Os parques de Criciúma foram o principal destino de muitas famílias que aproveitaram os dias de sol e altas temperaturas para garantir um passeio divertido com a criançada durante as férias. Com o recesso de julho chegando ao fim e um clima atípico para este período do ano, as praças lotaram durante as duas últimas semanas.

Parque das Nações Cincinato Naspolini, Parque dos Imigrantes, Parque Municipal Prefeito Altair Guidi, Parque Ecológico Municipal José Milanese, Praça Nereu Ramos, Praça do Congresso, Praça da Chaminé e a Praça do Imigrante são alguns dos pontos oferecidos pelo município que dispõem lazer aos visitantes.

Com um inverno praticamente “vestido de verão”, as praças foram a grande sensação nos últimos dias. E os parquinhos atraíram inúmeros visitantes. Aliás, foram eles que levaram Marcus Cesar Teixeira e a Josiane Bezerra Beires, durante as férias de suas filhas Emanuelle e Esther, de 12 e 8 anos. 

Casados há 21 anos, o casal de músicos veio do Rio de Janeiro e dá aulas de música na Fundação Cultural de Criciúma (FCC). Eles moram perto da Praça do Congresso e aproveitaram o clima para levar as crianças para brincar. “A gente está de férias do município. Então, estamos curtindo um pouquinho do dia de sol em um inverno atípico”, conta Josiane.

Para eles, na cidade, essas áreas são sempre muito bem-vindas. “A gente está longe das praias e do campo, em si, né? Então eu acho que essas praças fornecem bastante pra parte de lazer”, declara Cesar. E, ainda mais do que a Praça do Congresso, a família também adora o Parque Municipal Prefeito Altair Guidi, por ser localizado em uma área aberta da cidade, sem prédios nos arredores.

Parques também são destino de esportistas

Praticantes de atividades físicas também estão aproveitando os dias mais quentes no Parque Altair Guidi para utilizar as pistas de caminhada, ciclovia e academia pública do local, em meio à natureza e com o famoso Monumento às Etnias. “O ambiente é excelente. Se todos os lugares tivessem essas praças ia ser sensacional”, enaltece a aposentada Jucélia De Luca, de 52 anos.

Ela mora ao lado do parque e frequenta o local quase todos os dias. “Eu caminho, às vezes vou na academia e também venho trazer a minha cachorrinha. Como moro em apartamento, eu venho trazer ela pra dar uma voltinha e desestressar um pouquinho”, brinc. Por frequentar muito o espaço, Jucélia percebeu como o público aumentou em julho. “Agora a gente tá percebendo que tem bastante criança por causa das férias, né?!”, conclui.

Idosos desfrutam de lazer e qualidade de vida

Mas não são só as crianças e os esportistas que aproveitam o espaço dos parques. O senhor Francisco Javier adora o local e possui até uma rotina para visitá-lo. “Moro aqui encostado quase. Eu sou fanático por aqui. Por conta do meu Acidente Vascular Cerebral (AVC), eu preciso caminhar. Então eu venho três vezes por dia aqui normalmente, de manhã, a tarde e a noite, sempre me retiro lá pelas 20h”, detalha.

Aos 72 anos, seu Francisco já conhece bem o Parque Altair Guidi. Ele é Chileno, mas vive há quase cinco décadas em Criciúma. Viu o parque crescer e se desenvolver. “Isso aqui é um espetáculo, porque a cidade se desenvolveu. Já tem anos que eu venho observando isso. Desde a primeira vez que eu cheguei aqui, evoluiu muito, em população, indústria e na economia”, expressa.

O estrangeiro aproveita suas idas ao parque para conhecer e conversar com outras pessoas. “É um lugar espetacular e tem muita gente. Eu estava conversando com um pessoal que chegou do Rio de Janeiro, teve outro que veio de Rondônia, Pará, e também quem mora nos arredores", revela Francisco.

Ele é engenheiro de Minas e, durante os 50 anos no município, sempre morou nas proximidades do parque e criou seus três filhos lá. Para ele, que nasceu em cidade grande e foi criado em parques, os criciumenses demoraram muitos anos para entender a importância do lazer. “Com singeleza”, frisa. “Não precisa muita coisa”, completa.

Sucesso dos parques pede por mais áreas de lazer

O simples é o que lhe atrai naquele espaço. “Aqui o pessoal vem com um salgadinho, um pedacinho de bolo, estende a toalha no chão e passa a tarde. É lógico que, em cidades grandes, isso existe há anos, mas aqui demorou”, disse Francisco. “Agora tem que pedir pro prefeito escolher outra área para colocar outro parque, porque esse aqui está pequeno”, brinca.

“Aqui o pessoal vem com um salgadinho, um pedacinho de bolo, estende a toalha no chão e passa a tarde”, Francisco Javier, morador de Criciúma. 

Além de um novo parque, Javier fez um apelo por um espacinho para os idosos. A alegria dele seria ter uma quadra de bocha para passar a tarde com os amigos. “São coisas simples… É tão gostoso passar em cidades pequenas, na pracinha da igreja, e ver o jogo de bocha que eles têm. De repente, alguém nos ouve e arruma um lugarzinho pra gente”, finaliza o morador.