Excelente matéria da jornalista Isabella Lima no portal Terra sobre a gravidade da poluição em Cubatão nas décadas de 1970-80, demonstrou que políticas públicas bem conduzidas e duradouras podem levar a resultados fantásticos. A cidade, considerada a mais poluída do planeta pela ONU, recebeu o título de “Vale da Morte”. A jornalista descreve : “A situação atingiu seu ápice de gravidade na extinta Vila Parisi, comunidade situada no coração do polo industrial. Os efeitos graves da poluição foram sentidos em doenças de pele, câncer e dezenas de casos de anencefalia, condição em que bebês nascem sem cérebro ou sem uma parte dele”. E continua: “O ponto de virada começou a tomar forma nos anos 1980, após a tragédia da Vila Socó em 1984, que matou 93 pessoas. Impulsionada pela pressão da sociedade e de autoridades, a cidade iniciou um longo processo de recuperação que passou principalmente por dois fatores: fiscalização mais rigorosa pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e um massivo plantio de árvores”.
A nossa região passou por uma situação semelhante. O passivo ambiental gerado pela mineração do carvão foi enorme. Felizmente novos conceitos surgiram e a recuperação de grandes áreas está sendo realizada. Nos meus passeios de moto por trilhas e estradas vicinais pude constatar in loco a revitalização do Rio Morosini e do Rio Fiorita, devastadas pela extração a céu aberto da dragline Marion 7800, escavadeira gigante da CSN que operou entre o final de década de 1950 e o início da década de 1990. Mas muito ainda precisa ser feito, como a despoluição de mananciais hídricos e de outras áreas degradadas. Meu sonho, que infelizmente não vai se realizar na minha existência, é que o Rio Mãe Luzia volte a ter límpidas águas, permitindo atividades de lazer e refrescantes banhos nos tórridos dias de verão, como eu costumava fazer na minha juventude.
Youtube. Siderópolis e Treviso Histórico – Mineração Marion 7800 SC – Estevão e Elizeu de Sousa