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Tragédia da barragem em Minas acende alerta nas mineradoras do Sul (VÍDEO)

Exemplo de Brumadinho levanta discussão na região Sul. Siecesc garante que as minas estão seguras. Defesa Civil catarinense emitiu nota
Por Denis Luciano Lauro Müller, SC, 28/01/2019 - 07:18
Foto: Clara Floriano / 4oito / Arquivo
Foto: Clara Floriano / 4oito / Arquivo

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São 58 mortos, 305 desaparecidos e uma tragédia humana e ambiental que choca o Brasil e o Mundo. O rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, Minas Gerais, no início da tarde da última sexta-feira, levantou uma onda de alertas. Um deles chegou ao Sul de Santa Catarina. As barragens da região são seguras?

A Defesa Civil tratou de emitir uma nota, ainda na sexta-feira, assegurando que “as barragens de contenção de cheias em Santa Catarina não oferecem riscos para a população. São estruturas com finalidades diferentes”. 

Mas há mineração em Santa Catarina, tanto quanto em Minas Gerais. A região de Criciúma responde por importante percentual da lavra nacional de carvão mineral. E as mineradoras da região possuem barragens para armazenar os rejeitos da extração.

Qual o efetivo risco na região

O portal Spotnicks publicou neste fim de semana um vídeo no qual apresenta, com base em um relatório da Agência Nacional de Águas, uma relação de barragens de rejeitos de minério que estariam sob risco Brasil afora. De Santa Catarina é citada a Barragem Novo Horizonte, em Lauro Müller, de responsabilidade da Carbonífera Catarinense. Assista abaixo ao vídeo em que a barragem sul catarinense é citada.

“O risco é muito pequeno disso acontecer. São barragens diferentes. As nossas, na verdade, são bacias de decantação, feitas e administradas sob o rigor de todas as regras do Departamento Nacional de Produção Mineral”, assegura o diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Extração de Carvão de Santa Catarina (Siecesc), Fernando Zancan.

Foi nessa barragem que ocorreu, em 2015, um caso de vazamento de rejeito que atingiu o Rio Tubarão, gerando um posterior alerta ambiental à empresa. “Aquilo foi rapidamente contornado. Foi um pouco de água suja que vazou da área de armazenamento de rejeito, nada a ver com qualquer rompimento de barragem”, esclarece.

Barragens muito menores

“A barragem de Brumadinho tinha 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos. Nossa maior barragem de mineradora aqui da região tem no máximo 250 mil metros cúbicos. São muito menores”, observa Zancan. A barragem de Lauro Müller citada no relatório conta com capacidade menor ainda, para 64 mil metros cúbicos. Toda mineradora possui barragens como estas bacias próximas de seus lavadores. Na região, além de Lauro Müller, há estruturas semelhantes em Siderópolis e Treviso. “E com segurança garantida, elas contam com sirenes e planos de ação”, destaca.

Diferenças de lá para cá

Zancan explica, ainda, que há uma diferença básica entre os modelos de barragens que torna muito baixo o risco aqui na região. “As nossas são de circuito fechado, a água entra, decanta o rejeito e volta para o beneficiamento. Nas nossas não há problema de entrada de água. As de Minas, como essa que rompeu, são como vales, eles fecham um vale para isso. Nas nossas, o material é retirado para outros locais. E na nossa não entra água de rio”, resume.

O diretor do Siecesc entende que, a partir da descoberta das reais razões do ocorrido em Brumadinho, todas as regras para liberação de barragens no Brasil passarão por mudanças. “Haverá seguramente um novo protocolo. Tudo o que aconteceu, além de trágico com as perdas humanas, é uma mácula que vai sangrar por anos para a mineração”, reconhece.

CTCL sugere à Vale

O Centro Tecnológico do Carvão Limpo (CTCL) da Satc está desde sábado debruçado no episódio de Brumadinho. “Nossas equipes estudam a adaptação para Brumadinho de um estudo que fizemos na Suíça para as nossas minas daqui, de mapeamento de áreas atingidas por rejeitos para rápida localização de casas e pontos onde podem haver vítimas”, revela Zancan. 

“Temos quatro empresas aqui da região que já fizeram essa simulação, com importantes resultados”, acrescenta. Nos próximos dias o estudo deve ser apresentado a engenheiros da Vale, para uma possível e posterior aplicação no terreno da tragédia em Minas Gerais.

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