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Análise de desempenho, é ciência em campo no Tigre

O trabalho de Douglas Sartor e Odair Dal Molin, os responsáveis por interpretar, gravar, investigar, sugerir...
Por Denis Luciano Criciúma, SC, 20/05/2019 - 11:30 Atualizado em 20/05/2019 - 11:33
Foto: Jota Éder / Timaço / Rádio Som Maior
Foto: Jota Éder / Timaço / Rádio Som Maior

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Faz tempo que o futebol transcende e muito as quatro linhas. A tecnologia trouxe uma gama imensa de recursos, que colocam a ciência e até a matemática no cotidiano dos clubes. Para não fugir às novidades, não é de hoje que o Criciúma mantém um atuante departamento de análise de desempenho. São dois profissionais dedicados exclusivamente a analisar vídeos, levantar informações, pesquisar em todas as fontes possíveis para munir o time de algo fundamental para alcançar bons resultados hoje em dia: o conteúdo.

"Eu comecei do zero, com o pessoal me ajudando", conta o jornalista Douglas Sartor, que ingressou no clube em junho de 2014 para reforçar a assessoria de imprensa e, dois anos depois, estava guindado à nova função. "Em 2016 eu virei analista de desempenho por convite do Emerson Almeida (então diretor de futebol) e do Roberto Cavalo (técnico do time na época). Precisavam de alguém para fazer edição dos jogos e acompanhamento dos adversários. Por gostar muito de futebol e acompanhar jogos resolvi encarar essa jornada. Já é a quarta temporada como analista do Criciúma, cada vez mais estudando e tentando aperfeiçoar essa área que está crescendo muito no Brasil", afirma.

Odair e Douglas, fazendo análises no cotidiano do Criciúma

O parceiro de Douglas na função também teve uma origem, digamos, diferente. "Eu era torcedor de arquibancada desde 2007, era sócio do clube", relata Odair Dal Molin, o outro analista de desempenho do Criciúma. Pesquisador do futebol, começou em 2014 a enviar para diretores listas de jogadores estrangeiros. Foi construindo afinidades, abrindo espaços, mantendo uma frequência de três listas anuais "como hobby", recorda, até que veio o convite em julho de 2017 para trabalhar no clube.

"É um pouco diferente. A gente é muito torcedor quando acompanha jogo. Depois que eu vim para a análise, trabalhar mais a parte tática, força mais a olhar para um jogo e entender o mecanismo da partida, o jogo está rolando e você entender o que está dando certo, o que está dando errado, o que arrumar durante o jogo", avalia Douglas.

A estrutura

O setor que analisa no Criciúma conta com uma sala no CT. "Bem estruturada. Com TV. Aqui chamamos os jogadores para assistir vídeos, chamamos o auxiliar para pontuar o que houve de bom e de ruim, o treinador e os auxiliares vem para ver vídeos de adversários", refere Douglas. "Temos um software italiano de pesquisa de jogadores, de adversários, é um banco de dados do mundo inteiro. Se quiser pesquisar um jogador brasileiro que está na Índia, encontramos vídeos dele. É um software que nos ajuda a pesquisar jogadores, avaliar em cima desse software", detalha.

Douglas em um dia de trabalho no Heriberto Hülse

A atenção aos adversários passa por eles. "Pegamos os vídeos, as jogadas ensaiadas, os relatórios estatísticos. Hoje é a principal ferramenta, um investimento anual que o clube faz. Sem isso não conseguiríamos trabalhar no dia a dia no porte e na qualidade que o Criciúma merece", confirma Odair. É por esses instrumentos, também, que são analisados os nomes para possíveis contratações. "Todo o nome indicado para nós, vamos pesquisar o jogador. O software dá toda a vida do jogador no futebol ali. Vemos vídeos e tudo ali", destaca Douglas.

Nem os treinos escapam às lentes dos analistas de desempenho do Tigre. "A análise da própria equipe. Ver postura de atleta, dedicação, quando não é tático procuramos filmar também. Dependendo do técnico, quando eu cheguei era o Winck, a gente postava todo o treino e mandava para toda a comissão", lembra Odair. "É importante também para jogadas ensaiadas e posicionamento de bola parada, tem muitas variáveis que a gente usa", complementa.

Odair colhendo dados de um dos treinos do Tigre

Douglas cita, ainda, o uso do GPS em treinamentos, para analisar a aplicação de cada jogador nas atividades. "Daí não tem como o jogador dar o tal migué no treino", reforça. "Quem cuida do GPS é o fisiologista, nós recebemos os dados, fazemos os scouts por jogo", explica.

O Criciúma tem se destacado no tempo de posse de bola em cada partida da Série B. Foi superior aos adversários nos quatro jogos até aqui. "Posse de bola temos que buscar em aplicativos. A Série B tem um aplicativo muito bom, referência mundial, com dados bem fidedignos", refere Douglas. No fim de cada jogo, a comissão técnica recebe os primeiros dados apurados pelos analistas. "Temos um scout manual, pós jogo, para ser mais rápido e prático, com os principais aspectos, imediatamente passamos para o auxiliar que leva para o técnico", comenta Odair.

A dupla no bate papo com o repórter Jota Éder

De olho neles

Analisar os adversários é uma das mais importantes missões que a dupla exerce. "A gente recolhe todo o tipo de informação, a gente filtra aqui, fazemos análise em vídeo, o padrão de como eles atacam, saber como eles chegam no gol. Analisamos três jogos no mínimo de cada adversário. Analisando você vai ver essa característica", observa Douglas. A mídia e as redes sociais são importantes amparos para buscar detalhes de quem o Criciúma enfrentará. "Sempre é importante, sempre estamos alinhados com as redes sociais para pegar informações, os setoristas dos outros clubes. No Catarinense às vezes temos dificuldades", revela Odair.

A entrevista com os analistas de desempenho foi ao ar no Arena Timaço da última sexta-feira, antes de Atlético Goianiense x Criciúma. Confira na íntegra no podcast com o repórter Jota Éder.

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