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Coronavírus: A preocupação com familiares no exterior

Além da saudade devido à distância, parentes enfrentam temor devido à Covid-19
Por Marciano Bortolin Criciúma, SC, 01/04/2020 - 18:15 Atualizado em 01/04/2020 - 18:26
Jessica e a mãe Claudete, hoje separadas pela distância
Jessica e a mãe Claudete, hoje separadas pela distância

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Já contamos aqui no 4oito e na rádio Som Maior, diversas histórias de pessoas da região que moram em países afetados pelo novo coronavírus (Covid-19). Em cada relato, os temores, os alertas e a preocupação com parentes e amigos. Mas como os familiares que ficaram na região acompanham o que está acontecendo e quais as suas preocupações com filhos, irmãos, primos que estão no exterior?

A mãe de Jessica Menegalli, Claudete Corrêa, diz que acompanha a situação do coronavírus na Itália por meio do noticiário e pela filha que está lá desde novembro. Jessica está na comuna de Alexandria, na região de Piemonte, no norte italiano, a região com o maior número de casos e de mortes provocadas pela Covid-19. “A maior preocupação, além da pandemia, é a dificuldade de ela retornar para o Brasil que seria no dia 20 de março e, por conta desta situação, todos os voos foram cancelados e não tem previsão de quando ela irá retornar. Além do medo, é claro, por ela estar na região norte”, comenta Claudete.

Ela conta também que o que a tranquiliza no momento é que Jessica está tomando todos os cuidados necessários para se manter saudável. “Com uma boa alimentação, com exercícios em casa mesmo e que está entendendo que a melhor coisa a fazer neste momento é ficar em casa para que possa se proteger. Que a quarentena é necessária. Minha preocupação é também com o lado emocional dela. O quanto que vai se manter abalada por toda esta situação”, enfatiza.

O contato entre mãe e filha ficou ainda mais intensificado após a pandemia. “O nosso contato diário é o que me tranquiliza. Como estamos sempre conversando, eu estou vendo que ela está bem. Conversamos umas duas vezes por dia. Por vídeo também e eu vejo que ela está tomando todos os cuidados necessários. Neste momento difícil por estar longe de casa, o lado emocional conta muito”, relata.

A Itália registra em torno de 106 mil casos confirmados de coronavírus e 12,4 mil mortes. “Ela relata que lá a situação está bem crítica, preocupante. Que o número de infectados e mortos aumenta a cada dia, que é uma situação bem triste a que passam lá. Diz que os italianos são bem unidos, não são egoístas, pensam na situação do outro. Nos mercados, nas farmácias, com a dificuldade de álcool gel e máscaras, eles são bem compreensivos e que tentam pegar o mínimo possível para que não falte para os outros”, cita Claudete, acrescentando que aguarda ansiosamente o retorno da filha. “Aguardo ansiosamente o retorno dela para casa para que a gente possa voltar a nossa vida normal de antes”, pontua.

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Preocupação constante

Quem também acompanha a situação da Itália é Flávia Cechinel que tem a irmã Nádia e o cunhado Daniel morando em Verona. O contato para atualização das informações do que acontece no país europeu é constante. “É preocupante porque a minha irmã trabalha na área da saúde, porém, ela e o marido são saudáveis. Claro que acompanhamos apreensivos. A situação lá é calamitosa. Mas temos este resguardo de contar com a idade e a boa saúde deles. Mantemos o contato várias vezes por dia, não só sobre isso, mas sobre outros assuntos do cotidiano. Aumentamos o contato com eles após esta situação ter se instalado lá. Antes o contato já era diário, agora é ainda mais frequente”, fala.

Neste contatos, Flávia conta que a irmã relata como o coronavírus tem afetado a Itália. “Ela relata a realidade da pandemia. Lá a situação é crítica, que não há hospital, respiradores nem leitos para todo mundo. É bem complicado. Não tem teste para todo mundo. Ela ficou gripada e não fizeram teste porque ela é saudável e teoricamente não teria risco. Hoje, não está se alastrando tão rápido como antes, apesar de registrar media de 800 mortos em um dia”, aponta.

Flávia tem opinião formada sobre a pandemia que afeta muitos países no mundo todo. Ouvi no início da pandemia e acredito que 80% da população vai se infectar e que 15% vai precisar de UTI. Os números só vão aumentar, as pessoas assintomáticas estão andando nas ruas espalhando o vírus. Cada um vai adquirir e o organismo vai reagir de uma forma diferente. Temos um grupo de risco que temos que preservar. O restante da população não deve entrar em pânico. Não imaginávamos que em pleno 2020 iriamos enfrentar algo assim, mundial. Tudo isso deveria gerar nas pessoas uma interiorização, uma espiritualização. Fico preocupada, porque é uma situação complicada. Ninguém quer que as pessoas morram. Vivemos em um país subdesenvolvido. Vamos fazer o que? Se um pai de família com quatro, cinco filhos perde o emprego vai fazer o que? As duas pontas desta corda são complicadas. As pessoas precisam parar com o pânico, parear de encher mercados, farmácias, bancos, ser sensatos, se é grupo de risco, fica em casa. Tenhamos esperança e acima de tudo fé, isso tudo vai passar, mas precisamos aprender algo com relação a isso”, afirma.

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Tags: coronavírus

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