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Via Rápida: um ano de caminhos mais curtos

Impasse no pagamento de desapropriações impede que obras complementares sejam realizadas
Por Bruna Borges Criciúma, SC, 20/12/2018 - 06:45
Fotos: Daniel Búrigo / A Tribuna / Arquivo
Fotos: Daniel Búrigo / A Tribuna / Arquivo

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Há exato um ano o criciumense viu diminuir em três vezes o tempo para ir do Centro da cidade até a BR-101. No dia 20 de dezembro de 2017 inaugurava a Rodovia Aristides Bolan, mais conhecida como Via Rápida, que reduziu o trajeto de 25 para oito minutos, permitindo uma velocidade máxima de 100 quilômetros por hora. Um ano após ter suas vias liberadas para o trânsito, a estrada traz economia de tempo, mas também carece de alguns detalhes para ser considerada completamente finalizada. 

Há um ano ocorria a inauguração

Considerada a maior obra de infraestrutura dos últimos tempos no Sul de Santa Catarina, a Via Rápida recebeu investimento de R$ 150 milhões, recursos provenientes do Pacto Por Santa Catarina, Secretaria de Estado da Infraestrutura, do Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra) e da Agência de Desenvolvimento Regional (ADR) de Criciúma. 

“Eu era prefeito de Criciúma em 1994 e contratei a Universidade Federal de Santa Catarina na época para fazer o planejamento estratégico de Criciúma. E a duplicação da BR-101 era um fator de risco para o município, porque afastaria a cidade da BR, então, idealizamos lá atrás a Via Rápida. E depois, quando fui governador em 2006, ela se tornou materialmente possível e nós fomos atrás de recursos, uma obra que consumiu R$ 150 milhões”, relembra o governador Eduardo Moreira. 

O então secretário Vampiro e o hoje governador Eduardo Moreira, na época das obras

Quase 12 mil veículos por dia

O trecho de 12,721 quilômetros de extensão é dividido em 10,944 quilômetros de via expressa e 1,777 quilômetro de acessos secundários, além de 17 viadutos. Com duas pistas duplas – cada uma em um sentido – ela se tornou a escolhida preferida dos motoristas para chegar e sair tanto de Criciúma quanto de Içara, município por onde também passa boa parte da rodovia. 

A obra foi projetada para receber 22 mil veículos todos os dias e tem, ainda, recuo suficiente para a construção de novas pistas no futuro. Segundo dados da Secretaria de Estado da Infraestrutura, a média atual é de 11,9 mil veículos circulando no trecho nos dois sentidos diariamente. 

O ponto em que a Via Rápida alcança a Própsera, em Criciúma

Secretário estadual de Infraestrutura à época da inauguração, o deputado eleito Luiz Fernando Vampiro destaca a relevância que a rodovia tem para todo o Sul. “A Via Rápida é uma obra de infraestrutura importante para a região. Desenvolvimento e mobilidade caminham juntos, oferecendo mais segurança e rapidez nos deslocamentos e um novo eixo de progresso. Sem dúvidas foi uma das principais obras deste governo na região Sul”, afirma Vampiro.

Desapropriações ainda sem pagamento

Dos R$ 150 milhões investidos na concretização da Via Rápida, mais de R$ 20 milhões foram gastos em desapropriações de terras. Esse valor, entretanto, ainda não cobriu os pagamentos de todos os donos de terrenos da região. Alguns deles ainda aguardam o pagamento de suas indenizações.

É o caso de Alirton Mazzhuchello, do Bairro Segunda Linha, em Içara. Em novembro ele contou a sua história para o A Tribuna e relatou que em outubro de 2017 foi firmado um acordo extrajudicial em que o Governo do Estado se comprometia a depositar o valor solicitado. O acordo, porém, não foi cumprido e até o momento Mazzuchello aguarda para ser ressarcido pelos aproximadamente quatro hectares de suas terras que foram divididos ao meio pela rodovia.

Iluminação ainda é uma das carências da rodovia

O advogado que cuida do caso, José Luiz Medeiros, relata que agora a ação será resolvida na justiça. “Infelizmente, não teve acordo. Por isso, nós pedimos que o juiz de Içara intime o Deinfra e já tivemos o pedido deferido. Com o recesso do judiciário, a intimação deve acontecer no início do ano que vem e vamos agora tentar um acordo juidical”, explica Medeiros.

Além de Mazzuchello, o advogado representa outros dois proprietários de terras que também não foram indenizados. “Nós esperamos que os responsáveis pelo Deinfra paguem logo essa desapropriação porque essa e uma responsabilidade deles, é garantia constitucional que esses proprietários recebam um preço justo por suas terras. É lamentável essa situação”, declara Medeiros. 

A respeito dessas pendências, a assessoria de comunicação da Secretaria de Infraestrutura respondeu que “o Deinfra vem trabalhando junto a Secretaria de Planejamento e Tesouro do Estado buscando viabilizar recursos para as desapropriações. Também existem algumas demandas judiciais que seguem em análise e aguardam decisões por parte dos juízes”. 


 

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