A equipe da Secretaria Municipal de Saúde de Passo de Torres, no extremo sul catarinense, sofreu um duro golpe: foram diagnosticados nove servidores com Covid-19. "É pessoal que trabalha em nossa Unidade Básica de Saúde do Centro da cidade. Surgiram quatro sintomáticos, daí resolvemos fazer os testes rápidos em 43 funcionários da secretaria, e vieram nove resultados positivos", confirmou o secretário municipal de Saúde, Caio Barp.

"São funcionários da saúde, todos eles trabalham na mesma unidade", reforçou. Na lista, médicos, técnicos de enfermagem, auxiliares de limpeza e plantonistas de ambulâncias. "Um dos médicos que deu resultado positivo, por exemplo, era o mesmo que vinha atendendo os pacientes de Covid-19 na cidade. Tem outros médicos também, que trabalham em plantões de hospitais, que estão com a doença", detalhou o secretário.

Os nove já estão em isolamento. "Vamos seguir o protocolo, eles ficam sete dias isolados, voltam a ser testados e se der negativo, voltam ao trabalho", observou Caio.

A UBS do Centro de Passo de Torres segue atendendo. "Cancelamos os eletivos, atendemos somente emergência e pacientes de Covid até semana que vem. Vamos tocar com os servidores que estão aptos, não buscamos reforços", informou o secretário. Não foi cogitado o fechamento da unidade. "Temos duas UBSs na cidade, essa é a nossa central, principal, a outra fica a dez quilômetros do Centro. Seria complicado fechar", relatou. A desinfecção do prédio será feita no próximo sábado. "É que a empresa que faz a limpeza só pode vir nesse dia", esclareceu.

O clima é de apreensão entre os demais servidores que acusaram negativo mas conviviam com os positivados. "Sim, o pessoal ficou apavorado", reconheceu Caio. "Fizemos com os testes rápidos que vieram do Ministério da Saúde, ainda temos cerca de dez funcionários para testar", explicou.

Passo de Torres tinha, até então, três casos confirmados de Covid-19, saltando em um dia para 12 com esses registros novos. O mais grave, foi o primeiro caso, um paciente que chegou a ir para UTI mas já está curado. "Faz cerca de um mês, foi o nosso caso mais grave e hoje está bem", reiterou o secretário.