Aprovada na última semana, em Brasília, a federação entre o partido Progressistas e o União Brasil deu origem ao União Progressista. Por tratar-se de uma federação, significa que os dois partidos continuam existindo; porém, pelos próximos quatro anos, as decisões serão tomadas em conjunto. Isso reflete diretamente não só na eleição nacional de 2026, mas também na eleição estadual em Santa Catarina. Um dos principais nomes dos Progressistas no país é o senador catarinense Esperidião Amin. Ele foi entrevistado na rádio Som Maior, na manhã desta terça-feira (6), e falou sobre o futuro da federação, além de avaliar o cenário político no estado. Amin também sinalizou apoio ao projeto de reeleição do governador Jorginho Mello.
Amin disse que a federação é um “grande sonho” e que “todos os partidos estão em crise”
“Os partidos são nacionais. A federação é nacional, então, primeiro vamos analisar o topo. O que é o União Brasil? É a junção do antigo PFL (já DEM) com o PSL. DEM e PFL vieram de onde? Do PDS. Então isso é um grande sonho que está sendo realizado em nível nacional, e muitos companheiros nossos não percebem isso. Os partidos brasileiros estão todos em crise. Todos.
Nós temos uma nova crise: a crise do crescimento, da oportunidade, de termos um candidato da federação na chapa majoritária (para presidente), competitiva, no ano que vem. Há quanto tempo o PDS (Progressistas) não tem essa chance? Desde 1994. O último candidato à Presidência da República pelo nosso partido foi Esperidião Amin.
Então, presta atenção: nós somos o futuro. Se somos o futuro no Brasil, não vamos ter o pior desempenho do país em Santa Catarina. Vamos ter juízo, vamos dialogar. Vamos construir a partir dessa iniciativa extraordinária do nosso partido e do União Brasil, ultrapassando projetos pessoais, contrariedades e contestações.
O União Brasil tem três candidatos à Presidência da República. Nós também temos nomes. Isso foi ultrapassado. O projeto pessoal de cada um deu lugar ao novo projeto. Nós temos que ter juízo, primeiro. Pensar que este é o projeto. Consolidar, em Santa Catarina, a federação com o União Brasil.”
O senador disse ainda que já era a favor da federação desde 2023, quando a hipótese surgiu, e que chegou a superar divergências pessoais com Gean Loureiro (União) em prol do projeto partidário, mas, naquele momento, a articulação não teve êxito.
“Eu já era a favor em 2023, quando surgiu a primeira oportunidade. Dialoguei, então, com o Gean Loureiro, que era o presidente do União Brasil. Ultrapassamos nossas divergências pessoais, mas não deu certo no plano nacional. Agora, deu. Temos uma reunião no Oeste na semana que vem, e essa é a mensagem que eu quero levar: o futuro está aqui. Nós somos a locomotiva no Brasil, não mais só um vagão. Temos obras feitas, somos da livre iniciativa, da liberdade de expressão. Aqui em Santa Catarina, ninguém, a não ser projetos pessoais, de candidatura de A ou de B, tem um projeto político tão sólido quanto esse.”
Esperidião Amin foi questionado se, após a recente sinalização de que Podemos e União podem apoior o projeto de reeleição de Jorginho, ele considera disputar o Senado na chapa do governador. Ele disse que a eleição estadual começa pela disputa ao governo, e não ao Senado, e lembrou que os deputados do então PP são da base de Jorginho.
“A primeira proposta que se tem que ter é uma proposta de eleição estadual, e eleição estadual começa pela do governador — e não pela do senador, nem de deputado federal, nem de deputado estadual. Os nossos três deputados estaduais fazem parte da base do governador Jorginho Mello. Nosso partido apoiou Jorginho Mello no segundo turno da eleição (de 2022), até por uma questão de coerência. De sorte que o apoio desse partido ou daquele à candidatura de Jorginho à reeleição reforça a posição que o nosso partido desenvolveu no começo deste ano. Na primeira reunião com os prefeitos, ficou estabelecido: 'Olha, nós estamos na base do governo; portanto, a primeira hipótese para o ano que vem é a reeleição de Jorginho Mello'. Isso está decidido? Não. A decisão é na convenção. Mas é a tendência. A política não é feita com cavalo de pau. Essa decisão, cujo conteúdo eu não conheço (sobre o possível apoio do Podemos e do União a Jorginho), vem ao encontro de uma linha de atuação do nosso partido. Agora, eu não posso falar pelo partido, nem dizer que isso está resolvido. Quanto à minha candidatura: se eu for útil, estiver com saúde, apto e com condições eleitorais, estarei à disposição. Já estive à disposição de paradas mais difíceis. O fundamental é termos um candidato a governador e um projeto político assentado. E, em torno disso, se desenha uma coligação, seja ela do tamanho que for.”
Sobre quem irá presidir o União Progressista, Amin disse que isso será definido ao longo do ano e que o mais importante é ter um projeto político.
“Temos boas perspectivas e temos também contrariedades, isso é normal. Como dizia Tancredo Neves: 'Não se faz projeto político sem vítima', sem que alguém fique insatisfeito. O propósito que eu tenho, já vivi boas e más circunstâncias, é para que nós façamos parte de um projeto político nacional e catarinense.
Uma das coisas boas que a federação representa é que nós estamos nos identificando cada vez mais com a oposição ao governo federal.”
Esperidião Amin é um nome (e um apoio) que interessa tanto ao atual governador e pré-candidato à reeleição, Jorginho Mello (PL), quanto ao prefeito de Chapecó e pré-candidato a governador, João Rodrigues (PSD). Ouça a entrevista na íntegra, clicando aqui.