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Amin manda recado a Clésio de que fará a “fila andar” e vai a Brasília afagar Bolsonaro

Por Upiara Boschi Edição 29/07/2022
Amin e Bolsonaro dão risada de alguma graça dita pelo catarinense após dar uma caneta de presente ao presidente. Foto: Divulgação
Amin e Bolsonaro dão risada de alguma graça dita pelo catarinense após dar uma caneta de presente ao presidente. Foto: Divulgação

Homologado candidato a governador pela convenção do Progressistas, o senador Esperidião Amin tem um olho no peixe e outro no gato na construção do próprio palanque e de seu discurso eleitoral. O peixe, digamos assim, é a coligação que deseja montar em Santa Catarina, talvez a mais ampla que pode reunir desde quando foi derrotado na disputa pela reeleição em 2002. O gato, sem mérito ou demérito aos felinos, é a disputa pelo eleitor bolsonarista em Santa Catarina.

Entre terça e quarta-feira, Amin trabalhou fortemente a questão do peixe e a do gato. Tratou das questões de aliança com seus parceiros preferenciais, o Psdb e o Ptb – que lhe dariam a possibilidade de equiparar-se em tempo no horário eleitoral com a aliança governista de Carlos Moisés (Republicanos, Mdb, Podemos, Avante, Psc e Democracia Cristã) e ter quase o triplo de exposição em rádio e televisão do que teria o concorrente direto na raia bolsonarista, o senador Jorginho Mello (Pl), caso confirme a chapa pura do Partido Liberal (Pl).

Na terça, em conversa com o Psdb, Amin jogou mais um argumento na disputa pelo coração do partido, hoje dividido entre o progressista e o apoio a Moisés. O senador disse que se for eleito governador em aliança com os tucanos, não será candidato à reeleição. Tenta usar a seu favor a condição de veterano na disputa, aos 74 anos, e mandar um recado ao principal nome do Psdb catarinense, o prefeito criciumense Clésio Salvaro, que não será empecilho em 2026. Pelo contrário, pode ser até um propulsor. Em entrevista ao Plenário Podcast, Amin reafirmou a promessa feita aos tucanos, além de brincar que tem estudado “clesiologia”.

– Com Esperidião Amin governador, a fila vai andar. Se ocorrer esta ou qualquer outra coligação, eu não tenho o propósito de ser candidato à reeleição. A fila vai andar.

Ainda na terça-feira, Amin conversou com o deputado estadual Kennedy Nunes, homologado candidato a senador pela convenção do Ptb catarinense. Além de trazer mais um partido para a aliança, a composição reforçaria a linha à direita no palanque de Amin, dada a contundência com que Kennedy aborda os temas ligados ao bolsonarismo – especialmente o confronto aberto com os ministros do Supremo Tribunal Federal (Stf). O petebista acabou alijado do palanque de Jorginho Mello quando o próprio Bolsonaro escolheu Jorge Seif (Pl) como pré-candidato a senador, por afinidade e expectativa de lealdade canina. Agora, tenta mostrar-se mais apto para o confronto do que o escolhido do presidente. Com Amin – e os tucanos de bandeja – ganha mais tempo de exposição no horário eleitoral.

Depois dos encontros, Amin partiu para Brasília para marcar presença junto ao próprio Bolsonaro e garantir as fotos risonhas que sempre consegue quando está ao lado do presidente. Eles participaram da convenção nacional do Progressistas que oficializou o apoio à reeleição de Bolsonaro. Amin garantiu as risadas quando deu ao presidente uma caneta do partido, para dar sorte, segundo ele, e foi para tribuna reafirmar o apoio a Bolsonaro e lembrar do longo tempo de convivência entre ambos no Congresso Nacional.

– Nós (Progressistas) vamos fazer uma decisão boa para o Brasil: apoiar Jair Messias Bolsonaro na sua candidatura à reeleição para Presidente da República. Nós dois, Angela e eu, estávamos no Congresso quando o então deputado Jair Bolsonaro chegou. Portanto, nós temos algum tempo de conhecimento para dizer que esta convenção é a melhor decisão que nós podemos tomar em favor do Brasil. Prosseguir e começar a colher aquilo que foi plantado com mãos honestas, bem intencionadas e competentes – disse Amin na tribuna.

Mesmo homologado em convenção, Amin ainda convive com as perguntas sobre se a candidatura ao governo é para valer e enfrenta uma silenciosa, mas forte, pressão de prefeitos do partido por uma composição com Moisés, mesmo agarrado ao Mdb. Nacionalmente, rumores apontam pressão do Pl sobre o Progressistas pelo apoio a Jorginho. Enquanto isso, ele segue construindo seu palanque e seu discurso. Um olho no peixe, outro no gato e ouvidos atentos para perigos externos.

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