Uma rede criminosa que promovia internação involuntária e forçada de pacientes, seguida de cárcere privado e maus-tratos em clínicas de reabilitação, foi desarticulada na manhã desta terça-feira (2), por meio da Operação Barbacena, deflagrada pela Delegacia de Polícia da Comarca de Imbituba.
O inquérito policial foi instaurado no início de outubro, e as investigações revelaram um modus operandi de coação e violência. Os criminosos, muitas vezes trajando roupas pretas e se passando por policiais civis, realizavam a remoção das vítimas de forma brutal.
A delegada Susana Seibel Kloeckner, responsável pela condução do caso, detalhou como as vítimas eram retiradas e levadas para as unidades.
“Identificamos que os indivíduos, trajando roupas pretas, se identificavam muitas vezes como policiais civis e realizavam a remoção forçada dessas pessoas através de golpes como mata-leão e aplicação de sedativos, e as levavam para clínicas de reabilitação, onde elas eram mantidas contra sua vontade,” afirma a delegada.
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Segundo Susana, as inspeções realizadas nas clínicas investigadas, incluindo a de Imbituba, confirmaram o ambiente insalubre e a falta de cuidados básicos. As condições iam desde a má alimentação e higiene até o uso descontrolado de medicamentos. “Nossa investigação na clínica de Imbituba identificou que não havia alimentação adequada, não havia condições de higiene adequadas, além da aplicação de medicamentos sem controle médico pelos próprios internos e aplicação também de sedativos como forma de correção e disciplina,” destaca.
As vítimas ouvidas durante o inquérito apontaram ainda para um esquema sofisticado de dissimulação. “Realizamos a oitiva de diversas vítimas e identificamos que havia uma remoção entre uma clínica e outra, ou seja, quando havia uma denúncia em determinada clínica, os pacientes eram removidos para outra clínica desse mesmo grupo criminoso,” relata a delegada
Em resposta às descobertas, foi representada pela Justiça a busca e apreensão em cinco alvos, e a prisão preventiva dos proprietários das clínicas. Os mandados foram cumpridos nesta manhã. Um dos proprietários foi localizado e preso em Porto Alegre, onde estava foragido após residir em Imbituba. No entanto, a busca continua. “Dois dos outros investigados continuam foragidos e estão sendo procurados pela Polícia Civil,” informa a responsável pelo caso.
Para garantir que as vítimas sejam reparadas, a Justiça decretou, a pedido da Polícia Civil, o bloqueio de mais de R$ 1 milhão das contas dos investigados. “Além do cumprimento dos mandados de busca e apreensão e de prisão nesta manhã, foi decretado pela Justiça, a pedido da Polícia Civil, o bloqueio de mais de um milhão de reais das contas dos investigados para garantir a indenização das vítimas', finaliza Susana.
As diligências da Operação Barbacena continuam, e o inquérito deve ser concluído no prazo legal.
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