Em torno de 70% dos pacientes de coronavírus internados tem mais de 50 anos, sendo que a maior parcela está acima dos 60 anos, considerado grupo de risco da doença. A informação foi repassada pelo diretor técnico da instituição, Raphael Elias Farias, em entrevista ao programa Agora, da Rádio Som Maior.

“Epidemiologicamente, à medida que vai aumentando a idade, a gente tem aumento do número de internações destes pacientes que estão evoluindo, seja por comorbidade ou idade, para maior taxa de mortalidade. Acima de 60 anos uma parcela maior e acima de 70 anos é o pico de pacientes que têm uma gravidade maior dos casos”, salientou.

Farias disse ainda que a semana começa com panorama parecido dos últimos dias quando o assunto é taxa de ocupação. “A ocupação oscila entre 80% e 95%, diferente de duas, três semanas, que estava com 100%. Vimos uma estabilidade do número de casos, com uma ocupação próximo do nosso máximo, mas estável, sem necessidade de transferência e até disponibilizando leitos para a Central de Regulação para a vinda de pacientes de outros hospitais para o nosso”, comentou.

Dos 38 leitos de UTI pelo Sistema Único de Saúde (SUS), 33 estão ocupados atualmente, ou seja, 86% de ocupação. Já nas enfermarias são 26 pacientes entre suspeitos e confirmados para a Covid-19. “A taxa de testes positivos dos internados é de 80%. De todos estes números, a grande maioria dos pacientes têm teste comprovando coronavírus, alguns internam e aguardam o exame a gente fica aguardando o resultado do exame PCR, aquele coletado do nariz, que vai para o Lacen e o tempo de resposta é de dois a quatro dias”, citou.

Maioria da Amrec

Atualmente, 80% dos internados são da Amrec, sendo os outros 20% divididos entre Amesc e Amurel. “Diferente daquele aumento do número de casos que mostrava a maioria da Amurel, os dados da última semana mostram que o número de ocupação da Amrec está próximo dos 80%, diferente daquele primeiro contexto que tínhamos um maior quantitativo de pacientes da Amurel", afirmou o médico. 

Estabilidade

O diretor do Hospital São José diz ainda que, na comparação com semanas anteriores, quando se teve um alto pico de ocupação, a situação situação atual é mais confortável do ponto de vista de ocupação de leitos. “A gente vê que tem uma estabilidade do número de casos, acreditamos que possa durar mais uma, duas semanas com esta ocupação e comece a cair nas próximas semanas, como a gente vê em outros estados. Estamos observando a queda", destacou.

Reinfecção

Farias também opinou sobre a possibilidade de reinfecção. “Teve um caso em Hong Kong e um no Brasil que estão sendo analisados. Mas o que as pessoas precisam saber é que nem todo exame é de certeza. Algumas pessoas que já tiveram positivo pode ser chamado de falso positivo dependendo da técnica que foi utilizada. A pessoa não teve sorologia positiva para o coronavírus, mas o exame mostra positivo. Esta uma parcela pequena de exames, mas no contexto de milhões de casos, um desses que mostrou positivo e na verdade não teve e depois se expõe o vírus, isso pode acontecer", frisou. 

Cuidado na interpretação nos exames, porque a pessoa pode dizer que pegou de novo. "Sabemos que pode acontecer, mas o que se vê agora é que não pé comum, são exceções realmente. Isso pode ser relacionado com a situação da vacina. Aplicando a vacina quanto tempo a pessoa vai ficar imune? É isso que esse está estudando para que a gente saiba se é eficaz e se for eficaz, por quanto tempo fica com os anticorpos”, falou.

Respiradores

O diretor também relatou que a situação dos respiradores está tranquila na unidade hospitalar. “Todos os nossos leitos de UTI possuem respiradores e a nossa taxa de ocupação destes leitos está próxima de 65%. Tem todos os equipamentos necessários, mas nem todos os pacientes em UTI precisam do respirador”, finalizou.