou.

Terra vê a epidemia partindo para o fim em Manaus, um dos lugares com mais mortes por Covid-19 no Brasil. "Um lugar onde está terminando a epidemia, Manaus. Com quarentena, tudo fechado desde meados de março, o vírus fez todo o ciclo dele, subiu com a velocidade que tinha que subir, tendo ou não quarentena, Manaus está com metade da população contaminada, a população está com anticorpos e o vírus não circula mais", referiu. "Não é 50% da população brasileira atingida, mas das regiões de São Paulo, Rio, Manaus, Fortaleza. Vai cair, vai terminar em junho. A quarentena foi um sofrimento extra para a população", completou.

Transporte coletivo

Tem como usar transporte coletivo, garante Osmar Terra. "Usa máscara. Toma a proteção, escalona horário de trabalho. Não precisa estar todo mundo no mesmo horário dentro do ônibus", sugeriu. "A máscara é efetiva ou não? Eu acho que sim. Se não é efetiva, porque obrigar a usar", refletiu. "As pessoas lavando a mão quando chegam e saem do trabalho, H1N1 controlamos assim. Não fechamos ônibus, escolas, nada. No Rio Grande do Sul fechamos e reabrimos as escolas, vimos que as crianças estavam se contaminando mais fora do que dentro da escola. Naquela época o vírus pegava criança, agora não tem criança em UTI", destacou.

Ele está isolado

Osmar Terra encontra-se em isolamento em Brasília. "É que sou do grupo de risco, tenho mais de 60 anos. Eu estou em casa, em isolamento, eu tenho 70 anos. O grupo acima de 60 anos tem que fazer o isolamento", frisou. "Embora eu saia todo dia para caminhar, eu não abro mão disso. Podendo caminhar, é muito bom, desde que guarde distância dos outros, qualquer idoso pode fazer, fico uma hora por dia fazendo algum exercício, usando máscara, mas fica mais em isolamento", sugeriu. "O Congresso está todo em isolamento, não está tendo sessão presencial, eu estou em Brasília. Já fui em duas reuniões usando máscara para tratar de coronavírus. É um dever cívico meu, eu me disponho", reforçou.

Sobre a eficácia da hidroxicloroquina, o deputado defende o uso do medicamento. "Eu pego coronavírus, o Denis pega, aí vão dizer que não tem remédio, tem que fazer o tratamento sintomático, evitar alguma complicação, mas tem a hidroxicloroquina que num número grande de pessoas fez efeito. Quer usar ou não? Se tem algum efeito e não tem outro, porque não usar? Pode causar arritmia, intoxicação no fígado, isso é muito raro. Todos os militares que vão para a Amazônia tomam hidroxicloroquina por um ano, inclusive nas missões externas, tomam por um ano", revelou.

"Qual a prescrição? Já está prescrito para doente grave, para quem se interna no hospital e não está tão grave, o que está se propondo agora é prescrever para quem começa a ter sintomas. Tudo indica que é no começo dos sintomas que se evita. Qual o problema, se a pessoa quer? Eu não vejo problema algum", emendou.

Pode ser ministro?

Osmar Terra foi cauteloso quando indagado sobre a possibilidade de ser indicado para o Ministério da Saúde pelo presidente Bolsonaro. "Não teve conversa alguma, nunca me ofereci, não fiz qualquer articulação. Eu já fui ministro do presidente do Bolsonaro, e foi o convite mais gentil que eu recebi na vida, pela minha biografia, pela minha história, e não por partido político", salientou. "Eu estou falando sobre saúde, e as pessoas acham que eu quero ser ministro, eu tenho é que contribuir com o debate e não deixar que façam coisas erradas, como essa recessão grave que teremos que enfrentar. Vai faltar dinheiro para o SUS. É tão sério esse medo que estão colocando na população, que as pessoas não estão indo se tratar do câncer. No sul do Brasil os hospitais estão vazios. Tem gente adiando quimioterapia, radioterapia", destacou.

"Vai faltar dinheiro para o SUS", expôs, realçando uma preocupação. "As pessoas vão se tratar depois, não sei se vai ter dinheiro para tratar. Vai ter queda do SUS, vai ter queda do atendimento a doente cardíaco, com câncer, vai, se continuar essa loucura de quarentena sem lógica científica, sem comprovação de que isso funciona, não tem nenhuma", referiu. "O Unicef fez um levantamento mostrando que vai morrer 1,2 milhão de crianças no pós epidemia de fome, de desnutrição, com doenças que acometem as pessoas enfraquecidas, pela quantidade de pessoas que vão ficar na miséria, que vão perder empregos", completou.

Terra, que é médico, garante que não está articulando para ser ministro da Saúde / Divulgação

Por fim, desviando de uma possível projeção de ida para o Ministério da Saúde, Terra voltou a elogiar Santa Catarina. "Ainda bem que o governador aí tomou medidas racionais para reabrir comércio, Santa Catarina vai muito bem, os casos vão aumentar o que aumentariam com ou sem quarentena", arrematou.

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