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Para fortalecer aliança com Gean, Psd vai filiar Topázio Neto e Jorge Bornhausen ao partido

Por Upiara Boschi Edição 20/05/2022
Foto: Arquivo/ 4oito
Foto: Arquivo/ 4oito

O ex-prefeito florianopolitano Gean Loureiro (União) conquistou o apoio do Psd para as eleições deste ano, primeira etapa de um processo de estadualização de sua candidatura. Agora, é a vez de fortalecer seu grupo dentro do partido aliado. Nesse processo, semana que vem dois nomes emblemáticos vão se filiar ao Psd na próxima semana: o novo prefeito de Florianópolis, Topázio Neto (ex-Republicanos) e o ex-senador e ex-governador Jorge Bornhausen – sem partido desde 2011, quando deixou o Democratas.

Com a filiação de Topázio Neto, marcada para dia 25 de maio, Gean cumpre o acerto com o Psd nacional de que a legenda receberia a filiação do prefeito da Capital caso consumasse o apoio ao pré-candidato do União. Topázio deixou o Republicanos em março, logo após a filiação do governador Carlos Moisés ao partido. Ao assumir a prefeitura, em abril, disse no Cabeça de Político que ficaria sem filiação a não ser que a entrada em algum partido fosse importante para o projeto de Gean.

Mesmo que o acerto tenha se dado na mesa de negociações, a filiação de Topázio ao Psd é bem vista por ambos. O novo prefeito passa a integrar um dos maiores partidos do Estado, mas que vivia uma crise de liderança em Florianópolis desde que o ex-prefeito Cesar Souza Junior deixou o cargo. Em 2020, os pessedistas da Capital apoiaram Gean, adversário político do ex-prefeito. O Psd, em nível nacional, ganha mais um prefeito de Capital – hoje tem Belo Horizonte e Campo Grande. No Estado, passa o Mdb como partido que mais governa catarinenses em nível municipal e tem quatro prefeituras entre as 10 maiores cidades do Estado (Florianópolis, São José, Chapecó e Lages).

A chegada de Jorge Bornhausen ao Psd, por sua vez, chega com 11 anos de atraso. O ex-senador participou das articulações capitaneadas por Gilberto Kassab para criar o partido em 2011. Na última hora, foi convencido a não se filiar. Diz a lenda que na época o então presidente da Assembleia Legislativa, Gelson Merisio (hoje no Solidariedade), teria defendido que a filiação de um nome tradicional da politica como o ex-senador tornava inócua a criação de uma nova legenda para se afastar do isolamento que o Democratas vivia no auge do Pt no poder. Certo é que com Jorge Bornhausen na legenda era difícil imaginar a entrada do Psd na base do governo Dilma Rousseff (Pt), como aconteceu com nomeação do próprio Gilberto Kassab para o Ministério das Cidades.

O Psd se afastaria do Pt no processo de impeachment de Dilma. Kassab voltou ao ministério com Michel Temer (Mdb), desta vez na pasta de Ciência e Tecnologia. Mas JKB nunca saiu da mesa de conversa, como influente articulador. Em plano nacional, tentou ajudar a formação de uma terceira via competitiva na eleição presidencial deste ano, o que ainda não se concretizou e nem deve se concretizar. No Estado, trabalha fortemente desde o ano passado para que Gean Loureiro vença as eleições para governador.

A chegada de Jorge Bornhausen foi precedida pela filiação do filho, o ex-deputado federal Paulo Bornhausen, em abril. Ele foi um dos fundadores do Psd, mas deixou a sigla no ano seguinte por ser contrário à aproximação com o governo Dilma. Nesse período esteve no Psb e no Podemos, partido que deixou por rejeitar a adesão da legenda ao projeto de reeleição de Moisés.

JKB foi vital no processo de convencimento para que o ex-governador Raimundo Colombo (Psd) desistisse da pré-candidatura ao governo e abrisse o caminho para a aliança com Gean. Diretamente com Colombo, de quem padrinho político, e com Kassab, argumentando sobre a viabilidade eleitoral do ex-prefeito de Florianópolis e defendendo que o melhor caminho para o ex-governador é a disputa pelo Senado.

No ato realizado na Assembleia Legislativa em 31 de março para a renúncia de Gean e a posse de Topázio na prefeitura de Florianópolis, Jorge Bornhausen estava na mesa. Sempre esteve.

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