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Afinal, Carlos Moisés quer Antídio Lunelli como colega de chapa?

Por Upiara Boschi Edição 24/06/2022
Foto: Julio Cavalheiro/ Secom
Foto: Julio Cavalheiro/ Secom

Passaram-se quase três dias da decisão da executiva estadual do Mdb de apoiar a reeleição do governador Carlos Moisés (Republicanos) e escalar seu ex-pré-candidato a governador, Antídio Lunelli (Mdb) para ser o vice de chapa. Até agora, nenhum sinal do governador ter demonstrado qualquer entusiasmo pela indicação do ex-prefeito de Jaraguá do Sul. Ele concentra os elogios na adesão oficial dos emedebistas, sempre tida como vital para dar maior robustez ao projeto de reeleição, mas dá sinais de que gostaria de ter participação na escolha dos nomes que irão compor a chapa.

A pergunta que coloquei no título não é inédita. Na própria reunião do Mdb na noite de segunda-feira, o ex-governador Paulo Afonso Vieira lançou a questão:

– Alguém perguntou para o Moisés se ele quer o Antídio de vice?

Na hora, foi tratado com um mero chiste, considerando que Paulo Afonso e Antídio, água e azeite no Mdb catarinense, não se misturam. O passar dos dias, no entanto, deixou essa sensação de recusa ao prato feito. Logo na terça-feira, quando se esperava a comemoração pública da aliança governista, ele estava em agenda pelo Sul do Estado e foi perguntado pelo jornalista Anderson de Jesus, da Massa Fm, se estava satisfeito com a indicação de Antídio para ser seu vice. Moisés exaltou o Mdb e esqueceu o emedebista.

– O dia de ontem é para ser comemorado. Uma decisão importantíssima que a executiva estadual do partido nos confere e eu tenho certeza que os próximos passos vão se consolidando, temos muito dialogo a fazer, muitas definições, mas ontem foi um dia histórico para o nosso Estado.

Nesta quinta-feira, agora em Blumenau, recebeu o mesmo questionamento, de forma enfática, do jornalista Alexandre Gonçalves, do Informe Blumenau. A resposta também não contemplava o nome do possível colega de chapa

–  A proposição feita, tem muito diálogo a ser feito, uma caminhar pela estrada, nós temos outras vagas, nós vamos negociar, temos encontro marcado com as lideranças do partido, com os representantes da bancada estadual, na semana que vem, para a gente encontrar os encaminhamentos que o partido precisa fazer para a gente andar junto – disse Moisés.

Não é o tipo de reação habitual. Na cartilha da política tradicional, tirar um pré-candidato da disputa e colocá-lo na chapa é sinal de força. Além de ter passado o último ano e meio visitando o Estado e criando uma relação forte com a base emedebista, Antídio também é um gestor aprovado com a reeleição em Jaraguá do Sul em 2020 e um empresário bem sucedido que pode azeitar as relações da chapa com o Pib catarinense. Pesa contra ele questões que envolveriam a vida a pessoal e que certamente serão usadas na campanha. Mesmo assim, a reação descortês de Moisés é estranha – até mesmo se a intenção é escolher outro nome no Mdb.

Os emedebistas tem minimizado a reação do governador. Entrevistados no Plenário Podcast, o deputado federal Celso Maldaner e o deputado estadual Luiz Fernando Vampiro trataram o nome de Antídio como definitivo. Ex-secretário de Educação no governo Moisés e um dos principais construtores do alinhamento dessa aliança governista, Vampiro contemporizou a aparente resistência de Moisés ao prato feito citando a relação difícil que ele tem com a atual vice-governadora, Daniela Reinehr (Pl).

– Quando você vai ter um casamento, um relacionamento mais forte de governador e vice-governador, haja visto que atualmente não existe um relacionamento entre ambos, acredito que antes ele precise fazer uma conversa efetivamente para que isso possa se consolidar. Mas é o nome do partido, foi escolhido por unanimidade e acreditamos que essa construção será feita com algumas reuniões”, disse Vampiro.

Maldaner, ao seu estilo, foi mais taxativo.

– Quando você faz uma coligação, quem decide, com todo o respeito, é o partido. O partido, praticamente por unanimidade, decidiu que Antídio Lunelli, um grande gestor, vai ser o braço direito de Moisés na futura administração.

Se Moisés e o ex-governador Raimundo Colombo (Psd) conversassem, o atual governador poderia perguntar ao antecessor se ele conseguiu escolher os peemedebistas de suas chapas vitoriosas. Eu sei a resposta, mas vou esperar que um amigo comum – ou outro – faça essa aproximação.

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