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Dificuldade para governantes é saber quando e o quanto restringir, aponta pneumologista

Médico afirma que quarentena ainda é a melhor forma de conter avanço do vírus
Por Guilherme Nuernberg Criciúma - SC, 15/06/2020 - 14:46 Atualizado em 15/06/2020 - 14:47
Foto: Guilherme Nuernberg
Foto: Guilherme Nuernberg

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O coordenador da unidade intensiva do Hospital São José, Felipe Dal Pizzol, foi taxativo ao afirmar a importância da quarentena no combate a proliferação do novo coronavírus. Em entrevista ao programa Agora, na Rádio Som Maior, na manhã desta segunda-feira, 15, o médico pneumologista lembrou que o lockdown foi a maneira usada para conter o avanço da doença nos centros mais afetados pelo mundo, mas o principal questionamento saber regular a dosagem do isolamento para a necessidade do momento.

"Existem multiplas evidências, experiência chinesa e europeia que a forma mais radical da quarentena, o lockdown, efetivamente reduz a transmissão do vírus, o número de novos casos e de mortes. A questão é o equilibrio entre quando iniciar a quarentena e o grau dela", comentou. Dal Pizzol afirma que em nenhum momento foi realizado o lockdown no Brasil. "Se fez em alguns pontos específicos. Não tem como comparar com Wuhan, Milão ou Paris. São Paulo nunca fechou completamente e talvez isso seja uma das razões a qual o Brasil tem números expressivos", apontou.

A decisão de restringir a circulação fica a cargo do gestor público, que não tem parâmetros anteriores para se basear nas tomadas de decisões. "É difícil saber a hora de parar, saber o impacto do vírus e também na questão econômica. Se a gente for pensar única e exclusivamente no vírus, trancar todo mundo e casa e manter controle rígido de circulação social reduziria o impacto sobre a saúde, mas o impacto a longo prazo é difícil de avaliar", ponderou.

O Brasil já está em segundo lugar no número de casos confirmados e também no número de mortes. Mais de 43 mil pessoas já perderam a luta contra a Covid-19. Outra maneira de auxiliar no combate a doença seria a testagem em massa, situação ainda não alcançavel no país pela baixa disponibilização de testes. 

Transmissão dentro e fora de casa

Em meados de maio, o deputado e médico Osmar Terra (MDB-RS) falou na Rádio Som Maior que a quarentena não impacta no número de transmissões e que talvez seria até pior, caso uma pessoa esteja contaminada pode contaminar todos que estão em casa. 

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Dal Pizzol fez o contraponto. Se a contaminação for realizada em casa em pessoas assintomáticas, com a quarentena o vírus espalha de maneira muito menor. "Assim você consegue controlar, agora se a pessoa for para a rua, ir no mercado, numa loja, a transmissão é muito maior", exemplificou. 

A contaminação em família por Covid-19 é fácil de acontecer. Em Criciúma houve a situação da mãe, filha e neta estarem internadas no Hospital São José com confirmação da doença, inclusive passando pela UTI. Casos de marido e mulher também já foram registrados. "A gente não conhece a história dessas famílias, mas muito possivelmente para que haja a contaminação elas moram no mesmo teto, dificultanto o isolamento social. Ou até se encontraram por alguma razão social, os encontros nesse momento são muito complicados", comentou.

Expectativa

Ponto de concordância entre os médicos Osmar Terra e Felipe Dal Pizzol é que a história das epidemias são parecidas. Com duração de três meses até atingir o pico e iniciar a redução do número de casos. Mas o médico responsável pela UTI do São José aponta que para os números voltaram a ser minímos, mais alguns meses irão se passar.

"Se a gente olhar as curvas da Alemanha, Inglaterra e França, quando chega a mil casos, três meses depois o pico é atingido e têm o decréscimo. A curva do Brasil, parece que nas últimas duas semanas os casos tem se estabilizado. Se a gente está num patamar de 40 mil por semana, até ter um pequeno número de caoss novamente vai algum tempo, não é de uma hora para outra", concluiu.

 

Tags: coronavírus

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