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Não morda a isca dos golpistas

Confira algumas dicas para não ter seus dados em mãos indevidas
Por Arthur Lessa Edição 18/02/2022

Em 1997 o Titãs lançou o álbum Acústico MTV, com os principais sucessos da carreira até o momento. Foi com esse disco que eu conheci a banda e o escutei repetidas vezes até decorar todas as letras.

Entre as menos conhecidas (pelo menos pra mim) estava 32 Dentes, que chamou atenção pelo refrão, que diz:

Não confio em ninguém com mais de trinta
Não confio em ninguém com trinta e dois dentes

Essa é uma grande lição, que vale tanto para qualidade de serviço quanto para proteção.

Na qualidade de serviço, eu uso essa frase sempre com quem produz o 60 Minutos. Eu entendo que quem está nessa posição tem como missão primordial evitar que dê problema. Sendo assim, o ideal é não confiar em ninguém (nem em mim) e conferir se todas as informações e materiais que irão ao ar estão prontos e posicionados como deve. Se precisar conferir se a água está molhada, confira.

Já para proteção, longe de mim querer criar paranoia. Mas é sempre importante estar com o radar ligado para armadilhas da vida, sejam elas acidentais, sejam elas premeditadas, como golpes. E estamos com mais uma janela escancarada para os golpistas no Brasil.

O Banco Central anunciou que tem mais de R$ 8 bilhões de mais de 28 milhões de pessoas e empresas. O site para consultar se você tem direito a receber algum valor está disponível desde a última segunda-feira (14), no valoresareceber.bcb.gov.br.

É possível que você ou algum conhecido tenha recebido alguma mensagem ou e-mail afirmando que você tem valores a receber e com um link para resgatar. É uma cilada, Bino!

Esses e-mails, que muitas vezes vem em nome de bancos ou serviços digitais, tem o objetivo de roubar dados confidenciais dos usuários, como senhas e números de cartão de crédito. O nome desse crime é phishing, já que consiste numa pescaria de informações. Com esses dados acontecem compras indevidas, clonagem de cartão e fraudes do tipo.

Mas como posso me proteger?

  • Não se deixe levar pelos desenhos e afins na hora de analisar se algo é real ou não. Pelo computador, você pode facilmente usar os desenhos e logotipos que quiser, seja da Nasa, do Pentágono, do Itaú ou da Receita Federal. É um simples movimento de copiar a imagem de um local e aplicar em outro.
  • Para por um segundo para analisar se faz sentido o comunicado que você recebeu. O Banco Central não se daria o trabalho de entrar em contato com cada um para oferecer o dinheiro. Você não pode ter a conta bloqueada em uma instituição onde não é correntistas. E por aí vai.
  • Confira o endereço de e-mail do remetente. Normalmente esses golpistas usam endereços cheios de números, traços e letras embaralhados. Esses dias recebi um e-mail se dizendo da Amazon informando que minha conta foi suspensa. O remetente AmazonBR-Aviso já chamou atenção pela formatação tosca, mas a confirmação aconteceu ao ver o endereço de e-mail [email protected]. Faz sentido? Parece e-mail da Amazon? Não, né?
  • Ainda sobre e-mails, vale destacar que os endereços digitais governamentais terminam sempre com gov.br. Não tem gov.com.br, gov.com nem gov.net. O site oficial do Governo Federal, por onde vocês pode acessar vários sites da União, é www.gov.br.
  • Se mesmo com as checagens acima a mensagem ainda fizer sentido, o ideal é buscar contato com a instituição pelos canais oficiais. Se for uma questão com o banco que você é cliente, fala com o seu gerente. Se não tem gerente, confira a informação pelo aplicativo e converse pelo chat de atendimento. Normalmente as fintechs e serviços digitais compensam a falta de representante pessoal com bons sistemas digitais.
  • Se a abordagem for por telefone, educadamente diga que já vai tratar com quem lhe atende para resolução do problema. E siga a mesma rotina de conferir nos aplicativos e canais oficiais. 
  • Um perigo muito grande, além do phishing de dados, é o roubo de WhatsApp, quando o golpista envia uma mensagem para a vítima com um código que transfere o acesso da conta no aplicativo. Esse código consiste em seis números e chega por SMS. Ele em si não é um golpe, já que existe para que você confirme ao WhatsApp que a linha que você cadastrou é sua. Mas, se você repassa essa sequência a um terceiro, está confirmando uma farsa. Ao assumir o controle do seu contato, além de o golpista ser passar por você para pedir transferências bancárias, você perde o acesso para avisar do ocorrido. 
  • Além do WhatsApp, outros sistemas usam códigos de confirmação. Então não diga esses códigos por telefone. Você pode receber uma ligação de alguém se apresentando como representante de um instituto de pesquisa, que lhe fará algumas perguntas e pedirá para confirmar o código que você recebeu por mensagem. Não fale esse código. Confirmação de códigos servem, muitas vezes, para confirmar transferências bancárias, assinatura de documentos e outras coisas do tipo.

Em resumo, as duas regras básicas que não podem sair da sua cabeça são: NÃO PASSE CÓDIGO RECEBIDO POR MENSAGEM e NÃO CLIQUE EM LINKS SUSPEITOS.

O importante é não dar sopa para o azar.

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