Criciúma já conta com 153 pacientes internados por conta do novo coronavírus. No Hospital São José, atualmente, resta apenas um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) vago para tratamento de Covid-19, fazendo com que este seja o pior momento sanitário desde o início da pandemia na região, em meados de março. 

“Nós temos 91 pacientes internados, esse é o maior número desde o início da pandemia. Destes 91, pensando em leitos de UTI, temos 27 leitos atualmente ativados para o SUS [Sistema Único de Saúde]. Destes, hoje temos 26 pacientes utilizado os leitos, uma ocupação de 96%”, declarou o diretor técnico do Hospital São José, Raphael Elias de Farias.

Apesar da grande crescente de internações, Raphael afirma que até o momento não foi necessário realizar nenhuma transferência de pacientes para outro hospital da região. Mesmo com 96% de lotação, o São José vem conseguindo absorver todas as demandas de internações da região.

O sistema público de saúde de Criciúma, no entanto, pode estar se encaminhando para um colapso. “O que sabemos é que os hospitais da região já estão com um quantitativo grande, mesmo que sejam de enfermaria. Os hospitais de retaguarda, que utilizamos para internações menos complexas, estão com taxas mais altas e poucos leitos também. Se continuarmos com essa crescente de caso, temos a preocupação de que o sistema pode colapsar em termos de vagas disponíveis”, disse.

Sem profissionais para reativar leitos de UTI

O Secretário de Saúde de Santa Catarina, André Motta Ribeiro, reforçou a cobrança para que os hospitais catarinenses reativem os leitos atualmente desativados. Apesar disso, no Hospital São José, o problema é referente a falta de mão de obra qualificada para que os leitos sejam novamente colocados à disposição da população.

“Naquele primeiro momento da pandemia, ativamos todos os leitos do plano de contingência, que eram 35 leitos pro SUS e mais três reservados gerais e UTI. Tivemos um pico grande, passamos praticamente de 100% naquela época e, ao longo da pandemia, tivemos perda de força de trabalho principalmente de técnicos de enfermagem, o que nos fez bloquear os 10 leitos de UTI por falta de recursos humanos”, disse.

Os leitos desativados estão com a estrutura completamente pronta, desde monitores à respiradores, e equipe técnica do São José segue recrutando e treinando profissionais para que os leitos possam ser ativados novamente. A expectativa é de que a reativação ocorra em cerca de duas semanas.