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Um ano em que o céu brilhou. Demais

Termina um 2018 de despedidas dolorosas, mas bons exemplos que ficaram dos que nos deixaram
Por Denis Luciano Criciúma, SC, 31/12/2018 - 07:00
Fotos: Daniel Búrigo / A Tribuna
Fotos: Daniel Búrigo / A Tribuna

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Morte? Despedida? Adeus? Até breve? Conforme o credo, ou a falta dele, pode se tratar de um embarque para outro plano, outro mundo, outra esfera. Ou simplesmente ser o fim de tudo. Há quem diga, porém, que enquanto viver a memória de quem partiu, aquela vida seguirá existindo. Foi um ano duro. De muitas despedidas. Inúmeras. Muito mais que as que fomos capazes de listar aqui. 

De gente das letras. Dos discursos. Das obras. Da alegria. Da família. Da austeridade. Do riso fácil. Ou da seriedade. Mas de gente. Muita gente decente. Que deixa saudades. Que cumpriu seus deveres. Deixou amigos, amores, marcas.

Vestimos luto

A Tribuna vestiu luto em 14 de janeiro pela perda de um colega. Mas não era apenas um colega. O jornalista Tadeu Ronconi Spilere reunia qualidades daqueles amigos indiscutíveis. Amoroso, inteligência que saltava, amigo dos amigos. E partiu entre eles, no Balneário Rincão, com apenas 33 anos. Houve outra ocasião em que a capa de A Tribuna expôs delicada saudade: quando o chargista Marcos Sônego, em agosto, desenhou sua mãezinha, dona Iraídes, perfumando o céu na sua chegada. Emocionante.

A comunicação voltou a chorar duas semanas depois da perda de Tadeu, com a partida de Ideraldo Luiz Niclele, o Jurubeba. Técnico de som primoroso, um cidadão cativante. Fez história no rádio, na televisão e deixou numerosa família. Jurubeba foi um dos tantos colegas de Francisco Milioli Netto, o Fenemê, que encerrou sua brava luta contra uma grave síndrome em 6 de abril. Aos 77 anos, findava a mais rica trajetória da história da mídia catarinense. Milioli foi grande parceiro de Mário Lima, o impetuoso e qualificado narrador esportivo que, em outubro, chorou a partida da sua Jussara Salete de Lima, a companheira de tantos anos.

Altair e Carlinhos se foram

Por anos a fio, Nelson Spillere brilhou em rádios da região com o “Não diga não”. Ele deixou saudades. As letras perderam a escritora Maria Zélia Réus em Içara. Em Criciúma, a cultura perdeu demais com a partida de Carlos Alberto Ferreira, o Carlinhos do Café Concerto, da Fundação e de tantas realizações. Um professor com “p” maiúsculo. Quis a fatalidade do destino que a partida dele, em 7 de dezembro, antecedesse em poucos dias o título que receberia, de cidadão honorário, o que, na prática, ele já era.

Impossível olhar para a história de Criciúma e não encontrar, em destaque, o nome de Altair Guidi. O ex-prefeito, de 81 anos, ainda viu um grande sonho realizar-se: o Paço Municipal, que ele construiu em 1980, reinaugurado. Ele partiu duas semanas depois. Em Morro da Fumaça, um grande líder comunitário se foi: Narciso Maccari.

Pioneira na gastronomia em Içara, Luiza Sachet Bortolotto deixou grande lacuna em junho. Craque do ramo supermercadista, Nilton Bolan foi vencido pela doença em novembro. Os males da saúde levaram também o médico Juarez Medeiros, os empresários Hélder Búrigo e Jorge Cardoso, assim como Olmar Júnior, o Juninho, que diagramou o Correio do Sudeste e o Jornal da Manhã.

O ano em que perdemos Milioli Netto

Adeus, mestres

Foi um ano de perda de professores. Como o animado João Monteiro, que deixou de tocar sua viola e falar do seu Botafogo em março. Os mestres Dauro Daré, Alison de Lacerda e Ilson Piovesan também deixaram alunos saudosos. E como não lembrar das mágicas de Edgar Vieira, o festejado fotógrafo que clicou do Metropol ao Tigre, sem nada perder. No Mampituba, ninguém conhecia o esporte como o atencioso Tito Gava. Também deixa saudades. Ainda na alegria, não há como esquecer do Flecha Negra, com seus muitos filhos, tantas histórias e o velho picadeiro de circo do Rio Bonito.

