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Sem Ideologia de Gênero nem Escola Sem Partido

Desde ontem, a Educação catarinense está sob o comando do professor criciumense Natalino Uggioni
Por Denis Luciano Criciúma, SC, 02/01/2019 - 06:15
Fotos: Luana Mazzuchello / 4oito
Fotos: Luana Mazzuchello / 4oito

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Ele é falante, articulado e dotado de muito conteúdo. O único criciumense a integrar o pelotão de elite do governo Carlos Moisés, ontem empossado, foi justamente o último indicado pelo governador para o colegiado. O professor Natalino Uggioni, nascido há 55 anos no Hospital São José e filho de tradicionais famílias do Rio Maina, só conheceu ontem a sede da Secretaria de Educação, seu local de trabalho para os próximos anos.

“Como diz Angela Merkel, foi ele (o professor) quem formou vocês, ele está formando os profissionais do amanhã. Por isso, meu sonho é que o nosso professor seja mais valorizado”. Essa foi uma das metas expostas por Uggioni na conversa de sexta-feira com o governador, que terminou com o convite, o sim e o anúncio oficial. “Nunca tive filiação partidária. O mérito técnico foi a razão do convite”, destaca o criciumense.

Postura ideológica

Temas controversos da política educacional, como Ideologia de Gênero e Escola sem Partido, não estão no horizonte do novo secretário. “Quais países desenvolvidos discutem isso na escola? Nenhum. A escola precisa é educar, formar, dar base. Eu estudei Educação sexual na escola sem que houvesse direcionamento, nem de gênero, nem partidário”, afirma o professor. 

Uggioni planeja um trabalho de aproximação da comunidade e dos próprios estudantes com as escolas. “Essa terceirização que os pais fizeram abriu margem para que levassem ideologias para as escolas. Se os pais participassem do cotidiano escolar, não chegaríamos a esse nível”, disse. “O governador concordou. A prioridade é dar condições de trabalho ao professor e envolver o aluno no pertencimento à escola, que ele entende que é dono também dela”.

Professor só pensa em salários?

Causou extrema polêmica nas redes sociais um depoimento da deputada eleita Ana Caroline Campagnolo (PSL) de que “professor só pensa em salário”. “A equipe do governador que me entrevistou antes do convite me perguntou sobre isso”, revela. “Argumentei que salário não segura ninguém. Não vou medir esforços para valorizar, mas também quero provocar os professores à frustração de ter alunos que não aprendem”, destaca. 

“A remuneração aqui está acima de outros estados, existe como elevar, mas vamos trabalhar com meritocracia. Que o professor cresça na carreira também com resultados que serão cobrados”, detalha o secretário. “Vamos valorizar quem faz, nos casos de professores que mergulham na realidade dos alunos para alcançar melhores desempenhos”.

Há grande expectativa do Sindicato dos Trabalhadores na Educação (Sinte) pela relação com o novo secretário. “Tenho muito respeito pelo Sinte, que exerce um papel muito importante”, sublinha. “Nossa expectativa é ter o melhor relacionamento possível com o sindicato. Pretendemos já para 2019 alinhar um acordo para quem sabe toda a gestão do Comandante Moisés”, informa.

Reduzir a evasão

Natalino Uggioni foi um dos líderes da criação do atual Movimento Santa Catarina pela Educação, que nasceu dentro do Sistema Fiesc. “Pelo Instituto Euvaldo Lodi, o IEL, fui um dos três criadores do movimento, que nasceu Indústria pela Educação, com a parceria dos colegas do Senai e Sesi”, recorda o secretário. “Criamos iniciativas de sucesso como o Dia da Família na escola, são políticas que pretendemos tornar de dia inteiro. Precisamos sensibilizar os pais a irem na escola ao menos uma vez por mês”, assinala.

Assim, Uggioni pretende combater a evasão escolar. Outra intenção é ampliar o ensino em tempo integral, para manter o aluno mais tempo e motivado no ambiente escolar. “Queremos oferecer contraturno, qualificando os estudantes para o trabalho, com convênios ou na própria estrutura das escolas. Fomentar o empreendedorismo também”, antecipa.

O emprego da tecnologia em sala de aula e a maior capacitação aos professores também devem colaborar nesse processo. “No IEL, divulgamos a campanha Estágio Legal, com quatro, seis e oito horas de oferta de trabalho para jovens. Fez muito sucesso. E fizemos o GeraçãoTec com muito êxito, formando para o mercado. É o que queremos com a escola catarinense”, completa. “Por tudo isso, o olhar carinhoso do governador para tornar o Ensino Médio anda mais atrativo”, emenda. 

Ouça, no podcast abaixo, a entrevista que o secretário concedeu ao Programa Adelor Lessa da última segunda-feira.

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