Ir para o Conteúdo da página Ir para o Menu da página
Carregando Dados...
FIQUE POR DENTRO DE TODAS AS INFORMAÇÕES DAS ELEIÇÕES 2024!

"É um amadorismo grande desse governo", diz presidente da ACTU

Com o transporte coletivo suspenso há mais de dois meses em Criciúma, empresas reclamam de postura do governador Moisés
Por Denis Luciano Criciúma, SC, 29/05/2020 - 08:33 Atualizado em 29/05/2020 - 08:36
Terminal Central segue vazio há mais de dois meses em Criciúma / Arquivo / 4oito
Terminal Central segue vazio há mais de dois meses em Criciúma / Arquivo / 4oito

Quer receber notícias como esta em seu Whatsapp? Clique aqui e entre para nosso grupo

O clima não é dos melhores entre o Governo do Estado e os transportadores de Santa Catarina. Ao menos é a impressão que fica da fala contundente do presidente da Associação Criciumense de Transporte Urbano (ACTU), Everton Trento, em entrevista à Rádio Som Maior na manhã desta sexta-feira, 29. "É um amadorismo tão grande desse governo que a gente não sabe o que fazer", disparou Trento, após ouvir a fala do secretário de Estado da Infraestrutura, Tiago Vieira, que mais cedo detalhou, também ao Programa Adelor Lessa, alguns pontos do que o governador Carlos Moisés deverá anunciar na próxima segunda-feira, 1: as regras para volta do transporte coletivo conforme a realidade de cada região com a pandemia de Covid-19.

"Para ser bem sincero, não posso nem responder", respondeu Trento, quando indagado sobre projeção de retorno. "Há mais de 15 dias estivemos em reunião em Florianópolis, onde o próprio secretário estava presente dizendo que no domingo ou segunda o governador daria as liberações para o retorno do transporte. Isso passaram-se doze ou quinze dias, não aconteceu nada. Foi a Joinville dizendo que estava liberando, não aconteceu nada. Ontem ficamos na expectativa, nada. Agora vem dar entrevista dizendo que na segunda-feira vão liberar", lamentou o presidente.

Confira também - Governador anuncia na segunda regras para volta do transporte

Transferência de responsabilidade

Para Trento, o governador está transferindo responsabilidade aos municípios. "Até chegarem aos prefeitos (as regras), para que cada cidade tomar suas decisões, é óbvio que estão passando a batata quente para o prefeito decidir no dia seguinte. Cada prefeito terá que parar e pensar para tomar decisão em conjunto com as empresas. A gente não sabe absolutamente nada desses critérios e exigências para implantar em cada região", registrou.

O Governo do Estado poderia ter buscado experiências em outros estados, pondera o presidente da ACTu. "Se ele tivesse pego o carro, e ido a Paraná, ou a Minas Gerais, ele teria aprendido com esses governos como se toca um Estado com casos de Covid-19 mas lá o índice de emprego continua bom, o nível de desemprego é baixo, a população está bem cuidada de Covid", destacou Trento. "Mas eles ficam numa redoma, são pessoas inexperientes, e ficam brincando com essas coisas", disparou. "Ele mesmo falando que segunda dão as informações. É muito fácil ficar em um palácio administrando e aqui fora temos desemprego generalizado, empresas que a partir de 6 de junho têm contratos vencendo e não sabem o que fazer", emendou. "É preciso mais responsabilidade, pensar nos empregos e empresas", refletiu o empresário.

Empresários maltratados

Trento reclamou, ainda, do tratamento que os empresários estão recebendo do Estado. "A gente deixa recado, liga, eles nem nos dão retorno. Somos tratados como 'a hora que der tempo a gente resolve'. Foi um tratamento desigual e irresponsável. Estamos cansados disso", desabafou. "Se tem uma previsão precisa, é uma coisa, mas eu não sei se essa informação do secretário Tiago vai mesmo acontecer na segunda. A gente nunca sabe desse governo", bateu. 

O presidente lembra que, se as informações anteriores tivessem sido seguidas, as empresas estariam com prejuízos ainda maiores, com funcionários parados e insumos estocados. "Se tivéssemos seguido o governador, teríamos gasto com óleo diesel, trazido os funcionários que estariam parados. Não acreditamos mais na palavra deles. O governador nem publicou decreto passando para os municípios. Segue o decreto antigo", sublinhou.

O contato com o prefeito Clésio Salvaro tem sido constante. "Conversei com o prefeito Clésio no domingo, ele disse que está dependendo do governo. Esse governador tem que governar. Nós com as prefeituras conversamos e nos entendemos. O problema é que esse governo é estadual e municipal", comentou Trento. "Se segunda-feira realmente ele passar as normativas todas para a gente, depois vamos pegar, olhar, vamos sentar com o poder público e discutir a melhor maneira de implantação", referiu.

Não volta antes do dia 8

Serão necessários ao menos três dias para adaptação da frota para o que for requerido e então retomar o transporte. Por isso, fica difícil prever uma volta dos ônibus às ruas em Criciúma antes do dia 8. "A gente não sabe o que vão exigir. Se tiver que colocar álcool, colocar plástico separador, só aceitar cartão e não dinheiro, mas a gente não sabe o que vem", disse. "O que são essas classificações? Quais são os níveis de exigência? Não sabemos nada", concluiu.

O presidente da ACTu estima que deixaram de ser transportados mais de 2,2 milhões de passageiros nos mais de dois meses de suspensão do transporte em Criciúma, e 95% dos mais de 500 funcionários das empresas de ônibus da cidade estão com seus contratos suspensos.

Ouça a entrevista de Everton Trento ao Programa Adelor Lessa no podcast:

Copyright © 2022.
Todos os direitos reservados ao Portal 4oito