Nossos dias não começam mais com as suaves mensagens da abençoada voz do padre Júlio Zamparetti na Rádio Som Maior. O jovem religioso, que professava o anglicanismo, se foi repentinamente, em agosto. Celebrava casamentos como poucos. E o futebol viu partir Zé Castorino, craque dos tempos românticos da Capital do Carvão, que perdeu também o ex-árbitro Nelson Costa.

Calou-se a voz mais grave da Turma da Seresta. A morte de João Kantovitz levou, ainda, o velho ortopedista que resolvia tudo sem tecnologia nos tempos do Comerciário. Um ícone. E um talento da arquitetura, do urbanismo e do paddle, Roberto Cabral, foi rápido demais, ainda jovem.

Toda morte tem a tristeza como parceira inseparável. Mas quando envolve crianças, o peso é maior. Foi um ano de despedidas de pequenos. De lágrimas na Casa Guido, da luta contra o câncer, como foi com a princesa Lívia Martinhago Pandini, de apenas cinco anos, faz poucos dias.

Das boas memórias e dos vários exemplos dos que partiram, uma respeitosa energia para o novo ano que nasce. Renovando, como a vida permite. A vida que segue.

Montagem: Filipe Aguiar / A Tribuna

Saudades:

 

Otávio Daminelli, 82 anos, 1º de janeiro
Tadeu Ronconi Spilere, 33 anos, 14 de janeiro
Maria Zélia Réus, 66 anos, 18 de janeiro
Altair Guidi, 81 anos, 23 de janeiro
Ideraldo Niclele, 67 anos, 28 de janeiro
Juarez Borges de Medeiros, 71 anos, 30 de janeiro
Hélder Búrigo, 57 anos, 16 de fevereiro
Dauro Jorge Daré, 58 anos, 21 de fevereiro
Aldo Bortolotto, 67 anos, 25 de fevereiro
Jorge Cardoso, 61 anos, 4 de março
Claudina Casagrande, 91 anos, 14 de março
Narciso Maccari, 76 anos, 16 de março
João Monteiro, 53 anos, 17 de março
Nélson Spillere, 72 anos, 21 de março
Valberto Berkenbrock, 52 anos, 4 de abril
Francisco Milioli Netto, 77 anos, 6 de abril
Edgar Vieira, 71 anos, 16 de maio
Eduardo Augusto Piovesan, 39 anos, 24 de junho
Tito Gava, 64 anos, 28 de junho
Luiza Sachet Bortolotto, 89 anos, 28 de junho
Idalina Silvestre Barato, 89 anos, 7 de julho
José Crispim (Zé Castorino), 70 anos, 11 de julho
Iraídes Antônia Smânia Sônego, 85 anos, 5 de agosto
João Rosa da Silva (Flecha Negra), 80 anos, 15 de agosto
Alisson Dalmolin de Lacerda, 39 anos, 16 de agosto 
Padre Júlio Zamparetti, 43 anos, 20 de agosto
Antônio Horr, 81 anos, 23 de agosto
João Aparecido Kantovitz, 80 anos, 23 de agosto
Nelson Luiz Mariano da Costa, 73 anos, 4 de setembro
Ilson Piovesan, 59 anos, 2 de outubro
Roberto de Oliveira Cabral, 52 anos, 14 de outubro
Olmar da Silva Vieira Júnior, 60 anos, 25 de outubro
Jussara Salete Lima, 65 anos, 29 de outubro
Andrei Florentino Costa, 41 anos, 5 de novembro
Nilton Bolan, 63 anos, 12 de novembro
Orlando da Silva Moysés, 74 anos, 23 de novembro
Leonardo Savi Steiner, 20 anos, 4 de dezembro
Valdecir Laurindo, 52 anos, 4 de dezembro
Carlos Alberto Ferreira, 75 anos, 7 de dezembro
Wagner Zappelini, 59 anos, 12 de dezembro
Lívia Martinhago Pandini, 5 anos, 21 de dezembro

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