O Sul de Santa Catarina é sinônimo de eficiência produtiva quando o assunto é a rizicultura. Dados divulgados pela Epagri nesta quarta-feira, dia 1°, apontam uma leve queda com relação à produção de 2021, que foi recorde histórico. Mesmo assim, os números ainda continuam sendo destaque, tanto em nível nacional quanto mundial.

“Inicialmente, no mês de dezembro, fazemos uma expectativa do que esperamos para a safra 2022. Nós tínhamos alguns comportamentos ambientais que estavam chamando atenção, entre eles, uma onda de calor que aconteceu no mês de janeiro, exatamente no período de floração do arroz e isso normalmente impacta a planta. Por isso, era esperada uma redução, se comparado ao ano passado, de algo entre 3 a 4%. Porém, o resultado final acabou nos surpreendendo, pois, esse impacto foi um pouco menor, possivelmente fruto de um maior investimento que o agricultor fez em tecnologia e no uso de insumos de uma forma mais eficiente. Com isso, a queda que a lavoura apresentou em decorrência dessas condições ambientais, foi de apenas 1,3% com relação ao ano passado. Uma perda pequena, visto que a safra do ano passado foi recorde em produtividade na história do arroz. Nunca se colheu tanto na região. Muitos produtores conseguiram até produzir mais que em 2021. Por isso, tivemos uma safra, em geral, muito acima da média histórica”, explica Douglas George de Oliveira, engenheiro agrônomo da Epagri e responsável pelo Projeto Grãos no Sul do Estado.

Produtividade que é referência mundial

O Sul está entre os campeões de produtividade mundial na cultura do arroz. “O Sul de Santa Catarina, compreendido pelas regiões de Tubarão, Criciúma e Araranguá, responde hoje por aproximadamente 65% da produção de arroz do Estado. É a maior área produtora e que tem as maiores plantações. A cultura do arroz aqui no Sul é extremamente importante para a dinâmica econômica regional. Esse ano, tivemos uma produtividade que vai ficar em 8. 476 quilos por hectare, ou na média, 160 sacos de 50 quilos por hectare. Essa é uma produtividade muito alta, inclusive em nível internacional, nos colocando como um dos maiores no quesito eficiência na cultura do arroz no mundo. Isso é muito importante, frente aos cenários que a cultura vem apresentando, como a redução da margem de lucro em função do aumento de custo de produção”, adianta Douglas. 

Produtividade por município 

“Em área de cultivo, Turvo continua sendo o maior, com cerca de 11,9 mil hectares cultivados com a cultura do arroz, seguido de perto por Meleiro e Forquilhinha. Em termos de produtividade estão Forquilhinha e Araranguá, chegado perto dos 190 sacos de arroz por hectare. É realmente impressionante o desempenho que em algumas regiões desses municípios, com áreas inclusive detentoras de recordes em nível mundial”, afirma o engenheiro agrônomo da Epagri.

Douglas ainda salienta que o foco no aumento da produtividade precisa continuar, para que os produtores obtenham bons lucros. “Temos um aumento de custo previsto para a safra. Por isso, é fundamental colher bem para diluir os custos da lavoura em um volume maior de produção. A eficiência produtiva traz maior desempenho econômico ao produtor também”, conclui.